sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Um filho e um cachorro




Goiânia 2018,



Despertador. Música 'Vejo Tudo', novo sucesso dos Engenheiros do Hawaii na formação GLM. Gessinger, Leindecker e Maltz. Dia frio na capital. Café. Cigarro. Dunhill. O antigo Carlton. Do meu celular, abro minha caixa de e-mails. Um do Plínio Lopes, meu amigo dos tempos de faculdade. Maluco ele. Tá lá na Inglaterra, cobrindo a Copa. Minha esposa está grávida. De novo. Não pude ir.

Ele me conta como é o ar de Liverpool, as cervejas, os cigarros, as pessoas. Me fala de como Alexandre Pato é um cara humilde e exerce uma liderança ensinando os mais jovens. Neymar está contundido, fora da estreia contra a Bélgica. Me pergunta ainda a quantas anda o processo separatista da República Farroupilha, que finalmente vai sair do papel. Pedro Malta está lá, pela Veja. E me conta dos seus problemas amorosos. De seu encontro.

É incrível como dez anos se passaram e a velocidade em que as coisas mudaram. Dez anos atrás eu postava aqui frequentemente. Hoje em dia, posto uma vez por mês e olhe lá. Sou pai de um filho, tenho um fox terrier que se chama Gil. Me casei durante a Copa de 2014 e perdi a final. Não vi o acesso do Vila por causa de uma dengue. Meu filho nasceu em 2015 e não vi a final da Copa do Brasil entre Goiás e Portuguesa. Vida medíocre, classe média pequena burguesa urbana. Eu vivo uma vida classe média pequena burguesa urbana.

Telefone toca. Luís Gustavo, o Negão. Seguro do meu carro é com ele. Carro do ano, apartamento no Bueno. Mas ainda me falta alguma coisa, sabe? Engrosso o coro dos contentes, me contento em ser banal. Sento no sofá da sala e puxo um cinzeiro, presente do Rafael Rabelo, lá da Placar. Acendo um cigarro. Ouço meu filho chorar. Vou ver o que é. Paro de frente o espelho e vejo uma barba que há dez anos era sonho. E ela tem fios brancos. E sabe qual é a utilidade dela? Nenhuma. Me sinto como num comercial de margarina. Me chamam de tio no elevador.

'Meu bem, vou sair. Me espere que eu volto pro almoço.' Vejo tudo claramente, com meus óculos de grau. A realidade cor-de-rosa fica embaçada. Uma vontade de pular daqui de cima. Despedir o meu patrão. Pagar por minha felicidade. E era o Plínio que se considerava medíocre dez anos atrás. Vontade de sumir e quando voltar ver meu guri formado. Mas não posso. Preciso viver esses quinze minutos de eternidade.

Porque a vida não é uma história em quadrinhos.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Norwegian Wood ( This Bird Has Flown )


Você é linda. Talvez você seja tudo que eu sempre procurei e me fez feliz de uma forma diferente. Mas sei lá, não tá rolando. Essa vidinha básica de classe média pequena burguesa urbana me incomoda. Ficar preso em lugar só. Talvez eu volte, talvez não. Muito provavelmente você não irá me esperar. Acho que o meu caminho é pra ser seguido sozinho. Parece que tudo é sintético, de plástico. Não sou o cara pra segurar sua mão na fila do cinema. Mas sabe como dizem por aí, as flores de plástico não morrem.


Liverpool 2018,


Engraçado, eu sentado aqui nesse pub, sozinho. Ao meu lado vejo uns jovens bêbados, tipicamente ingleses comemorando a vitória do Liverpool na Champions League. Cheguei uns meses mais cedo para cobrir a copa que se aproxima. É tão emblemático estar aqui. Não sei o que tem nessa cidade que sempre me atraiu. Titanic, futebol copeiro, Beatles e Pink Floyd. Acho que é o bastante pra uma cidade me seduzir. Esse bilhete de despedida que tenho decorado não sai da minha cabeça. Escrito quase 10 anos, faculdade e aquela coisa toda. O Goiás ainda não tinha sido campeão Brasileiro, o blog não era famoso e sequer sabíamos o que seria de nossas vidas. E então nunca me dei o direito de achar que sairia alguma coisa que prestasse de mim. Sabe como é, essa vida é curta demais.

Esses dias foi aniversário do blog, 10 anos já! Então numa atitude um pouco fatalista escrevi esse bilhete e nunca mais nos vimos. E 10 anos depois não encontrei outra pessoa que amasse da mesma forma. Ouvi dizer por aí que ela se casou, tá até pensando em ter um filho. Não sei valeu a pena. Já diria um de nossos poetas prediletos que tudo vale a pena se a alma não é pequena. Mas o fato é que abri mão de tudo. E conheci muito coisa. Caminhos distintos.

Não tenho o menor problema em postar tudo isso aqui, duvido bastante que sequer ela leia o blog. E de repente quem entra ? Ela entra acompanhada de seu marido, com uma pequena barriga, deve ter uns 4 meses. Um pequeno passeio pela Europa. Ele sequer me conhece, mas parece ser bastante amoroso com ela. Ela sequer olha pra mim. Não sei se vou ao seu encontro. De repente não sei de nada mais. Por mais de uma hora dividimos o mesmo ambiente. Ela parece ser incapaz de reconhecer minha presença.

E isso parte o meu coração. Penso que poderia ser eu ao lado dela. Que o filho poderia ser meu. E o que tenho eu? Sozinho, Sozinho e Sozinho. Quando olho novamente ela não está ao lado de seu marido, engraçado. Logo ela volta e senta ao seu lado. Diz alguma coisa pra ele e eles saem.

