sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Tendão de Aquiles

Aquiles foi um herói da mitologia grega, que participou da Guerra de Tróia, que ganhou fama depois de Ilíada, a grande obra de Homero. Segundo o mito, Aquiles além de mais belo, era o melhor, mais destemido de todos os guerreiros gregos, inatingível, invulnerável em qualquer parte do seu corpo exceto pelo seu calcanhar, onde foi acertada uma flecha invenenada que o matou. O tendão era sua maior fraqueza.
Fui pensar sobre isso um dia desses. Alguém me disse que a solidão era o seu tendão e eu pensei muito... Não... Esse não seria o meu tendão desde que o meu objetivo não fosse viver rodeado de gente.
Qual seria meu tendão de Aquiles, foi o que eu comecei a pensar... E não tive muita dúvida. É o fracasso. Eu não sei perder, é dificil ser derrotado. Quero dizer com fracasso exatamente tudo. Quando se perde um amigo, se fracassa. Quando se perde um amor, por algum motivo, você fracassou. Quando não se ama, o fracasso é permanente. No trabalho, em casa, na rua, na vida, o medo de fracassar é algo que me consome. Não conseguir um objetivo é simplesmente a pior coisa do mundo, independente de qual seja o objetivo e o mundo.
Objetivo. Taí uma coisa que deveria ser universal, uma espécie de lei mesmo. Só deveria existir, no mundo, pessoas que tivessem um objetivo fixo, ou vários deles ao longo da vida. Afinal, estamos em constante mudança e as metas são constantemente superadas para darem início a outras. A gente nasce e já vem logo um objetivo: aprender a entender o mundo, as coisas, as cores, as palavras. Quando a gente começa male male a entender, o objetivo é aprender a transparecer, a expressar o entendimento, aí vem a fala, depois a escrita e pronto! já estamos na escola, na droga de escola, independente do motivo e do meio, o objetivo é o mesmo: terminar logo o fundamental, o ensino médio e durante esse período temos outros objetivos: aprender música, beijar tal pessoa, aprender alguma dança e etc. Quando a gente menos espera, lá estamos: vestibular. O maior objetivo que você pensa que vai ter durante toda sua vida aos dezessete anos de idade. É foda... mal sabemos da OAB, do mercado de trabalho, e cara, mais mil objetivos, mil metas surgem em cinco anos de faculdade. Fora os externos, aquele show, aquele artista que você quer conhecer, aquela menina (ou aquele cara) que você quer ficar, aquele estágio que você sonha em conseguir. E por ai vai... a gente vive pela falta de tempo, vive com a vida cheia, vive pra ter objetivos, vive pra vencer. Mas não dá pra conseguir conquistar todas as pessoas, todos os empregos e concursos sonhados, a melhor faculdade, a banda se desfaz antes de você ter grana pra ir ao show, etc. Assim como metas e objetivos, o fracasso é recorrente. Cabe a cada um saber lidar com ele. Mas eu garanto. Eu não sei. E há pessoas que não sabem mesmo. Fracassar pra mim, é como a morte, irremediável, intolerável e causa um sofrimento terrível. Assim como a solidão pra mim é remediável e para outros não é. Cada um com suas dores, cada um com suas alegrias. O que dá pra garantir é que ninguém suporta tudo e cada um tem aí seu ponto fraco, seu tendão de Aquiles, por mais belo, guerreiro e imbatível que seja, a fraqueza é inerente ao ser humano, que é tão forte quanto o elo mais fraco.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

História em quadrinhos


Saio de casa. Esquina. Acho que esqueci de desligar o rádio. Foda-se. Comprar cigarros. Vejo uma mulher de uns quarenta e poucos anos empurrando um carrinho de bebê. E ela fuma. Vagabunda. E feia. Nove e trinta e sete da noite. O que ela faz na rua, com um bebê, hora dessas? Isso não é problema meu. Que morra sem os membros.

Posto de gasolina. Camel, moça. Cinco reais. Troco, chicletes. Vou embora. Rua. Acendo um cigarro. Trago. Solto a fumaça tentando fazer bolinhas. Não consigo. Novela global na televisão do Pit Dog. Idiotas. Tirem suas bundas burguesas da cadeira e vão pra casa, moleques vadios! Foda-se. Isso não é problema meu.

Praça. Banco, sento. Acendo mais um cigarro. Trago. Solto. Tento fazer bolinhas sem tragar. Tem umas pestes jogando futebol na praça. A essa hora. Dez e vinte e três. Bando de filhos sem pai. Numa plena terça-feira. Viadinhos sem cultura.


Apago o cigarro. Fico imaginando como a vida é medíocre, como vim até aqui pra desistir exatamente agora. Por que sou o melhor que consigo ser e não consigo nem ser medíocre. Que se foda. A gente faz tudo, mas nada faz sentido. Mais um cigarro.


Tem dois pivetes parados na esquina, a mesma esquina. Dois pivetes. Um sem camisa. O outro usando uma camisa de futebol, vermelha e preta com um BR. Cada um em uma bicicleta. Estão me olhando.


Se aproximam, os desgraçados. Estilete, canivete. Estou sentado. - Passa tudo. - Não tenho nada. - Não perguntei, mandei passar. - Esvazia os bolsos, esvazia tudo. Carteira, relógio, celular, isqueiro. - Agora corre. - Não posso, sou deficiente, corram vocês. E eles correm.


Um, dois, três. Pausa. Quatro, cinco, pausa maior. Seis. Disparos. Três em cada um dos infelizes. Mandou esvaziar tudo, não foi, FILHO DA PUTA! Porque a vida não é uma história em quadrinhos.






Qualquer semelhança com a vida real é mero jornalismo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

E volta o cão arrependido...



Boa tarde, flores queridas e nobres gafanhotos que pousam na selva jornalística que é esse blog! Nossa, que indrodução gay. Introdução gay. Introdução gay. Ui. Que coisa, não? Estava lendo um texto do Zé Simão, é, o da Folha, que cara fodalhão! Escreve sobre esportes e política e sexo e música e economia e eu esqueci onde é a vírgula, lembrei. Pois é. O cara colocou no papel o que eu acho que vai acontecer no Brasileirão. Flamengo, Palmeiras e o Galo Véio do Éder Aleixo vão chegar até a última rodada disputando o caneco.

Novela da Globo. "Vocês não podem lavar roupa suja em público!". Pô, roupa limpa não precisa lavar, oras! Ou precisa? Pensa, que relaxo: "Vocês não podem lavar roupa limpa e..." Esquece. Essas novelas da Globo são uns lixos. Por isso que assisto Chaves.

E a Infraero, hein? Negligente, digna da Argentina. Manda essa porcaria pras cucuias e cria outra, que instituição ou sei lá o que, órgão, banjo, não sei, que preste! Incompetente, parecendo repartição pública municipal dia de sexta a tarde.


