domingo, 31 de maio de 2009

Manual prático para alcoólatras

SINTOMA: Pés frios e úmidos.
CAUSA: Você está segurando o copo pelo lado errado.
SOLUÇÃO: Gire o copo até que a parte aberta esteja virada para cima.

SINTOMA: O chão está embaçado.
CAUSA: Você está olhando para o chão através do fundo do seu copo vazio.
SOLUÇÃO: Compre outra cerveja ou similar.

SINTOMA: O chão está se movendo.
CAUSA: Você está sendo carregado ou arrastado.
SOLUÇÃO: Pergunte se estão te levando para outro bar.

SINTOMA: As pessoas falam produzindo um misterioso eco.
CAUSA: Você está com a garrafa de cerveja na orelha.
SOLUÇÃO: Deixe de ser palhaço.

SINTOMA: A boate se move muito e a música é muito repetitiva.
CAUSA: Você está em uma ambulância.
SOLUÇÃO: Não se mova. Possível coma alcoólico.

sábado, 30 de maio de 2009

Romantismos²

Reunião de família. Cerveja. Anúncio de casamento. E eu, sujeito discreto e chato, pergunto num tom até irônico:
- Véi, mas por que ela? Como é que tu sabe que ela é a mulher da sua vida?
- Ah, mano... esses dois dias aí ela dormiu no sofá lá de casa. A bocona aberta e os olhinhos fechados, uma graça. Os cabelos numa desordem. Um ronco baixinho, parecendo um motorzinho de dentista. Acordou meio puta, demorou pacas pra lembrar que me amava.
- E daí?
- Daí que eu amei tudo isso, e tive a certeza de que quero envelhecer ao lado dela. É o cabelo dela que quero ver bagunçado todas as manhãs.
Tim tim, um brinde aos noivos. Felicidade alheia.
E em mim, a conclusão:
"Tô com saudade do seu cheiro
E desse seu cabelo castanho encaracolado
Se espalhando sobre mim
Sua boca pedindo beijo e
Aumentando meu desejo
Não demora, vem pra mim..."
O romantismo tem várias faces.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Martelo Bigorna, por Lenine

Muito do que eu faço
Não penso, me lanço sem compromisso.
Vou no meu compasso
Danço, não canso a ninguém cobiço.
Tudo o que eu te peço
É por tudo que fiz e sei que mereço
Posso, e te confesso.
Você não sabe da missa um terço
Tanto choro e pranto
A vida dando na cara
Não ofereço a face nem sorriso amarelo
Dentro do meu peito uma vontade bigorna
Um desejo martelo
Tanto desencanto
A vida não te perdoa
Tendo tudo contra e nada me transtorna
Dentro do meu peito um desejo martelo
Uma vontade bigorna
Vou certo
De estar no caminho
Desperto.
É. Ainda é. Sempre é.