Passados mais ou menos uns 30 minutos um funcionário do Pub me entrega um guardanapo com uma marca de batom inconfundível. E isso só aumenta minha dor. E escrito com sua letra inconfundível:

"Sabe o que dizem por aí né? As flores de plástico não morrem."

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Chan(n)el Hair

É uma garota linda. Cabelo curto, sandálias birkenstock. Isso significa que eu a olhei dos pés a cabeça, da cabeça aos pés. Calça saruel e um colar de sementes que em qualquer outra pessoa ficaria brega. Mas nela não. Ela é linda. Tem estilo. Tem mel. Morena, um narizinho tortinho, uma graça. Um olhar que me faz derramar. É, se eu tivesse um copo na mão derramaria. Seios médios e firmes. Pernas perfeitas. E pés que me dão vontade de ter nascido sandália.

Pois bem. Estou na biblioteca. Olho pra um papel onde está escrito 'Fale baixo! Você está em uma biblioteca.' E ela está a poucos metros de mim. O perfume dela invade minhas narinas e me excita. Ela está cantarolando Back to Black, da Amy. Tudo nela me atrai.

Só nós dois numa biblioteca do tamanho do Antônio Accioly. É, o estádio. Ela percebe que eu estou olhando pra ela, e sorri. Um sorriso que me joga nas cordas, puxa de volta e me joga de novo. 'Tá tocando', ela fala. O que? 'Seu celular'. Ah tá, 'brigado.

Nessas horas eu odeio o Humberto Gessinger e a mania de grandeza dele de achar que é bem vindo em todos os momentos, a mania besta que ele tem de entrar sem ser chamado com o 'Entre um rosto e um retrato' dele. Interrompeu um momento mágico. Eu olharia pra ela por horas. E a desejo como um... como um dedo deseja um anel. Sai daqui, Humba! 'Já não vejo diferença entre os dedos e os anéis...'.


Um dia eu irei carregar as compras dela, abrir a porta do carro e falar, 'entra, meu bem'. Vou carregá-la nos braços e soprar seu cabelo chanel, tirando da testa. Vou colocá-la na cama quando ela estiver cansada de escrever a coluna social. Por que não passa de ilusão, né HG?


Para a mulher mais charmosa do Campus V da PUC-GO.



terça-feira, 24 de novembro de 2009

Pessoa, Fernando A



Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é
dor.
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que
escreve,
Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,
Mas só as que ele não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse camboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa

Isto


Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto

Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé.
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!

Fernando Pessoa


E para aqueles que acreditarem estar diante de alguém que não sabia o que fazia ou quem era:

"A vida de todo ser humano é um caminho em direção a si mesmo, a tentativa de um caminho, o seguir de um simples rastro. Homem algum chegou a ser completamente ele mesmo; mas todos aspiram a sê-lo, obscuramente alguns, outros mais claramente, cada qual como pode”
[Do escritor alemão Hermann Hesse (1877 – 1962)].

Hoje resolvi exaltar este cara que eu considero fantástico! Escolhi meus dois poemas preferidos, que têm muita vazão e postei para compartilhar com a galera num momento mais literário.

Não sei se agrada, e se todos concordam, mas para mim a pessoa do Fernando Pessoa é "do caralho"!!! Pra quem gosta, eu sei que entende o uso da expressão! É isso..

Boa semana pra geral!! Até a próxima!!! beijos

sábado, 21 de novembro de 2009

Insônia.



Fico olhando o centro pela madrugada. De todo o movimento do dia restam apenas alguns latidos secos ecoando e alguns mendigos dormindo num raio de 500 metros. Nos prédios algumas janelas acesas. Fico pensando em um cara como eu ou como você, sentado no sofá de cueca assistindo um filme bem ruim na rede globo. Ou em alguma garota linda solitária ouvindo Beethoven com indescritível solidão assistindo o cair da madrugada.

Do meu lado um casa vazia provavelmente construída nos anos 40, 50. Fico imaginando toda a história daquela casa, quantos garotos cresceram brincando em uma avenida sequer asfaltada e viraram adolescentes naquela mesma casa. Hoje vazia e a venda para se tornar mais um comércio. Penso também aonde estão todas as pessoas que passam ali durante o dia. Dormindo com a pessoa amada em algum periferia sequer asfaltada fazendo amor em silêncio pois os filhos dormem no chão ao lado.

Sinto uma sensação muito ruim que insiste em não ir embora desde que a adolescência chegou. È cruel, quando eu penso ter melhorado ela volta. Queria entender. Falta tesão. Um vazio que consome e corrói e uma grande sensação de solidão potencializada pelas realizações medíocres de uma vida que passa rápido. Tão rápido quanto o cigarro que eu acendo. Queria parar de fumar. Mas a vida passa tão rápido quanto o fogo desse cigarro.

Esses dias pra trás me divertia assistindo o Palmeiras de Luiz Felipe Scolari na televisão. Depois, pouco depois vi meu time ser campeão da série B. E hoje numa dessas ironias da vida passa o jogo no Canal PFC e me senti velho. Perceber que tudo está tão diferente. Os jovens já são velhos e os velhos não jogam mais. E me lembro que já tenho 21 anos que passaram tão rápido quanto meu cigarro se vai. Mais um cigarro. Mais um dia. Mais um louco pede troco na esquina.

Essa rotina que consome e me incomoda. Faço de minhas as palavras de Che em diários de motocicleta. Não quero ser o velho de roupas esquisitas filho de imigrantes com um jornal embaixo do braço voltando da banca no Moema muito menos o velho sentado sozinho dia após dias na porta de sua casa.