"Ainda não está confirmado que as bombas estavam nos carros...". Atentado brutíssimo em Bagdá. Pra variar, né não Pedro? Dá um pedacinho da Amazônia pra essa galiére ai que eles vão ver o que é bom. Melhor do que deixar as FARC tomarem conta. Parecendo MST.


Atendendo a pedidos (dois), voltam as dicas de moda. Você, fêmea de nascimento e com um corpinho legal, calça sarouel (ou saruel, como queiram) e sandália birkenstock. Mas, só se tiver realmente com o corpo legal. Esses dias vi um balãozinho de pecuária vestindo uma calça dessas. É mole? Não, tá mole, mas levanta. A César o que é de César. Hein...


Ô donos de buteco daqui de Goiânia! Gela essa cerveja, compadre! Taberna, Mangueira(s), Kuka... Uma onda de loira quente que ninguém aguenta. Loira quente é bom, mas no copo tem que estar gelada.


E o gás Hélio de Los Angeles? Desde que falou que não trabalhava com "homissexual" o Goiás não ganhou de ninguém mais. Coincidência? Será? Anderson Gomes. Eu não falei nada. Ou, seu mala! Bate ponto aqui no blog e não participa da comunidade no orkut, né? Aqui. Se não participar, vou chamar a guria louca de bico. É, a hominho. Sem preconceito.


Bom, por hoje é isso. Desculpa por tanto tempo ausente. Abraços, ladies and gentlemen que acompanham o blog. Até breve. Ou não. Rá!


sábado, 24 de outubro de 2009

Memórias do Norte.


No Ipod tocando Beatles. Norwegian Wood. Tentando ler Bernardo Élis mas sem êxito. Começou a pensar na letra da música e viajando olhou para o banco da fila do lado e viu uma linda garota, seu tipo total, pinta de sulista e tudo mais, roupas descoladas e sentimentos surreais. Desconcentrou-se totalmente. E continuou a alternar seu olhar entre a imensidão da beira da estrada de rondônia e a garota.
Voltava sozinho de um mês em Porto Velho, viagem sem muito sentido apenas para ver os velhos amigos. Pegou um barco em Porto Velho para Manaus, subiu o Madeira e Navegou o Amazonas também. Sozinho em meio a tanta água, olhava para o lado e ficava encantado com tanta mata virgem. Em meio a aquele povo tipicamente índio, prostitutas de terceiro mundo e desbravadores desse fim de mundo do nosso Brasil. E agora voltava para Goiânia, faculdade, jogos do Goiás e tudo mais. Cidades de no máximo 50 em 50 km, lindas garotas e toda aquela vaidade.
Sabia que ia sentir falta do Norte assim como tinha sentido todos esse anos. Mesmo sendo um estranho no ninho em meio aquele povo de outro mundo. Mas eram tantos estranhos no ninho, alguns assasinos, outros fracassados e outros apaixonados tentando ganhar a vida. Mas todos sozinhos naquele outro país se chamado Norte do Brasil. Ia sentir falta daquele povo acolhedor, dos rios magníficos e das belas paisagens. Daquela sensação de que tudo estava para se construir no mais perfeito retrato de um velho oeste brasileiro. Na mais perfeita sensação de Brasil sem a contaminação pós segunda guerra mundial. Caboclos descendentes dos seringueiros, dos garimpeiros ou dos caribenhos que foram construir a ferrovia. Gaúchos e paranaenses que assumiram a farde de outro mundo, outra vida. Ia sentir falta disso tudo.
E de repente, um segundo após ter pensado tudo isso sobre a vida a garota linda olhou para ele. Faltava apenas a última cidade antes de sair de Rondônia rumo ao Mato Grosso. E com o ônibus parcialmente vazio a garota perguntou: Você vai descer em Vilhena? E ele responde: Talvez. E percebe algo estarrecedor. A garota linda que o havia encarado tanto tempo tinha uma aliança de casamento. Com um sorriso meigo e lindo ela o convidou para sentar ao seu lado. E isso eram umas onze da noite. Iam chegar em Vilhena 6 da manhã.
Certamente nunca tinha se relacionado com uma garota tão linda em toda a sua vida. Conversaram sobre tudo que se possa imaginar menos detalhes pessoais. Falaram da história de nosso País, da conquista do Norte, de como a família dela saiu do Paraná e foi parar em Vilhena e ele contou como saiu de Goiânia e foi parar em Rondônia. A química era impressionante, gostavam de história, dos mesmos livros e de ouvir uma moda de viola qualquer. Não demorou muito se amaram. Se amaram intensamente como nunca havia amado uma mulher em sua vida. Pensou como poderia viver com ela para sempre o resto de seus dias, sempre quis viver em Vilhena, era uma cidade tão sedutora em sua altitude elevada, clima agradável e habitantes sulistas.
Não demorou muito e ela comentou sobre a infelicidade do casamento e como mal se lembrava como era ser amada assim. E o chamou para ficar, para descer. Por mais inconsequente que fosse estava disposta a qualquer coisa. Chegaram em Vilhena e desceram na rodoviária. Um abraço e um beijo, os últimos. Disse que tinha que voltar no ônibus para pegar um livro que tinha esquecido. Entrou no ônibus e olhou para ela parada sentada no banco da rodoviária olhando para a janela.
Materializou em sua mente seus amigos em Goiânia. A arquibancada verde e branco do serra pulsando intensamente junto com o seu coração. Pensou em tudo,em todas. E assim esperou o motorista entrar no ônibus e o ônibus começou a sair. Teve que contemplar o olhar atemorizante dela para o banco do ônibus que viria a ser o tormento do resto dos seus dias de sanidade. E o ônibus foi embora. E mais uma vez Rondônia Ficou para trás.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Corpos, Soldados e Namorados.

As flautas da ganância tocam e adormecem os cães que guardam o inferno
Nos liberando um caminho que nos fada a uma tristeza eterna
Por quinze minutos de glória e fama
Que levanta soldados feridos de sua cama

O beijo de uma enfermeira,
A paixão de uma dama
A explosão de ódio
A bala que nos atira a cama

Balas de prata para matarem um amor imortal.
Balas que nos atiram a um grande pantanal
De soldados, de corpos e namorados

Batalhas que se travam,
Em que,na esperança de vencer
Perder nos leva a um lugar melhor

Amor imortal
O uniforme do soldado seca no varal
Paixão sanguessuga
Sentimentos que não saem à luz do dia
E voam em sonhos a noite
Sonhos de uma vida vazia.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Não Sorria...Sorrir é um risco!