sexta-feira, 22 de maio de 2009


Estava eu descendo a avenida castelo branco rumo ao meu trabalho, na mesma rotina de todos os outros dias. Vindo com os mesmos rostos no ônibus, esperando nos mesmos sinais em um dia como outro qualquer. Quando estou quase chegando á porta da empresa, vejo um colega saindo a passos apressados no sentido oposto ao que me encontrava chegando. Naqueles milhares de pensamentos que saem por milésimo de segundo em uma mente já fertil com a minha, pensei: "o que pensarão esses motoristas esperando o sinal ao nos verem chegando ou saindo? Estarão indo se divertir? Ou estarão indo entrar na porta de outra empresa para serem vistos? Estarão eles percebendo?". E de repente outro colega sai apressado de dentro da empresa a gritar a outro que desci a passos largos e ligeiros. Enquanto isso eu entro normalmente, pego meu crachá na minha mesa e vou bater meu ponto. Quando de repente eu percebo o clima no ar de que obviamente alguma coisa estava errada. E de repente o colega que foi o primeiro a sair passa do meu lado em prantos completamente desolado. Logo me assustei e imediatamente entrei em sintonia com o clima de choque que habitava o local. E então perguntei para alguém passando,o que aconteceu? E a resposta, um tio dele morreu.
E logo essa semana conversamos e ele havia me falado de seu tio,e de como era quase um pai para ele. E não existem palavras ou talento para expressar a dor nos soluços de pranto de meu colega, que eu fui obrigado a ver e não falar nada.
A morte que já havia me feito pensar essa semana, quando um colega de trabalho se mostrou chocado com a morte de um integrante da F.J.G. que acredito muitos ficaram sabendo,igualmente súbito e surpreendente. Muitas pessoas falam que eu tenho o dom de escrever mas nessas horas eu dúvida. Não consigo de forma alguma explicar como me passou perfurante e cruel o desespero de meu colega em relação a seu querido parente falecido. A minha sensação de insignificância frente a dor alheia me incomoda como se isso tudo tivesse ocorrido dois segundos atrás.
Só me resta acreditar que a vontade de Deus seja feita,quando me for que aqueles que me amam de verdade e irão chorar minha partida tenham toda a força para seguir a vida pois sinceramente acredito que o que tiver que ser será. Afinal de contas,infelizmente, de todas as garotas lindas que vemos, de todos os títulos disputados ou de todos os sonhos, a morte é a única certeza que temos em nossa vida.


"a morte surda caminha ao meu lado e eu não sei em qual esquina ela vai me encontrar"

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Engenheiros do Hawaii - “¡Tchau Radar!”



Resenha escrita especialmente por Haig Berberian

Às vezes a gente pensa que determinados álbuns – daqueles que levaríamos junto se fôssemos a exílio para o Uzbequistão ou Marte – são igualmente considerados importantes para todos os outros fãs da banda que os produziu. Partindo dessa premissa, eu não conseguia entender a razão pela qual “¡Tchau Radar!”, um dos discos mais importantes da minha vida, está a tantos anos fora de catálogo, sendo achado – e a preços absurdos – apenas em sites como o Mercado Livre.

Conversando com uns amigos meus, também fãs dos Engenheiros do Hawaii, a mais controversa banda gaúcha, descobri algo que mudou meu modo de ver o mundo: eles não davam a mínima pro “¡Tchau Radar!”! Relutei em aceitar, bati o pé, impliquei, mas tudo que ouvi foram respostas do tipo “ele não está nem entre os meus 10 favoritos dos Engenheiros”. Será, oh céus, que meu disquinho de estimação não passa de um coadjuvante na discografia hawaiiana?

Bem, é claro que minha opinião a respeito do 11° trabalho de carreira de Humberto e seus capangas é completamente passional. Afinal, esse jovem redator que vos escreve teve tal álbum como porta de entrada ao universo musical dos Engenheiros, há 10 anos, quando o CD foi lançado. Lembro-me, ainda hoje, de assistir aos primeiros segundos do clipe de “Eu Que Não Amo Você” no Top 10 da MTV, e me perguntar “o que diabos seriam esses Engenheiros do Hawaii??”. Essa pergunta precedeu uma explosão mental tão expressiva que, até hoje, depois de ter passeado por vários estilos e tendências roqueiras, “¡Tchau Radar!” ainda configura em minha lista de álbuns mais preciosos.

Mas a obra não é feita somente de nostalgia. Esse é o trabalho de amadurecimento da formação Humberto, Lúcio, Luciano e Adal, grupo que perduraria somente por mais um registro, o matador “1000 Destinos Ao Vivo”, lançado no ano seguinte. Aliás, poucas vezes a banda soou tão poderosa no palco, provando a indubitável qualidade do grupo. Infelizmente o General Gessinger não agüenta ninguém ao seu lado por muito tempo – ou seria o contrário? – e no ano seguinte o exército de um homem só já contava com outra tropa.

“¡Tchau Radar!” já começa com uma porrada, “Eu Que Não Amo Você”, o carro chefe do disco. A tecladeira marcante, a guitarra destorcida e a batera agressiva dão peso à composição, um tanto fechada e escura, assim como a maioria das demais canções do trabalho. Destaque para o solo de guitarra, simples e preciso, dando à faixa exatamente o que ela precisava.