Mas infelizmente a mediocridade é a minha sina: “ To sempre escrevendo cartas que nunca vou mandar. As vezes não entendo minha própria letra e minha própria caneta me trai” O mundo já tem os heróis que precisa.
E não faço nada para ser especial. Nada além de ser um grande clichê,mas se é pra ser clichê, não sou nada mesmo e nunca serei. Mas a parte disso tenho em mim todos os sonhos do mundo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Um desabafo nada original

Dia 10/11: fui assaltada voltando do trabalho. Desci do ônibus e atravessei a rua, nesse exato momento dois pivetes levaram minha bolsa recheada. Carteira, dinheiro, cartão de crédito, documentos, chaves, etc. Mas podem ficar calmos porque eu não vou narrar minha experiência, nem falar sobre a vida pregressa dos pivetes, muito menos do crescimento da violência urbana e de como isso é assustador, até porque se eu fosse fazer dessa história algo triste e emocionante, eu teria que dramatizar muito. Violência é um tema que não comove mais e é esse o problema. Eles simplesmente levaram minha bolsa, não me machucaram, não fizeram nada comigo, devo agradecer por isso. Foi o que todos disseram.
No tempo de Renato Russo a violência poderia até ser fascinante. Fins da década de oitenta, início da década de noventa, obviamente já havia violência, mas não como hoje. Nesse período o Brasil passava por uma inflação sem precedentes e um crescimento econômico desordenado em decorrência da baderna que os militares fizeram, o que acabou influenciando o comportamento das pessoas. Com o crescimento houve migrações; pessoas vinham a todo momento de estados em maior dificuldade para tentar a vida nos estados mais desenvolvidos, e se deparavam com crise, crise em todos os lugares. Essa história todo mundo conhece: surgiram favelas nas grandes cidades, e com isso a violência só aumentou. Não há mais fascínio porque não há mais novidade. Não há nada de novo no que se vê hoje, exceto seu poder de disseminação. Não há o que se inventar em matéria de tortura, furtos, agressões, mas há o que se inventar ou reciclar em matéria de repressão. Os policiais, sem nunca terem lido Hobbes, sabem que o homem é lobo do próprio homem e sem nunca terem lido Rousseau dizem que a sociedade corrompe o indivíduo e o sistema favorece ao marginal. Com o perdão da pobre e crua expressão, é o caralho. A sociedade não corrompe e a polícia falha sim. A única coisa que é certa, é que o homem é de fato, o algoz. E o favorecido é o mais forte e o mais esperto. Em tudo é assim, em toda nossa vida, em todos os lugares. Mas o destino desse marginal já é conhecido. Ele não vai pra cadeia, porque a polícia está preocupada demais em fazer greve e a legislação está preocupada demais com os direitos humanos para se preocupar com esses semi-humanos ladrões de dignidade. Eles vão ser mortos por seus superiores. Porque vão transgredir alguma regra da legislação especial que regem suas vidas, não vão vender bagulho suficiente, vão roubar uma bolsa sem dinheiro ou vão se meter em alguma merda. Seleção natural foi o nome que Darwin deu à mesma coisa que Hobbes trata em Leviatã. A força e a superioridade daquele que nasce pra comandar.
Mas em uma coisa Renato acertou, amar ao próximo é muito demodê. Eu diria mais. Respeitar o próximo é muito demodê. E é interessante porque essa galera tarada por direitos humanos na verdade não pensa em respeito e amor ao próximo. Deve-se falar em direitos humanos quando a questão envolve um filho da mãe que rouba, mata, estupra e leva embora a dignidade de outra pessoa, inocente, trabalhadora que ganha a vida de modo honesto? Outro absurdo é a maioridade penal ser 18 anos. Desde 1940 a maioridade penal é 18 anos. Eu não preciso me estender falando sobre a mudança ideológica ocorrida nesses quarenta e tantos anos. Francamente, está tudo errado.
Direitos humanos devia servir para quem é humano, a polícia deveria se organizar melhor, se dividir melhor, ter um melhor planejamento e evitar greves; e a legislação deveria favorecer às pessoas de bem e tratar os desiguais à medida que se desigualam, relativizando até mesmo os tratados internacionais.
Me cabe mais um desabafo. Eu espero, que um dia, nós, sejamos grandes o suficiente pra não precisar agradecer quando alguém simplesmente roubar algo nosso. Que sejamos grandes o suficiente pra poder reaver tudo que perdemos, não só o dinheiro e o sono roubado; que um dia não precisemos passar por nenhum tipo de furto. Que um dia a polícia faça alguma coisa de eficiente, que a legislação seja menos inócua, menos anacrônica e viva, exista e surta efeito em tempo real. Enquanto nós tivermos esse pensamento pequeno e inferior de agradecer por simplesmente termos sido roubados, muita coisa será tirado da gente. Que um dia não ouçamos um policial dizer que não adianta, que o bandido corre muito e ninguém pega. Que a lei mude, que o policial se qualifique e que nós, que nós cresçamos, tomemos atitude e tenhamos vontade suficiente pra mudar o que não nos satisfaz ao invés de reclamar e botar a culpa nos outros.



em off: feliz estou de fazer parte desse um ano, temos que beber uma por isso!!! Amanhã, pode ser? ;D

Um Ano!

Boa tarde, meu povo e minha pova! Bãos? Sabem que dia é hoje? 18 de novembro de 2009. E sabe o que isso significa? Que o Jornalistas do Hawaii está completando UM ANO! Isso mesmo, um ano! Fodalhão. Quem diria, hein? Que o blog da resenha do fundão, dos malas do palheiro, iria durar um ano! E assim, um ano mesmo, com postagens 'frequentes'... Isso realmente me deixou de pipiu duro.

Um ano de JorHaw, realmente um ano digno. Postagens sensacionais nesse tempo, mas a rasgação de seda que se foda e o que realmente me importa é que o blog está aqui. Confesso que estou surpreso de como o tempo passou rápido, até parece que o homem do tempo é o... É, ele mesmo. É engraçado ficar lendo as postagens do começo do blog. Eu, um ano mais experiente, uso até palavras diferentes daquela época. E minha barriga aumentou consideravelmente. Jardel mais careca. Negão mais magro. Rorrô virou Boi.