(Indagações)

Nos últimos tempos, estamos nos deparando cada vez mais com a crueldade humana. Vivendo em um mundo onde até mesmo um sorriso - que é uma manifestação espontânea - vem carregado de insegurança e recebido com desconfiança. Num mundo, onde se relacionar com outras pessoas pode ser literalmente um risco. E eu me pergunto constantemente: "Que mundo é este?""Como e quando vai mudar?" Alguns já não vêm mais saída, outros apostam em recursos governamentais, principalmente na educação oferecida pelo governo, e há quem simplesmente espera e continua levando a vida como se não houvesse um novo dia a cada amanhecer, vivem apenas um dia a mais. A modernidade avança cada vez mais, o teor das informações bombardeiam o nosso dia-a-dia. Oportunidades pra uma vida melhor vão chegando às pessoas, mesmo que lentamente. Com tanta inovação, aparentemente, parece não existir motivos para uma pessoa ser capaz de fazer e proferir tanta maldade, contra si e contra os outros. Talvez seja esta, a incógnita, talvez para viver bem e com a tão almejada paz, seja necessário tão pouco, talvez sejam só simples valores e princípios humanos baseados em bom caráter que precisam ser despertados dentro de cada um de nós. E quando se falar em educação, não limitá-la em conhecimentos específicos, que se aprendem na escola, mas englobar a sabedoria de vida, que podemos adquirir com a família, com os amigos e com a sociedade. Entender que educação é mais do que um saber, é uma questão de postura e bons modos. Quem de nós não gostaria de possuir a certeza de que está seguro? Que um ser humano tão igual á você, seria incapaz de maltratar ou matar pessoas? Ter a certeza de que se pode confiar, que o mundo é bonito sim e que vale a pena viver, quem de nós não gostaria de ter certeza disso tudo? Quem de nós não deseja esse avio, esse sossego? Pena, que estamos ridiculamente, tão preocupados com nós mesmos e mergulhados na ambição, que raramente percebemos que esta mudança está em nós. Sempre vai existir quem ainda acredite, quem ainda tente mudar, mesmo que seja minoria e passem sempre despercebidos. Repassar essa responsabilidade é muito fácil, ainda mais para uma geração acomodada como é a nossa. Não é preciso se desesperar, nem fazer nenhum alarde, o que se pode realmente fazer é simplesmente continuar vivendo. É meio que impossível querer mudar as pessoas, quando você mesmo não consegue mudar. Mas eu acredito, pelo menos, na vazão dos sentimentos humanos, não sei se a curto ou longo prazo, que os noticiários com atos estúpidos e com requintes de crueldade desapareçam, não aconteçam mais. Sei que é utópico demais, mas eu prefiro acreditar, quero ser mãe um dia, e desejo um mundo melhor pro meu filho. Você não???
Enquanto isso, como disse o Dalai Lama, as pessoas vão vivendo como se nunca fossem morrer, e morrendo como se nunca tivessem vivido... Somos todos estranhos e eu arrisco: quem de nós ousa dar um sorriso???
(Por Vanessa Mayane)

Até a próxima terça! Beijos

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Bar do Rock ( escrito em 2008 )


Era mais um dia normal. Tinha ido até a escola, presenciado muito e assistido pouco. O bastante para evidenciar seu egoísmo, arrogância e descaso com tudo aquilo que era indicado. O sino tocou anunciando mais um recreio, mais um passeio pela grande oferta de personalidades. Todos gritando suas habilidades mais medíocres e pedindo, me considere único,me dê por especial. Mas não era desses que ele gostava, ele tinha seus amigos. Em qual deles ele ia parar e absorver um pouco do que lhe faltasse? Ele precisava de futilidade induzida? de nostalgia? ou de pseudo-revolucionários?Agressividade?Talvez. Mas para tudo isso,e muito mais,ele tinha o seu amigo. O mais admirável, o agressivo, o abrangente, suave e delicado, reflexivo ingênuo ou malicioso.
A menina linda demais, que chama a atenção de todos. A menina que não quer a atenção de todos. A menina que é linda demais ,e não dá a mínima sobre ser linda. Que não dá a mínima sobre muita coisa. Que as vezes enquanto o circo pega fogo, ela sorri, mas o sorriso de quem não entendeu e não precisa de piada para sorrir. O brilho de seu cabelo, a simpatia de seu rosto. A irritação do marasmo social, as SUAS roupas. Que vestem ela, para ela, ela ouve, anda, observa, tudo nela é rock and roll. A beleza da apatia, a apatia que rejeita a beleza como é ensinada.
Ele ouve, se diverte em ver como todos os outros são idiotas. Ele observa, ele admira, afinal, ele ama o rock and roll. Acaba o recreio, que bom que ele teve sua dose de rock and roll pura e sem gelo. Sem misturas. Volta para continuar não estando lá e o tempo passa. Com irrelevância passam os segundos minutos e horas. Chega a hora de encontrar de novo o que é digno de sentir saudade. Palavras que te fazem pensar, que fazem com que você se sinta feio,ridículo,pouco interessante. Palavras que te mostram que não há o que temer e sim há muito o que viver. E você se sentiu feio, porque quer ser cada vez melhor, e o que você é ainda não basta, afinal alguns metros de distância os separam. Chega a hora de mudar de faixa,e vamos aos comerciais.
É preciso estudar, ganhar dinheiro educar os filhos para que eles possam ganhar dinheiro e educarem os seus próprios filhos. E isso tudo com todo o anexo embrionário da juventude. Aula de hoje? Você não é o que você diz ou age! Você é a fatura do cartão de crédito do seu pai em 6 vezes no mais caro da loja, com ares emblemáticos de revolução social. Você é quem você cata, você é quem ao qual você bate. Você é baladeiro. Eu te digo você não é nada! Tanta despretensão é uma pilha de nervos e tensas pretensões. Eu digo vocês não são nínguem.
Ligo a televisão em meio ao barulho dos que estão no ar, para fazer o mesmo; ver o jogo do meu time na tela em cores verde e branco. Todos comem bebem e vão. Meu time ganha. Ele volta de bicicleta na noite, olha para o preto do céu que absorve tudo, inclusive a apatia. Ele chega em casa, sua casa, e enfim liga o som. E então é noite, faz um pouco do frio do cerrado. Ele já conhecia o lugar e a cada ano que passava conseguia enxergar mais e mais! No começo, bem no começo ele achou que todos ali eram padronizados, que a língua era o modismo superpotente ocidente-atual. Mas é porque tudo que ele via eram vultos e tudo que ouviu eram susurros de muita gente. Com o tempo, deixou de ver os vultos, aprendeu que haviam várias línguas na multidão, que ficava na porta querendo entrar! Um dia passou a ver tudo, todos!(a porta fechada). O som abafado saindo pelas frestas de ar e o barulho das pessoas de fora. Uns velhos cartazes na parede, umas rachaduras e um letreiro velho,meio caindo,com metade apenas firma na diagonal escrito: Bar do rock and roll.
Havia todo tipo de gente na porta,um velho moço de barba e óculos escuros, terno e gravata, com as mangas cortadas em um gesto rebelde. O velho tinha uma bíblia na mão e dizia pra mim em voz alta, com sua careca reluzente e um rabo de cavalo com o pouco que restava: Jovem,você não sabe o que é rock and roll!
Aceite o verdadeiro rock and roll dentro de você e salve-se! Você é apenas mais um tijolo na parede metido a besta. O rock vai te salvar! Eu achava que era perdido e o rock me salvou progressivamente. Mas queria conhecer mais e olhei para o chão e um filho da puta deitado em meio a cinquenta tocos de cigarro, roupas velhas e cara de nerd olhou para mim,mostrou a língua e acendeu outro cigarro olhando pro céu como se falasse com ele. Um louco mesmo. Na porta, esperando pra conseguir entrar,um mauricinho com all star reluzente e roupa de cores rebeldes combinando com aquela cara enjoativa de primeiro cd, cara de: eu encontrei o bar do rock! Alguns metaleiros bem jovens não sei se esperavam a barba nascer ou o cabelo crescer para que se considerassem metaleiros. Então alguns gritaram, outros correram. E os vi.
Jovens belos e charmosos. Aquele rosto inglês inconfundível. O nerd deitado no chão, deixa de procurar no céu a única equação que nunca conseguiu igualde e grita, hey idiotas, não entrem, a verdadeira diversão é aqui fora! No puro e bom lixo! E eles não ouviram e olhando para o mauricinho da porta disseram antes que ele desviasse o olhar de supresa e admiração contida. Saia da frente. E ele demorou uns dois segundos até abrir a boca. E um deles desferiu um soco que derrubou ele e já emendou o som de sua queda com o chute que deu para arrebentar a porta. E assim,eles entraram no bar do rock. Deixando a porta aberta que eu e muitos outros aproveitaram para entrar. O bar era incrível. Música tocando,visão esfumaçada,muitas mesas de canto com todo tipo de gente. Um bebê chorava no balcão enquanto um palhaço mostrava seu talento.
Ao barman,um bom velho, pedi uma vodca e algo mais em meio a tantas opções. E eles, que haviam entrado de forma agressiva, pularam o balcão abriram a porta de trás do balcão e foram pra uma outra sala. E fecharam, pelo visto, essa porta,apenas seguir os seus passos não bastaria para que eu entrasse, deveria abrir sozinho. Não sei quanto tempo passaria naquele bar, com aquelas pessoas até descobrir como abrir aquela porta.
Quantas doses deveria tomar, quantos cigarros deveria fumar ou em quantas religiões deveriam me converter. Não sabia quantas paixões bastariam ou se uma faria toda a diferença. Se dançaria com todas ou faria um tipo. Olho para o meu lado e lá estava a menina linda do recreio como sempre,linda! Inconfundível. E ela sorriu. Conversamos meia hora, expliquei que não sabia como passar a noite naquela bar novo com uma porta misteriosa a minha frente. Ela estende a sua mão a mim e perguntou: Então vamos dançar? Dançamos, dançamos, quisemos nos sentar, mas dançamos. Alguns anos viriam até que eu me sentasse finalmente e descobrisse mais sobre aquele bar incrível. Afinal, ele era uma criança, não tinha ouvido quase nada, nem vivido. Mas a beleza daquela garota ia durar para sempre como um oásis no deserto.