O disco segue com uma brilhante adaptação de “It’s All Over Now Baby Blue”, de Bob Dylan, recriada por Péricles Cavalcante e Caetano Veloso sob o título de "Negro Amor". Humerto ataca com sua gaita, na época não tão utilizada em canções da banda quanto na fase mais recente. A faixa, uma balada semi-acústica, foi extremamente bem produzida e esbanja bom gosto, agradando a gregos e troianos.

A estradeira “Concreto e asfalto”, direta e indomável, faz com que o ouvinte transporte-se imediatamente a uma BR qualquer. Letra e melodia dão show, e a instrumentação mostra-se extremamente competente, com timbragem impecável. A faixa traz consigo um ar nostálgico irresistível, e apresenta coesão perfeita com o restante do álbum.

A melancolia que permeia todo o disco encontra um de seus mais belos momentos em “Até Mais”. Poucas vezes Humberto Gessinger falara de amor tão abertamente, tão assumidamente, tão sentimentalmente até essa canção. Audição agradabilíssima.

“Nada Fácil” e “O Olho do Furacão”, as duas faixas seguintes, abordam temas mais pesados, como suicídio, depressão e desamparo, tendo reflexo em sua musicalidade obscura e febril. Ambas as faixas possuem letras fantásticas, em que HG soube dosar sua compulsão metafórica.

Retomando o tema de “Concreto e Asfalto”, a banda nos traz “Seguir Viagem”, apresentando, a exemplo dessa última, uma ótima orquestração e produção esmerada. Mais um grande momento do disco, lírico e poderoso ao mesmo tempo.

A próxima canção, “1000 Destinos”, outra balada muito elegante, apresenta ótimas letra e melodia.

Quebrando totalmente o clima e diferenciando-se substancialmente de todas as canções anteriores, a descontraída “Na Real” questiona forças transcendentais, misturando um tema de filme de terror e musicalidade western. Humberto diz ter composto a letra sob uma perspectiva literal, mas aprendeu a considerá-la como uma canção de amor, devido ao fato de vários fãs terem a considerado como tal.

O álbum segue com a beleza rara de “3x4”, uma belíssima homenagem de Gessinger à sua esposa. Diferentemente da roupagem “bobo-alegre” dada à canção no show acústico da banda, aqui “3x4” é revelada com sua real essência: vulnerável e sublime. A gaita e o violão envolvem a voz de maneira perfeita, gerando um momento intimista e sincero.

“Melhor Assim”, outro momento um pouco mais descontraído do trabalho, é um conselho de amigo para amigo. A faixa possui bom trabalho de guitarra e teclado, dispensando maiores comentários.

Eu não consigo pensar em uma conclusão melhor para um álbum de tamanha expressão que a releitura de “Cruzada”, composição brilhante de Tavinho Moura e Márcio Borges. O arranjo de cordas desarma qualquer ouvinte, banhando a canção de maneira tocante. É claro que há o dedo de um grande músico por trás uma tão magistral roupagem: nosso velho conhecido Jacques Morelembaum, para quem já rasguei a seda diversas vezes aqui no blog.

“¡Tchau Radar!”, em minha concepção, foi o último grande álbum de estúdio dos Engenheiros do Hawaii, antes de a banda entrar na veia mais modernosa dos álbuns-gerúndio “Surfando Karmas e DNA” e “Dançando no Campo Minado” e, posteriormente, afundar de vez no patty-pop normalzinho dos discos acústicos. Agora resta esperar e rezar para que Humberto apareça novamente com um trabalho de tão poucas vogais e tanta qualidade quanto esse.

domingo, 17 de maio de 2009



com uns 12 eu descobri que eu não era um bom rapaz,

com 13 eu descobri que eu não era tão inteligente,


com 15 eu descobri que eu não era inteligente,

com 18 que seria difícil ser medíocre,

e com 20 eu já sei que já será um grande feito conseguir ser mais um.


carregando todos os dias antes de dormir o fardo da mediocridade vazia de um vida tão cheia.

sem sentido algum, sem a menor idéia.

sem a menor noção de felicidade.