Só tenho que dizer 'obrigado' aos que mantém vivo o JorHaw, aos nossos fiéis visitantes, que são o de mais importante nesse tempo. É isso. Depois volto aqui com mais tempo, tá meio corrido. Feliz aniversário a nós, e que alguém pague a cerveja da comemoração.


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Reinventando a beleza


Porque será que ainda existem pessoas que insistem em afirmar que a beleza, a tão almejada beleza escultural, física, está nos olhos de quem vê? Isso é hipocrisia, todos nós sabemos que hoje em dia existe sim um padrão convencional de beleza a ser seguido, imposto pela nossa sociedade. Onde a idéia do belo se tornou algo fixo e concreto, dismistificado, banal e inquestionavelmente comum. As pessoas estão cada vez mais focadas na reconstrução do seu esteriótipo, perderam a identidade, mudaram seus conceitos de plenitude e beleza.
De repente, de tanto querer ser diferente, as pessoas não percebem que estão se tornando cada vez mais iguais, mais artificiais, robóticas e consequentemente evazivas.
As pessoas se deixam levar pelo modismo, seguindo tendências, sempre querem retocar, concertar ou remover algo indesejável no próprio corpo. São seduzidas pela onda da cirurgia plástica, da lipoaspiração, enfim... São raríssimos, aqueles que se dizem conformados com o que possuem, que se sentem bem da forma que são.
Existem pesquisas que comprovam que as mulheres lideram o ranking das insatisfações, lutam diariamente contra o inevitável envelhecimento, contra a queda dos seios, contra as rugas que se formam no canto dos olhos quando sorriem - que nada mais são do que marcas das expressões faciais. Elas lutam diariamente contra elas mesmas, preocupadas com a beleza, procurando aumentar o próprio ego e elevar a auto-estima, como se a vida fosse um espetáculo teatral e pudesse ser adiada porque não houve retoque na maquiagem.
O próprio presidente da Sociedade Brasileira de Cirúrgia Plástica Regional de São Paulo, João de Moraes Prado Neto afirma que o resultado dessa obsessão são bizarrices produzidas por falta de bom senso, tanto dos pacientes quanto dos médicos.
Então, fico me perguntando "o que será que acontece com as pessoas?" Elas estão perdendo seus limites, por exagerarem demais, por não se contentarem, não se amarem o suficiente para se aceitar como são.
É fato também que tudo isso é fruto de uma sociedade capitalista, todos querem ser notados, querem aparecer, querem ascensão social e estar dentro dos padrões exigidos pela cruel sociedade.
É certo que os valores são outros e tendem a ser repassados com maior intensidade para as futuras gerações, não sabemos onde tudo vai parar, se é que vai parar. Mas como toda ação tem uma reação, ainda veremos muitas consequências desta obsessão descontrolada em criar uma beleza esteriotipada.
Para tudo tem-se limites, é preciso repensar com quantas plásticas se faz uma pessoa, quantas e quais cirurgias são necessárias para reparar ou até mesmo mudar o caráter, os princípios e a ética de alguém, já que isso faz tanta gente feliz. Quem dera um ladrão, mudasse sua conduta com um aplique de botox.
Para a verdadeira beleza não existe fórmula, cirurgia, silicone... São valores e princípios que consistem apenas na essência do ser humano. Infelizmente pouco notada no cenário atual.
Quem sabe um dia, as pessoas consigam compreender o que é a verdadeira beleza, e onde ela pode ser encontrada, entender a lógica do natural, do simples e do espontâneo e que perfeição não existe. Aliás existe e se define como uma só: Natureza! Só esta, sabe ser perfeitamente linda em cada uma de suas minúcias.
Que as pessoas então percebam que elas perdem tempo demais tentando construir algo que pode estar dentro delas, que descubram a beleza e a delícia de ser e existir. Que compreendam que não se cria, nem inveta a beleza, mas se auto-descobre.

Por Vanessa Mayane.

"Quem é viva sempre aparece!" rs Até a próxima... beeijos!

Eduardo e Mônica: Análise


Putz, eu postando duas vezes no mesmo dia... Acho que a última vez que fiz isso o Doalcei Camargo ainda era vivo. Pois bem. Eu estava dando uma passeada na blogosfera aí antes de estudar e vi uma análise um tanto quanto interessante da música Eduardo e Mônica, do Legião. Aí, na base do ctrl c+ ctrl v, resolvi colocar aqui. Peguei aqui.


A música Eduardo e Monica da banda Legião Urbana esconderia uma implicância com o sexo masculino?

O falecido Renato Russo era, sem dúvida, um ótimo músico e um excelente letrista. Escreveu verdadeiras obras de arte cheias de originalidade e sentimento. Como artista engajado que era, defendia veementemente seus pontos de vista nas letras que criava. E por isso mesmo, talvez algumas delas excedam a lógica e o bom senso. Como no caso da música Eduardo e Mônica, do álbum "Dois" da Legião Urbana, de 1986, onde a figura masculina (Eduardo) é tratada sempre como alienada e inconsciente, enquanto a feminina (Mônica) é a portadora de uma sabedoria e um estilo de vida evoluidíssimos. analisemos o que diz a letra.



Logo na segunda estrofe, o autor insinua que Eduardo seja preguiçoso e indolente (Eduardo abriu os olhos mas não quis se levantar; Ficou deitado e viu que horas eram) ao mesmo tempo que tenta dar uma imagem forte e charmosa à Mônica (enquanto Mônica tomava um conhaque noutro canto da cidade como eles disseram). Ora, se esta cena tiver se passado de manhã como é provável, Eduardo só estaria fazendo sua obrigação: acordar. Já Mônica revelaria-se uma cachaceira profissional, pois virar um conhaque antes do almoço é só para quem conhece muito bem o ofício.