sábado, 17 de outubro de 2009

AMOR (pra não ficar sem título)

(espero estar na fonte padrão porque não quero pagar cocola pra ninguém)



Com o passar do tempo criei um hábito interessante. Sempre que eu assisto um filme, eu guardo dele uma frase ou uma ideia que normalmente me marca. Há um tempo atrás assisti a um filme, brasileiro inclusive, aclamado pela crítica, em que a personagem principal, após uma separação, relaciona-se com um garoto mais jovem que ela e, num diálogo com a amiga, ela diz que o que sente/vive com o garotão não é amor, é melhor. Isso é muito forte, muito interessante. AMOR um tema que jamais se esgota, mas que só é explorada uma variável, uma variação desse mesmo tema.
Criamos, graças a cultura e sei lá mais a que, a ideia de que é obrigatório durante a vida amar alguém. Mas se for parar pra pensar, amor é algo tão comum e tão cotidiano que nem é a melhor coisa do mundo. Ama-se uma banda, um cantor, um tipo de comida; ama-se um time, um lugar; ama a mãe, uma calça velha, uma música, um personagem de novela. E quando se trata de amor conjugal, é a mesma coisa: é amor. Ama-se à primeira vista, à segunda, ama-se a partir de convivência, ama-se por substituição, mas o amor vai sempre ser amor, em qualquer lugar, em qualquer uso da palavra.
Agora me diz, se o amor é tão comum (sem querer diminuir sua importância, pelo contrário) porque ele é tão especial? Ou ele é especial justamente por ser comum? É um verdadeiro paradoxo que eu não sei explicar. Mas vendo pelo lado negativo: o capítulo da novela dá raiva às vezes, o time quando perde, nem se fala, toda banda tem uma música que a gente não gosta, o vocalista sempre faz alguma coisa que desagrada, o jogador também. Agora, mãe e namorado(a) é melhor não comentar.
Fora amar, tudo no amor é ruim. É o egoísmo, o ciumes, a desconfiança que não passa, a gente sofre, se anula, vive pelo outro. Realmente, há coisas melhores que o amor.
PAIXÃO! Ninguém se apaixona a primeira vista, ninguém é apaixonado pela mãe, pela banda, pelo time. Se for, é um caso de subversão, que não cabe aqui. Quando a gente se apaixona, a gente não pensa em ciumes, não pensa em desconfiança, nem quer controlar ninguém, só quer carregar o que é bom, o que realmente importa, o que faz valer a pena. Acho que é justamente o que a Martha Medeiros quis dizer nesse livro que virou filme. Se apaixonar é bem mais fácil e bem melhor que amar, apesar de durar pouco, segundo a ciência. Mas ah, o cigarro dura pouco e quando acaba, o fumante pega outro. Nem por isso é ruim. A música dura três minutos, quando dura mais, quase sempre é chata. O filme dura duas horas, e a gente lembra pro resto da vida. A gente tem é que parar com a mania de achar que o que é pra sempre é o que é bom de verdade.










Pra terminar meu post eu gostaria de fazer uma pergunta: o que será que ela quis dizer? 5 letras, começando com a letra A?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Mar português





Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Memórias


- Não há como apagar suas memórias assim. Você pode esquecê-las por um instante ou dois, em uma bebedeira, no sexo, jantares com os amigos – está bem, jantares são uma merda, muita comida e pouco álcool – em momentos de alegria (a alegria anestesia as dores), mas quando você deitar sua cabeça na cama para dormir, ela vem, as lembranças... às vezes de manhã quando acordo elas ainda estão lá. Revejo toda a cena em meus olhos: a faca na minha mão, a línguas no chão, os gritos, o som da garganta cortada procurando ar, eu dava o sinal, outro cara entrava na sala, recolhia os corpos, alguns ainda vivos, aí eu não os via mais. Alguns conseguiram fugir, nunca chegaram ao açougue (o nome da sala onde as coisas aconteciam) e hoje estão no poder, aí fico me perguntando, se não matei os caras errados.