Aviso


segunda-feira, 11 de maio de 2009

Oração do Jornalista

Pelo pecado que nós jornalistas pecamos diante de Ti,
sob pressão ou de própria vontade
Pela verdade que deformamos diante de Ti,
Pela dureza do coração
Pela venalidade do espírito
Pelo pecado que pecamos diante de Ti ao pré-julgar
e pelo pecado que pecamos diante de Ti no exercício do poder
Pelos preconceitos que alimentamos
Pelos ódios que nutrimos
Pelas reputações que maculamos
Pelos nomes que profanamos
Pelas culpas que presumimos
Pelos lados que tomamos,
Pelos lados que não mostramos
Pelas verdades que deformamos diante de Ti
exageramos diante de Ti, amoldamos diante de Ti
alcovitamos diante de Ti
consertamos diante de Ti
Em função de nada mais do que um prazo de fechamento ou de uma manchete
ou simplesmente por interesse próprio

Por tudo isto,
Desculpai-nos, perdoai-nos, expiai-nos

Pelo pecado que pecamos diante de Ti
ao deixar a ética de lado
Pelo pecado que pecamos diante de Ti
conscientemente ou por descuido
Pelo pecado que pecamos diante de Ti
através de discursos capciosos
por desprezo e esperteza
Pelo preconceito do olhar estreito, pela visão arrogante,
preparando ciladas, espalhando boatos
Pelo pecado de prestar favores, de manter segredos para proteger os poderosos,
e pelo pecado de causar a morte, ao revelar segredos que poderiam identificar alvos
Pelo pecado que pecamos diante de Ti
ao preferir uma única imagem a mil palavras
E pelo pecado que pecamos diante de Ti
ao festejar os erros daqueles que escolhemos para vilipendiar
e ao esconder os males daqueles com quem nos identificamos
Pelo pecado que pecamos diante de Ti
ao garimpar sofrimentos para vendê-los
Pela privacidade que desrespeitamos
Pelos enlutados que exploramos
Pelos bons nomes que arruinamos
E pelos bons trabalhos que ignoramos

Por tudo isto,
Desculpai-nos, perdoai-nos, expiai-nos.

BRADLEY BURSTON - Haaretz 29/09/2006,no Yom Kipur (Dia do Perdão)
- traduzido por MOISÉS STORCH para o PAZ AGORA/BR e o Observatório da Imprensa -

Cempre Serto



Tem umas coisas que acontecem de sacanagem, sabe... Pessoas que são insanas. Tipo, igual quando mudam coisas que estavam calculadamente certas por um motivo escroto. Aí, o dia remarcado novo cai bem em um dia que deveria ser irremarcável. Ou quando você muda de cidade porque todo mundo que você gosta está longe, e pouco tempo depois essas pessoas se afastam, casam, trabalham demais, mudam de cidade ou mostram-se muito babacas, e você fica completamente sozinho, mas consegue se fuder tanto que todo o resto perde o sentido. Não me arrependo de fazer nada por ninguém. No fim, acaba sendo pra mim. Não tenho rumo, não tenho objetivo, não tenho nada além do nada. Mas sei que vou sempre acabar onde deveria estar. Por isso que deixo a vida me levar pra onde ela quiser - plágio barato do Skank - fazer o que quiser comigo, me arrastar até o inferno ou me jogar no paraíso, porque quando o turbilhão parar, eu vou estar no lugar certo. Posso estar com a cara cheia de sangue seco, alguns dentes faltando e uma pulso todo marcado, mas isso não vai me impedir de dar um sorriso banguela. Dá tudo certo, mesmo que dê errado. Sempre dá. Tudo serto. Cempre Serto.
Texto escrito por uma guria com alma de macho [2]

domingo, 10 de maio de 2009

Feliz Dia das Mães!


Homenagem do JornHaw a todas as mães do Reino de Deus.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Campeões!


Cai a noite sobre a minha indecisão


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