Mais à frente, vemos Russo desenhar injustamente a personalidade de Eduardo de maneira frágil e imatura (Festa estranha, com gente esquisita). Bom, "Festa estranha" significa uma reunião de porra-loucas atrás de qualquer bagulho para poderem fugir da realidade com a desculpa esfarrapada de que são contra o sistema. "Gente esquisita" é, basicamente, um bando de sujeitos que têm o hábito gozado de dar a bunda após cinco minutos de conversa. Também são as garotas mais horrorosas da via-láctea. Enfim, esta era a tal "festa legal" em que Eduardo estava. O que mais ele podia fazer? Teve que encher a cara pra agüentar aquele pesadelo, como veremos a seguir.

Assim temos (- Eu não estou legal. Não agüento mais birita). Percebe-se que o jovem Eduardo não está familiarizado com a rotina traiçoeira do álcool. É um garoto puro e inocente, com a mente e o corpo sadios. Bem ao contrário de Mônica, uma notória bêbada sem-vergonha do underground.

Adiante, ficamos conhecendo o momento em que os dois protagonistas se encontraram (E a Mônica riu e quis saber um pouco mais Sobre o boyzinho que tentava impressionar). Vamos por partes: em "E a Mônica riu" nota-se uma atitude de pseudo-superioridade desumana de Mônica para com Eduardo. Ela ri de um bêbado inexperiente! Mais à frente, é bom esclarecer o que o autor preferiu maquiar. Onde lê-se "quis saber um pouco mais" leia-se" quis dar para"! É muita hipocrisia tentar passar uma imagem sofisticada da tal Mônica.

A verdade é que ela se sentiu bastante atraída pelo "boyzinho" que tentava impressionar"! É o máximo do preconceito leviano se referir ao singelo Eduardo como "boyzinho". Não é verdade. Caso fosse realmente um playboy, ele não teria ido se encontrar com Mônica de bicicleta, como consta na quarta estrofe (Se encontraram então no parque da cidade A Mônica de moto e o Eduardo de camelo). Se alguém aí age como boy, esta seria Mônica, que vai ao encontro pilotando uma ameaçadora motocicleta. Como é sabido, aos 16 (Ela era de Leão e ele tinha dezesseis) todo boyzinho já costuma roubar o carro do pai, principalmente para impressionar uma maria-gasolina como Mônica.

E tem mais: se Eduardo fosse mesmo um playboy, teria penetrado com sua galera na tal festa, quebraria tudo e ia encher de porrada o esquisitão mais fraquinho de todos na frente de todo mundo, valeu?

Na ocasião do seu primeiro encontro, vemos Mônica impor suas preferências, uma constante durante toda a letra, em oposição a uma humilde proposta do afável Eduardo (O Eduardo sugeriu uma lanchonete Mas a Mônica queria ver filme do Godard). Atitude esta, nada democrática para quem se julga uma liberal.

Na verdade, Mônica é o que se convencionou chamar de P.I.M.B.A (Pseudo Intelectual Metido à Besta e Associados, ou seja, intelectuerdas, alternativos, cabeças e viadinhos vestidos de preto em geral), que acham que todo filme americano é ruim e o que é bom mesmo é filme europeu, de preferência francês, preto e branco, arrastado para caralho e com bastante cenas de baitolagem.

Em seguida Russo utiliza o eufemismo "menina" para se referir suavemente à Mônica (O Eduardo achou estranho e melhor não comentar. Mas a menina tinha tinta no cabelo). Menina? Pudim de cachaça seria mais adequado. Ainda há pouco vimos Mônica virar um Dreher na goela logo no café da manhã e ele ainda a chama de menina? Além disto, se Mônica pinta o cabelo é porque é uma balzaca querendo fisgar um garotão viril. Ou então porque é uma baranga escrota.

O autor insiste em retratar Mônica como uma gênia sem par. (Ela fazia Medicina e falava alemão) e Eduardo como um idiota retardado (E ele ainda nas aulinhas de inglês). Note a comparação de intelecto entre o casal: ela domina o idioma germânico, sabidamente de difícil aprendizado, já tendo superado o vestibular altamente concorrido para Medicina. Ele, miseravelmente, tem que tomar aulas para poder balbuciar "iéis", "nou" e "mai neime is Eduardo"! Incomoda como são usadas as palavras "ainda" e "aulinhas", para refletir idéias de atraso intelectual e coisa sem valor, respectivamente.

Na seqüência, ficamos a par das opções culturais dos dois (Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus, De Van Gogh e dos Mutantes, De Caetano e de Rimbaud). Temos nesta lista um desfile de ícones dos P.I.M.B.A., muito usados por quem acha que pertence a uma falsa elite cultural. Por exemplo, é tamanha uma pretensa intimidade com o poeta Manuel de Souza Carneiro Bandeira Filho, que usou-se a expressão "do Bandeira". Francamente, "Bandeira" é aquele juiz que fica apitando impedimento na lateral do campo. O sujeito mais normal dessa moçada aí cortou a orelha por causa de uma sirigaita qualquer. Já viu o nível, né? Só porra-louca de primeira. Tem um outro peroba aí que tem coragem de rimar "Êta" com "Tiêta" e neguinho ainda diz que ele é gênio!