- Que merda, hein, cara!?

- Das grandes – Carlos deu trago no cigarro e virou o resto do uísque que estava no copo – mas era o meu trabalho – completou.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Apresentando Séries: House MD

Começa agora a coluna Apresentando Séries, para você conhecer as mais interessantes produções norte americanas para TV. Periodicamente aqui no Jornalistas do Hawaii!! Hoje apresentando a série de drama médico House M.D.







































Para quem não conhece é fácil imaginar que House M.D. trabalha apenas o desenvolvimento dos quebra-cabeças que são os casos médicos, aonde acontece um processo de tentativa e erro até a conclusão do episódio com uma final feliz (ou não). Apesar de realmente a estrutura da série funcionar assim, essa formula serve somente como plano de fundo para o que realmente interessa: O relacionamento do egocêntrico, cínico, anti-social, sarcástico e genial House com sua equipe, seu “amor” e seu único amigo.

Cada caso nos trás um tema, desde religião e política até o relacionamento de trabalho com família, traição, adoção, etc. E estes temas acrescentando algo aos personagens, principalmente ao protagonista. House é extremamente curioso, deseja compreender tudo e o porquê de tudo, para ele, os casos são quebra-cabeças médicos e a cabeça das pessoas ao seu redor são os quebra-cabeças comportamentais. A questão aqui não é salvar o paciente, mas sim resolver estes jogos. A obsessão de House só cessa quando ele descobre a doença, mesmo que seu paciente morra.

House trabalha sempre com a filosofia de que todos mentem, por isso não confia em uma palavra que seus pacientes dizem, só tem contato físico com eles quando o intrigam de alguma forma, ou com suas crenças e opiniões, ou com seus atos que fogem do racional e caem no que ele não compreende, o emocional. Suas discussões com os pacientes sempre levam a uma reflexão, muitas vezes o surpreendendo e emocionando, apesar de ele lutar para não deixar isso transparecer.

Com relação ao seu relacionamento com a equipe, a diretora e seu amigo, House está sempre investigando suas vidas pessoais e usando isso para manipular os atos deles, fazendo testes, apresentando questões e situações pelo caminho, ou analisando suas reações a elas sem interferir. Na maioria das vezes ele acerta, pois conhece as fraquezas das pessoas que o cercam. Na verdade tudo não passa de uma diversão, para ter certeza que ele compreende tudo, reforçar seu ego.

A diretora Cuddy, a equipe Foreman, Chase e Cameron e o amigo Wilson, são todos também muito inteligentes e peculiares e, com o tempo também aprendem a lidar com House, percebendo o que ele deseja e também tentando brincar com a cabeça dele, apesar de na maioria das vezes acabarem “perdendo” esse jogo.

House diz não acreditar em Deus e sempre tenta provar isso com os casos que são apresentados, mas ele tem uma curiosidade espiritual, simplesmente por sua obsessão de saber tudo e às vezes toma atitudes extremas para conseguir essas respostas. Muitas vezes simplesmente se surpreende com coisas que não consegue explicar, mas não admite existir algo alem da racionalidade conhecida.

Pelo que foi apresentado até agora, imagina-se que House é o melhor em praticamente todas as situações da série, mas isso é um engano porque o Gregory é o personagem mais infeliz da série. Não possui relacionamentos e tem medo deles, não se envolve. House é sozinho e não querem a companhia dele. Viciado em drogas para combater a dor que possui na perna direita, aonde sofreu um infarto de coxa. Drogas que só troca se for para mais fortes, até cocaína, alegando ser por conta da dor na perna, mas essa dor só aumenta, porque é psicológica.

Talvez o que mais atraia numa série como essa é a vontade de entender o porquê de House ser assim e se existe possibilidade de mudança. Se um dia ele vai preservar os relacionamentos amorosos que possui, deixar as pessoas se aproximarem e ficarem tão intimas como ele é da sua guitarra e piano. O que atrai nossa atenção é a esperança de que House bote em prática tudo que ele aprende a cada episódio e também que nós botemos em prática, pois são reflexões que servem também, guardadas as devidas proporções e diferenças culturais, para a nossa vida.

Conheça os personagens fixos:

Dr. Gregory House: Infectologista, gênio da medicina que lidera a Equipe de Diagnóstico do Princeton-Plainsboro Teaching Hospital. Obcecado por saber a resposta, o porquê de tudo, passa por cima de qualquer pessoa ou procedimento, sempre dando um jeitinho. Adora fazer jogos psicológicos com sua equipe, é extremamente sarcástico e com um humor negro e peculiar. É apaixonado por Lisa Cuddy, mas não admite nem demonstra por ter medo de se envolver.

Dr. Robert Chase:
Intensivista. House diz ter o contratado porque ele é “puxa saco” e vai fazer tudo que o chefe quiser, mas isso não é bem verdade, pois Chase é um grande médico com opiniões fortes e diferenciais de diagnostico que acrescentam. Australiano, o médico veio de família rica mas não mantém contato com o pai, o qual ele despreza. House trabalha seus problemas pessoais e suas opiniões pessoais e médicas. Chase se apaixona por Cameron.

Dr. Eric Foreman:
Neurologista. De origem humilde, conseguiu sucesso profissional e hoje trabalha com House, que diz ter o selecionado para equipe por sua habilidade em arrombar casas, pois foi um “delinqüente” quando adolescente. Foreman é conhecido por ser frio e totalmente sincero com paciente sem se preocupar com a reação do mesmo. Por seu temperamento, sempre entra em conflito interessantes com House. Após conquistar sucesso profissional, abandonou sua família e não fala de suas origens, vive sozinho e por conta do trabalho.

Dra. Allisson Cameron:
Imunologista. Cameron é uma médica que se envolve com os pacientes e deixa isso atrapalhar em suas decisões médicas, mas também é extremamente competente e por seu comprometimento, é capaz de tudo para recuperar os pacientes. Muito diferente de House, ela funciona talvez como uma balança para os diferenciais de diagnostico e tratamento.House diz ter a contratado por ser uma mulher muito bonita, mas ele conhece o passado dela e sabe que ela se casou com um homem que estava em estado terminal, sabia disso e ainda sofre pela morte deste homem. Isso intriga o doutor. Futuramente ela desenvolve um afeto maior por House, que não se interessa.

Dra. Lisa Cuddy:
Diretora do hospital. Cuddy é a responsável por policiar House, mas acaba cedendo por confiar nas decisões dele e fica por conta de “limpar a bagunça” do médico, vive por conta do hospital e se arrepende por não ter aproveitado a vida e formado uma família. Participa dos diferenciais, mas na maioria das vezes impondo suas opiniões que nem sempre são as melhores e também se envolvendo emocionalmente com os pacientes. Ela também é apaixonada por House, há sempre uma tensão sexual entre os dois, apesar de nenhum deles demonstrar isso.

Dr. James Wilson:
Chefe do Departamento de Oncologia e único amigo de House. Foi casado por diversas vezes e sempre com um desfecho ruim. House considera que Wilson é muito atencioso (grudento) e bom, submisso com as pessoas, que se cansam dele por conta disso. Ele é a consciência de House, a única pessoa que realmente House escuta antes de tomar alguma decisão, apesar de isso só influir nos caminhos que House toma, não nos desejos dele. Todos procuram Wilson para controlar House. Wilson conhece House melhor que todos ali e também consegue o manipular se for preciso.

sábado, 10 de outubro de 2009

O QUE É A MORTE NA VERDADE

Eu já morri tantas vezes que perdi a conta. E ressuscitei em todas elas sorrindo, de braços abertos para o novo mundo que eu mesma criava. Eu não nasci para chorar. Certa vez, ouvi num consultório médico um senhor, já de idade, mas relativamente bem disposto dizendo que a idade dilacera. Pensei tanto nisso, que discordei. A idade só dilacera aquele que não se vê vivendo. E quando esse ser acorda, a primeira coisa que faz é se olhar no espelho, e, pela primeira vez, se enxerga de verdade. Percebe o quanto está velho e acabado, começa a identificar quantas fissuras se abriram e quantos cortes nunca se fecharam. Veríssimo diz com propriedade e muita sabedoria que quem quase morre continua vivo, mas quem quase vive, já morreu.
A morte, assim como a vida é irremediável. Morte é o fim inevitável de alguma coisa. Vida, é o início incontestável de outra. Devemos viver o suficiente para morrermos muitas vezes; muitas vezes no dia, no mês, no ano, na jornada inteira. Morrer a criança imatura do ensino médio para nascer um adulto maduro preparado para faculdade, que também tem que morrer para nascer alguém de fato maduro para enfrentar o mundo, o mercado de trabalho; morrer o covarde para dar lugar a alguém dentro de nós com coragem suficiente para ser feliz; morrer a filha, para nascer uma mãe; morrer a pessoa descrente e desacreditada para nascer alguém com ousadia suficiente para contestar. E por aí vai.
Tudo que morre, morre para dar lugar a algo novo. Não se luta contra a morte, pois ela é o fim inexorável de tudo que um dia nasceu. O que dá pra fazer é ter vontade. Vontade para fazer o que vale a pena. Vontade de matar ou de não deixar morrer. Matar o que dói, o que incomoda, o que mofa dentro da gente, o que estraga. Não deixar morrer a alegria e a satisfação de ter prazer: prazer em ser, em ter, em fazer.
Pelo menos pra mim, é assim que se vive e pra isso que se morre. Se morre para se viver, mais e melhor.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Reflexão


São pequenas atitudes que tornam um ser humano grande, são nos gestos mais singelos que encontramos os maiores tesouros! A cada dia que passa eu percebo isso, e permaneço convicta de que não é preciso muito, para ser realmente feliz...

Felicidade... a felicidade é apenas um sintoma de bem estar, quando estamos em paz com nós mesmos. Por isso não existe alguém que seja feliz as 24 horas do dia, ninguém congela um sorriso assim... Na verdade ser feliz, vai além de um sorriso estampado no rosto, muitas vezes a dor que está por trás de um riso, é desconhecida pelo mundo, e machuca... A ponto de descobrir que felicidade também é saber lidar com a tristeza, é tornar-se forte ao compreender uma decepção!

É uma tirania usar a força de um gigante, é hipocresia achar que você é mais ou melhor que alguém, é covardia fazer o mal. É desvantagem para si próprio alegrar-se com a tragédia, frustração ou infelicidade de alguém! Sabendo que o fim de todos nós é definitivamente o mesmo.


Tudo que lhe atinge enquanto ser humano, atinge da mesma forma seus semelhantes...Colocar-se no lugar das outras pessoas, é ter compaixão, é saber que você não está só, e que o centro do universo está longe de ser um umbigo. O egoísmo, o rancor, a inveja e a ambição estão destruindo dentro de cada um, a única forma de nos tornarmos dignos... Que é o respeito. Respeito pela vida!


Acredito que nos tornamos ainda mais iguais, quando falamos sobre as nossas diferenças... Cada um é cada um... Acreditar no respeito mútuo, é ter fé! É preciso buscar essa fé e intensificá-la dentro de nós.

Talvez tudo que esteja falando aqui, seja utopia... Mas eu tenho fé, eu acredito num Deus que salva e que só me faz bem, numa força que pode até não mover montanhas, mas é capaz de mudar as pessoas e abalar o mundo.

Pode parecer hipocresia da minha parte, acreditar em bondade, em respeito, em felicidade, diante do mundo banal em que vivemos hoje! Mas eu seria bem mais hipócrita se eu abandonasse a minha fé, se eu deixasse de acreditar em mim mesma, se eu desistisse de tentar e lutar por tudo que eu almejo.

Hoje, eu desejo que você esteja bem, que você possa ver o lado bom de tudo que acontecer na sua vida, que você seja um ser humano digno de respeito e que tenha forças para seguir em frente sempre, mesmo que a vida lhe dê motivos para desisitir! A vida não impõe algo que não podemos suportar, você só não pode ser fraco.

Não deixe de tentar ser uma pessoa melhor... Pelo menos, tente! Mesmo que tentar não signifique conseguir... Busque uma fé, e se encha de coragem para assumir isso! O motivo? Quer mesmo um motivo? Você está vivo hoje, e se quisermos fazer algo para nos tornarmos dignos de existir, a vida é o único tempo que temos, e a única alternativa que nos resta. Pense nisso...Não seja medíocre e egoísta a ponto de perceber só os seus problemas e suas dificuldades. Não seja o causador da sua infelicidade e do seu próprio vazio.
(Por Vanessa Mayane)

Isso é tudo que eu tenho para dizer hoje. Até a próxima! Abraços...

O menino que gritava "LODO"

Gente, só pra constar, este é um texto ESTÚPIDO que eu escrevi há uns três anos atrás, e mostra a imbecilidade que governa minha mente. Ele não faz sentido, não é engraçado, e não deve ser reproduzido por ninguém. Possíveis erros de digitação inclusos, pois não me dei ao trabalho de revisar. Aí vai:

O Menino Que Gritava "Lodo"
(por Haig Artur Berberian Jr.)

Em um tempo, nas colinas do norte-ou além- vivia um garotinho no mínimo fanfarrã! Seu prazer era enganar os bons trabalhadores do vilarejo.