Mais uma vez insinua-se que Eduardo seja um imbecil acéfalo (E o Eduardo gostava de novela) e crianção (E jogava futebol de botão com seu avô). A bem da verdade, Eduardo é um exemplo. Que adolescente de hoje costuma dar atenção a um idoso? Ele poderia estar jogando videogame com garotos de sua idade ou tentando espiar a empregada tomar banho pelo buraco da fechadura, mas não. Preferia a companhia do avô em um prosaico jogo de botões! É de tocar o coração. E como esse gesto magnânimo foi usado na letra? Foi só para passar a imagem de Eduardo como um paspalho energúmeno. É óbvio, para o autor, o homem não sabe de nada. Mulher sim, é maturidade pura.

Continuando, temos (Ela falava coisas sobre o Planalto Central, Também magia e meditação). Falava merda, isso sim! Nesses assuntos esotéricos é onde se escondem os maiores picaretas do mundo. Qualquer chimpanzé lobotomizado pode grunhir qualquer absurdo que ninguém vai contestar. Por que? Porque não se pode provar absolutamente nada. Vale tudo! É o samba do crioulo doido. E quem foi cair nessa conversa mole jogada por Mônica? Eduardo é claro, o bem intencionado de plantão. E ainda temos mais um achincalhe ao garoto (E o Eduardo ainda estava no esquema escola - cinema - clube - televisão). O que o Sr. Russo queria? Que o esquema fosse "bar da esquina - terreiro de macumba - sauna gay - delegacia"?? E qual é o problema de se ir a escola?!?

Em seguida, já se nota que Eduardo está dominado pela cultura imposta por Mônica (Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia, teatro, artesanato e foram viajar). Por ordem:

1) Teatro e artesanato não costumam pagar muito imposto.

2) Teatro e artesanato não são lá as coisas mais úteis do mundo.

3) Quer saber? Teatro e artesanato é coisa de viado!!!

Agora temos os versos mais cretinos de toda a letra (A Mônica explicava pro Eduardo Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar). Mais uma vez, aquela lengalenga esotérica que não leva a lugar algum. Vejamos: Mônica trabalha na previsão do tempo? Não. Mônica é geóloga? Não. Mônica é professora de química? Não. A porra da Mônica é alguma aviadora? Também não. Então que diabos uma motoqueira transviada pode ensinar sobre céu, terra, água e ar que uma muriçoca não saiba?

Novamente, Eduardo é retratado como um debilóide pueril capaz de comprar alegremente a Torre Eiffel após ser convencido deste grande negócio pelo caô mais furado do mundo. Santa inocência... Ainda em (Ele aprendeu a beber), não precisa ser muito esperto pra sacar com quem... é claro, com a campeã do alambique! Eduardo poderia ter aprendido coisas mais úteis, como o código morse ou as capitais da Europa, mas não. Acharam melhor ensinar para o rapaz como encher a cara de pinga. Muito bem, Mônica! Grande contribuição!

Depois, temos (deixou o cabelo crescer). Pobre Eduardo. Àquela altura, estava crente que deixar crescer o cabelo o diferenciaria dos outros na sociedade. Isso sim é que é ativismo pessoal. Já dá pra ver aí o estrago causado por Mônica na cabeça do iludido Eduardo.

Sempre à frente em tudo, Mônica se forma quando Eduardo, o eterno micróbio, consegue entrar na universidade (E ela se formou no mesmo mês em que ele passou no vestibular). Por esse ritmo, quando Eduardo conseguir o diploma, Mônica deverá estar ganhando o seu oitavo prêmio Nobel.

Outra prova da parcialidade do autor está em (porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação). É interessante notar que é o filho do Eduardo e não de Mônica, que ficou de segunda época. Em suma, puxou ao pai e é burro que nem uma porta.

O que realmente impressiona nesta letra é a presença constante de um sexismo estereotipado. O homem é retratado como sendo um simplório alienado que só é salvo de uma vida medíocre e previsível graças a uma mulher naturalmente evoluída e oriunda de uma cultura alternativa redentora. Nesta visão está incutida a idéia absurda que o feminino é superior e o masculino, inferior. É sabido que em todas culturas e povos existentes o homem sempre oprimiu a mulher. Porém, isso não significa, em hipótese alguma, que estas sejam melhores que os homens. São apenas diferentes. Se desde o começo dos tempos o sexo feminino fosse o dominador e o masculino o subjugado, os mesmos erros teriam sido cometidos de uma maneira ou de outra. Por que? Ora, porque tanto homens quanto mulheres e colunistas sociais fazem parte da famigerada raça humana. E é aí que sempre morou o perigo. Não importa que seja Eduardo, Mônica ou até... Renato!

Adolar Gangorra tem 71 anos, é editor do periódico humorístico Os Reis da Gambiarra e não perde um show sequer dos "The Fevers".

É isso, de novo. Grande né? Leia, seu mala!

Sorte



Divulgados os 'Potes' para o sorteio dos grupos da Copa 2010. 'Mas e o que é que eu tenho com isso?' Nada, realmente nada. Mas não custa 'nada' ficar sabendo os prováveis adversários do Brasil. O sorteio funciona da seguinte forma: Uma seleção de cada pote, desde que não do mesmo continente, com excessão da Europa, que pode sim ter duas no mesmo grupo. Pela formação dos potes, Brasil enfrenta alguma seleção africana logo na primeira fase. Veja:

Pote 1:

África do Sul
Brasil
Espanha
Itália
Alemanha
Argentina
Inglaterra
França*

Pote 2:

Holanda
Portugal/Bósnia
Rússia/Eslovênia
Suíça
Grécia/Ucrânia
Sérvia
Dinamarca
Eslováquia

Pote 3:

Costa do Marfim
Gana
Nigéria
Camarões
Egito/Argélia
Paraguai
Chile
Uruguai/Costa Rica**

Pote 4:

Japão
Coréia do Sul
Coréia do Norte
Austrália
Nova Zelândia
México
Estados Unidos
Honduras

* Se a Irlanda eliminar a França na repescagem, a Holanda passa para o pote 1 e a Irlanda fica no 2.
** Se a Costa Rica eliminar o Uruguai na repescagem, o México passa para o pote 3.