__Lodo! Lodo! -ele dizia- Venham! Lodo!
Logo vinham os camponeses, padeiros, vendedores, e todas as pessoas de bem.
__Onde? Onde? -diziam eles, ofegantes e esbaforidos, __Onde está o maldito lodo?!
__ Hahaha, pegei vocês! -ria-se o menino, enquanto os cidadãos o advertia sobre os males da mentira.
Não era lodo o que havia alí, e sim, simples musgo. Então, o ledo garoto partia para os cabritos, cantarolando e brincando.
No outro dia (o sol já havia nascido), o garoto, chorando gritou:
__Lodo, lodo! Vejam só! Lodo!
E todos os camponeses, padeiros, vendedores e todas as pessoas de bem vinham velozes a socorrer.
__Hahaha! Não é lodo! É musgo! Bobocas! -dizia o juvenil. Os adultos diziam:
__Ora, maldito! Um dia pagarás por suas tamóias! Quando realmente houver lodo, ninguém acreditará!
Mas o menino nem ouvia, e logo ia aos cabritos.
Vinte e quatro horas depois(que equivalia a um dia), já estava o menino a gritar:
__Lodo, oh, lodo!
E vinham de novo os moradores do vilarejo a gritar, e se deparavam com o garoto gagalhando ao lado do aveludado musgo. E todos diziam aquelas mesmas sábias palavras, enquanto o juvento brincava com as cabras.
No outro dia, bem cedinho, o pequeno pôs-se a gritar e clamar:
__Lodo! Lodo! Ora, venham! Lodo!
E gritou mais alto:
__Por favor, acreditem, lodo!
Porém ninguém veio ao seu encontro. Pobre garoto... Desta vez havia mesmo lodo, mas ninguém cria.
Ora, naquele tempo, o chão era de pedra, e o lodo se estendeu por todo ele. Ao correr atrás de uma cabra, o menino escorregou no logo esguio e caiu, quebrando sua cabeça em quatro partes.
Uma, foi para a Índia, e virou o elefante sagrado do induísmo.
Outra, foi para a França, e virou a Torre Eiffel.
Outra, foi para o Brasil, e formou o Corcovado.
E a última, foi para os EUA e virou a Estátua da Liberdade.
O sangue da cabeça infantil, que banhou aquele lodo se tornou o Mar Vermelho.
__ E as Muralhas da China? - você pode estar se perguntando. Elas foram formadas muito tempo depois, com o tatataraneto do menino que gritava "lodo", que foi o menino que gritava "lobo". Mas essa é outra história, e é meio sem gracinha.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Concreto e Asfalto

Hoje eu acordei mais cedo, tomei sozinho o chimarrão. Do auge dos meus vinte e sete anos, nunca me senti tão bem, tão vivo. Será que o último dia da vida de todo mundo é assim?
Ontem a tarde fui à casa de meus pais. Não tinha ninguém por lá. Procurar, procurar... Desde menino ouço por alto que meu pai tem uma arma. Nunca vi. Até ontem nunca tinha visto. Ontem eu vi. Uma pistola, não sei bem qual. Suponho que esteja carregada, ou melhor, que tenha pelo menos uma munição. Não precisarei de muitas. E nem sei manusear essa coisa. Sei o básico. Peguei a arma e voltei pra casa.
Imaginei que vinte e sete de agosto não é um bom dia pra morrer, por que o número da minha idade, mas que vinte e oito era um ótimo dia. Estou muito decidido a dar cabo de mim mesmo e nada pode me impedir. Talvez por isso a paz tão grande, eu que sempre vivi na pressão. A certeza de que finalmente posso fazer o que quero me conforta. E será hoje.
Hoje eu acordei mais cedo, tomei sozinho o chimarrão. Fui até a padaria e comprei um maço de Marlboro azul. Uma caixa de fósforos, chicletes Clorets e um chá gelado, mais um. Voltei pra casa e subi.
Moro no quinto andar de um prédio velho do Setor Oeste, na Rua 3. Sou filho de gaúchos. Nadador muito bom, jornalista fracassado. Neto de alemães. Você, a pessoa que me encontrou morto, pode se perguntar: "Porque você não se jogou daqui de cima, em vez de explodir seus miolos e sujar o teto de sangue?" Simples. Vi um sujeito se matar assim e foi traumatizante. O da janela.
Sentei na cadeira de fios da sacada e acendi um cigarro. Fumei. Acendi outro. Fumei e joguei a bituca na sacada do apartamento de baixo. Sempre quis fazer isso. Onze da manhã. Me parece um bom horário pra morrer. Peguei a pistola no maleiro e estou aqui, com ela no colo, escrevendo. Vou deixar a porta aberta pra me encontrarem o mais rápido possível. Marília, te amo. E muito. Se eu fosse sem dizer palavra, será que você escutaria o silêncio me dizendo que a culpa não foi sua? Não se sinta culpada. Espero que essa carta chegue em suas mãos. Aponto a arma pro meu queixo, de baixo pra cima. Eu vou embora agora e espero que você entenda. Não vou ficar, não vou ficar. Fiz o meu caminho, devorei concreto e asfalto.
Um disparo para um coração.
Roberto Neidhardt Borowski, aos 28 de agosto de 2006, onze e treze da manhã.