Como no pote 3 só tem seleções africanas além das da América do Sul (colocando o Uruguai como classificado), teremos Brasil x Alguém da África na primeira fase. Portugal provavelmente no pote 2 e México no 4 (ou 3) prometem incomodar os cabeças de chave. Pensa, que maravilha, um grupo com Argentina, Portugal, Camarões e México? Ou ainda Costa do Marfim e Estados Unidos, perturbando Itália e Holanda? Será realmente uma Copa emocionante. Aposta do Monta's, grupo doce o do Brasil: Nós, Dinamarca, Egito (ou Argélia) e Nova Zelândia. Anota aí, será esse o nosso grupo na Copa 2010. Deixe sua aposta para o grupo do Brasil nos comentários, se tiver afim. No mais, sem mais. É isso. Abraço.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Pirações publicitárias

Curso de publicidade é meio enjoado, mas de vez em quando a gente se diverte...
Taí um spot de rádio que fizemos para nossa agência, Blá Comunicação Inteligente.

Glossário: jingle são aquelas musiquinha de propaganda, tipo "pipoca na panela[...]"


domingo, 8 de novembro de 2009

The wall.


Alívio Imediato - Engenheiros do Hawaii, Composição: Humberto Gessinger :

O melhor esconderijo, a maior escuridão
Já não servem de abrigo, já não dão proteção
A Líbia é bombardeada, a libido e o ví­rus
O poder, o pudor, os lábios e o batom (2x)

Que a chuva caia
Como uma luva
Um diluvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alivio imediato


Que a noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Ali­vio imediato

Há espaço pra todos, há um imenso vazio
Nesse espelho quebrado por alguém que partiu

A noite cai de alturas impossí­veis
E quebra o silencio e parte o coração

Há um muro de concreto entre nossos lábios
Há um muro de Berlim dentro de mim
Tudo se divide, todos se separam
Duas Alemanhas, duas Coreias
Tudo se divide, todos se separam

Que a chuva caia
Como uma luva
Um diluvio
Um delírio
Que a chuva traga
Alivio imediato

Que a noite caia
De repente caia
Tão demente
Quanto um raio
Que a noite traga
Ali­vio imediato




Goiânia, Algum lugar em 1997.


Pai, o que foi a queda do muro de Berlim?

Bom meu filho é o seguinte: Depois da segunda guerra mundial os russos invadiram de um lado, os americanos do outro, eles dividiram a Alemanha no meio e o muro passava no meio de Berlim. Isso dividiu a cidade e algumas pessoas moravam do lado de lá e outras de cá. O lado de lá com a ruína da união soviética acabou ficando pobre e o povo foi ficando bravo. E eles tinham sempre amigos em comum dos dois lados. Aí um dia o povo cansou e todo mundo juntou e foi lá e derrubou.



Estrelando: Cristiane F. 13 anos, drogada prostituída masturbando velhos em Mercedes, que cresceu brincando no muro e dançando David Bowie.

Franz Anton Beckebauer, o "Brasileiro da Alemanha", futuro "Kaiser". De postura ereta, passes curtos e precisos. Curiosidade: Quando criança, peitou o proprio pai, aposentado devido a ferimentos que sofrera na Segunda Guerra, não gostava que Beckenbauer utilizasse o único para jogar o único par de sapatos que possuía.

Stasi ( Ministerium für Staatssicherheit, Ministério para a Segurança do Estado
Cujos arquivos "pessoais" acumulados formam 110 quilômetros de papel.)

Otto Leopold Eduard von Bismarck e sua eterna contribuição um século antes.



Winston Leonard Spencer Churchill : Fulton, Missouri, Eua.

5 de março de 1946,

"From Stettin in the Baltic to Trieste in the Adriatic an iron curtain has descended across the Continent. Behind that line lie all the capitals of the ancient states of Central and Eastern Europe. Warsaw, Berlin, Prague, Vienna, Budapest, Belgrade, Bucharest and Sofia; all these famous cities and the populations around them lie in what I must call the Soviet sphere, and all are subject, in one form or another, not only to Soviet influence but to a very high and in some cases increasing measure of control from Moscow."

Numa tradução livre:

"De Estetino, no [mar] Báltico, até Trieste, no [mar] Adriático, uma cortina de ferro desceu sobre o continente. Atrás dessa linha estão todas as capitais dos antigos Estados da Europa Central e Oriental. Varsóvia, Berlim, Praga, Viena, Budapeste, Belgrado, Bucareste e Sofia; todas essas cidades famosas e as populações em torno delas estão no que devo chamar de esfera soviética, e todas estão sujeitas, de uma forma ou de outra, não somente à influência soviética mas também a fortes, e em certos casos crescentes, medidas de controle de Moscovo."







Nietzsche afirma em sua obra Ecce Hommo que o ressentimento é a ruína do homem, ao meu compreender, moderno. E realmente há um muro de Berlim dentro de cada um de nós. Por mais suave e singela que seja a sua expressão nas mazelas de nosso caráter, seus rumos e influências são definitivas para qualquer atitude nossa. Desde um ato apaixonado e inconsequente até a mais infame piada. Não sou psicológo nem pretendo ser mas creio que faz parte da nossa evolução espiritual transpor esses muros interiores que temos e então finalmente evoluir. Caso contrário você pode ser apenas mais um " boçal que atira bombas na embaixada" . Você pode ser mais um playboy que pouco se importa com essas notícias que inundam os jornais enquanto você bebe cerveja em um bar inflamado em uma das mais belas capitais do País. Afinal de contas, Política não te interessa.