domingo, 4 de outubro de 2009

Uma coisa é certa: é muito dificil viver hoje em dia. Tendemos à mediocridade desde o dia que nossa mãe pariu. Nos pariu. Além da tendência à mediocridade, há também uma grande tendência à hipocrisia. Nós fazemos de tudo para parecer diferente, pra tenter fugir do senso comum, do povão. E nesse ponto estamos certos. Acho mesmo que temos que ter medo do povão. Só que francamente: um dia, se não foi esse domingo, foi a menos de um mês atras, você só achou Faustão pra assistir e ainda achou engraçado ou tinha uma dupla sertaneja se apresentando no prograva e que você gostava (escondido, porque goiano adora falar que odeia sertanejo e que Goiânia é uma roça). Voce foi, há menos de três meses na bôite que tá na moda na sua cidade alegando que só estava ali porque era aniversário de algum amigo. Você tenta ler livros de autores que ninguém conhece ou que são muito conhecidos (aqueles que todo mundo já ouviu falar mas nunca leu nada sobre... tipo, dostoiévsky), mas já parou um dia pra ler um livro de auto-ajuda, Harry Potter ou Crepúsculo ou foi ao cinema assistir a algum best-seller que virou filme (pra poder criticar depois, né?!). Tudo hipocrisia.
É bom lembrar o que é hipocrisia. Tem aquele cara que fala esquisito, que compõe, toca sete instrumentos e adoraria que todos reconhecessem sua intelectualidade e que vara a noite lendo os rodapés dos livros pra saber o que dizer no outro dia. E tem aquele cara que adora falar que ficou bêbado, que durmiu fora de casa porque ele acha que a boemia é um estilo de vida louvável não só pra ele mas para os outros também. que ele vai ter prestígio tendo um gênio rebelde-indomável. Esse cara fuma pra caramba, bebe pra caramba e sempre para pra pensar se é mesmo feliz assim ou não. Os dois estão perto da hipocrisia e pra isso só dependem de como se sentem por dentro e de como conseguem controlar sua personalidade. Entre a autenticidade e a mediocridade, e a hipocrisia, há um alinha muito tênue.
De tanta boa escola, contato com professores e outras pessoas com senso crítico aguçado, Jornal Nacional, a gente aprendeu o que não é visto como cult e tentamos nos desvencilhar disso. Mas poxa, as vezes é legal ir pra uma micareta, ficar bêbado sem ver e aí não lembrar o que fez e etc. É legal não pra chamar atenção é ser "massa". É legal porque às vezes é divertido fazer o que é recríminável (por nós mesmos). O interessante é justamente isso: criamos regras que nos fazem em parte, infelizes ou, pelo menos, reprimidos. Sexo depois do casamento, não poder falar palavrão, estereótipos de beleza, roupas que são ou não são bem aceitas, regras idiotas controlando, mascarando ou proibindo coisas que não fazem mal diante da ciência mas que a gente mesmo se força a obedecer. Vê se isso não é hipocrisia? Quantas mulheres (mães) dizem aos seus filhos (homenzinhos) pra não tirar a virgindade de nenhuma menina "de família", mas ela mesmo não casou virgem. Quantas vezes as meninas vaidosas deixaram de tomar um big sorvete, uma pizza ou deixaram de beber cerveja porque "dava barriga"? E porque barriga tem que ser feio? Na Grécia era sexy. E quem inventou que falar palavrão é deseducado? Quem convencionou as regras de educação? O ser humano não gosta de ser feliz. É como se a felicidade fosse um ultraje.
Entregamo-nos tão facilmente aos estereótipos que nem os percebemos mais. Quem faz Direito deve falar um português impecável, andar bem vestido e de nariz empinado. Quem faz jornalismo, publicidade e propaganda, DEVE ir pra facu de all star ou havaianas. E quando alguem subverte essa lei, é quase expulso para o campos com o qual seu estilo se assemelha. E o professor que não se veste de acordo não tem o respeito dos alunos, se é novo demais tem que dar um duro danado pra conseguir confiança. E tudo na vida é assim: baseado no preconceito. Pré-conceito, o conceito que fazemos baseado em assuntos prévios, generalizações ou na nossa cabeça futurista, jamais na ciência e na racionalidade.
É ridículo, mas é verdade. Nesse mundo nosso em que tudo é convenção, que tudo é criado e imposto, a alteridade sai de moda e dá lugar ao preconceito. Impomos a nós mesmos regras que no fundo não queremos obedecer, coisas das quais na verdade não gostamos ou simplesmente nunca paramos pra pensar e fazer uma verdadeira análise. E é assim que acontece. Aos olhos dos homossexuais, os hetero são aberrações.

sábado, 3 de outubro de 2009

Pedro, O louco.


Terra de gigantes, um dia desses num desses encontros casuais.




Toca o despertador e Pedro acorda. Acorda desesperado,em agonia. Com todo aquele barulho e aquele cheiro insuportável da fumaça dos carros.


Terra de gigantes, algum dia desses num futuro não muito distante.

Toca o despertador e Pedro Acorda. Acorda desesperado,em agonia. E a voz da mulher dos seus sonhos envolta em seus lençóis diz: Pedro, o que é você tem?

E ele responde: Não suporto esse ruído,essa agonia!

E ela diz: Mas meu amor, já não passa nenhum carro por aqui.

E ela então acende um cigarro e liga a televisão.
E ele diz: E também já não passa nenhum filme na TV.
E ela : Eu apenas gostaria de ver o noticiário matinal.

Você?Que enrola outro cigarro?Por aí?Não dá bola para o que VAI ACONTECER.

Então o silêncio reina no quarto,a frustração de paira no ar junto com a fumaça em um fênomeno físico onde pela primeira vez dois corpos ocupam o mesmo espaço.

Então Pedro entra para o banheiro,para tomar um banho e se arrumar para a faculdade.

No caminho para a faculdade o rádio diz fatos cruéis,e Pedro se lembra: Mais um pouco, mais um século termina.

O carro para no sinal e de vidros fechados,um político desfilando pelas ruas. Então ele fala novamente consigo mesmo: E mais um louco pede troco na esquina.

Então sua inconveniente sensualíssima amada juvenil diz: Tudo isso já faz parte da rotina.

E ele responde,de pronto,rispidamente. E a rotina já faz parte de você.



...

Começa a aula, começam os devaneios utópicos de loucura. Legalização da maconha, células tronco, união entre pessoas do mesmo sexo e outros temas. E o professor, típico burguês chegando nos trinta, filho da puta, vestindo panos ianques, do alto de sua pinta de galã tenta mobilizar cada um em sua luta por um mundo melhor, sobre salvar a natureza, respeitar as diferenças e tudo mais.

Então uma hora dessas ele acusa Pedro de ser indiferente, de ser desmotivado.

Então Pedro levanta agressivamente diz:

Você que tem idéias tão modernas, é o mesmo homem que vivia nas cavernas.

Então rumores tomam contas da sala,um grande zum zum zum e as vozes das garotas castradas intelectualmente pela mídia dizendo, nossa, ele é louco!

E então ele continua seu discurso.

Você,que tem idéias tão modernas, é o mesmo homem que vivia nas cavernas. Todo mundo já tomou a coca-cola e a coca cola já tomou conta da china. E ele olha para a menina de seu lado,pensa em sua relação falida e como sempre se interessou por sua colega de sala. Então diz também: Toda cara luta por uma menina.

E de repente um colega levanta e grita esbravejando tesão em suas palavras e fúria:

E A PALESTINA LUTA PRA SOBREVIVER!

E todos se levantam em um único som de VIVA e a anarquia é instaurada na sala e o pobre burguês intelectual perde totalmente o controle da situação.

Pedro cada diz mais cansado dessa vida de rotina única e massacrante. E um belo dia resolve se matar. Para de frente para o revólver e percebe não ter coragem. A sua decepção só aumenta. Como gostaria de morrer. Sai para a padaria da esquina, ainda em dúvida sobre se matar, em casa ou ali no meio da rua. Então de repente sente o cano gelado de uma arma em sua nuca no balcão da padaria e um voz infantil e desnutrida grita. Isso é um assalto. Pedro sem pensar duas vezes vira de repente e descarrega o tambor de seu 38 e logo depois percebe que era um garoto de no máximo 14 anos. O desespero toma conta de sua alma e ele imediatamente dá um tiro em sua cabeça. E o senhor de 40 anos olhando aquilo tudo calmamente entra em seu carro com seus pães frescos para o café da manhã da família.

Então no outro dia no jornal da cidade a manchete da tragédia na padaria com o seguinte título.

E a cidade cada vez mais violenta.

Em um lado da cidade os burgueses intelectuais comentavam no refeitório de sua faculdade lendo a notícia em seus laptops, surgem piadinhas e um deles com um ar intelectual clássico charmoso e sensual diz: Tipo chicago nos anos 40.

Enquanto isso em algum lugar por aí alguém acorda desesperado pela manhã e quando sua mulher pergunta qual o problema ele a espanca. E ela diz sorridente com cara de quem gostou: Você está cada vez mais violento,no seu apartamento nínguem fala com você.

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