E sua existência continua vazia e vazia. Sempre achei que tinha mania de tornar as coisas muito mágicas e emblemáticas. Mas eu sou assim, nasci assim. Sem emoção não tem graça. Sempre gostei de definir numa definição talvez pouco modesta que tinha olhos poéticos. Tudo depende do quão poéticos os seus olhos são para as coisas.

Um acontecimento meramente político ou histórico como a queda do muro de Berlim muito possivelmente pode soar irrelevante. Mas seria um contrasenso negar a ordem dos fatos. A bela camisa vermelha do Bayern De Munique que você usa está relacionada. Veja bem o Bayern só é o que devido a Franz Beckenbauer. E todo clube de futebol é uma expressão socio cultural de seu povo e seu País. E o pai de Beckenbauer fez parte do show.

Irrelevante não? Mas nínguem tem uma particição definitiva. Desde que Otto Von Bismarck unificou a Alemanha até a queda do muro 20 anos atrás levantando assim com promissor entusiasmo a bandeira da União Européia todos foram meros coadjuvantes.

A Europa caminha para uma unificação cada vez mais forte nunca antes vista na história. Algo como "nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos". Até porque eles sabem que se os deploráveis ianques hoje tem controle do planeta foi pelo tempo que perderam com a sua briga de irmãos.

Dos urais até a Irlanda são todos irmãos. Dos troianos que fundaram Roma ( assassinem me historiadores... ), dos Romanos que fundaram o maior império da história que influenciou Hitler E Napoleão. E que foram conquistar os povos bárbaras ascendetes do senhor Humberto Gessinger que acabou herdeiro de um pampa pobre. Dos latinos que que se estabeleceram por todo o meditarrâneo e principalmente na península Ibérica e por lá ficaram. Até que viessem para o Brasil e aqui estou escrevendo.


O tempo não para. Com certeza a queda do muro foi apenas mais um fator coadjuvante no eterno filme da história da raça humana. Mas do Ipod que você ouve até a camisa do Bayern De Munique todos estamos ligados.




Mas o mais importante é que existem muros por todos os lados. Devemos aprender a bela lição do povo alemão e de sua triste história e num sonho utópico quem sabe um dia derrubarmos algum muro.

Devemos derrubar o muro extremamente segregador da educação em nosso país. Devemos derrubar o muro do preconceito.

Mas talvez nada disso te importe pois entre você e a pessoa que você mais amou em sua vida exista um muro de Berlim entre seus lábios. E entre vocês. Que nunca mais se viram. E por isso você não se importa com a vida e não se importa se os avisos de de cigarro que avisam que fumar faz mal.



Muros Muros Muros por todos os lados.
Por todos os corações e todas as poesias
Dentro de cada ideologia

Passeando por todas as fés,
Nos matando e amarrando nossa evolução,

Até quando?Até quando...




Curiosidade: A banda inglesa Pink Floyd não tocou em solo alemão enquanto o muro estava de pé. Em 1990 dividiram palco com a banda Alemã Scorpions em um show histórico. Ingleses e Alemães dividindo palco celebrando a queda do muro.

O pai de Waters, Eric Fletcher Waters, soldado dos Royal Fusiliers do Regimento de Londres, perdeu a vida na 2ª Guerra Mundial na campanha de Anzio (que é descrita em “When the tigers broke free”). Esta perda é inspiração para muitos dos trabalhos de Waters, que ficou indignado com a guerra das Malvinas e produziu o genial Álbum "The Final Cut ", o qual eu ouvi enquanto escrevi tudo isso, mas isso é outra história...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Previsões sobre a Copa de 2010.


Olá queridos leitores de nosso blog e amantes, fanáticos, apaixonados, doentes e insensatos pelo bom futebol que nos move.


A Copa do mundo é uma época de êxtase para todos nós. Na última me lembro que assisti quase todos os jogos e me encantei, pois foi a primeira copa que eu já assisti com uma opinião formada e se é que se pode dizer, madura. E apenas para reverenciar, até porque sou fã do cara, pra mim Andrea Pirlo foi o melhor jogador da copa. Genial.

Mas enfim, vamos aos pitacos da copa de 2010, afinal de contas eu me orgulho de poder dizer que dizia a plenos pulmões que a Itália era minha favorita para a copa de 2006.


Pra mim o título fica entre Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha ou Brasil. Esses provavelmente estarão os oito primeiros, embora infelizmente alguns tropecem pelas quartas de final em algum duelo de gigantes como foi Argentina x Alemanha em 2006 ou Brasil e Inglaterra em 2002.

Então vamos as seleções:


Espanha: A história nos mostra que nenhuma seleção com exceção da pelé conseguiu ser bicampeã em dois campeonatos expressivos. Embora o bicampeonato de '62 se deva a Mané Garrincha como protagonista, acho válido comparar a Eurocopa com todo seu peso e importância de hoje a essa responsabilidade. Então acho que dificilmente a espanha será campeã desse mundial. Aposto em fábregas e companhia para 2014, mas nesse acho difícil. Mas tem tudo para desenvolver um bom futebol e encantar o mundo. A seu favor pesa o fato de que ( olhem que ironia...) sempre foram tradicionalmente pipoqueiros de um futebol bonito e mostraram na última eurocopa que não são mais... pipoqueiros! Mistérios do futebol...


Inglaterra: A geração mais talentosa do futebol inglês desde 1966 passou em branco em todas as competições. Só conseguiu engatar em 2002 e esbarrou em uma atuação brilhante de Ronaldinho Gaúcho. Acho que esbarrar em um gênio como o Gaúcho é uma desculpa válida.
A história nos mostra que gerações muito talentosas geralmente tendem a desencantar vide...a Itália de 2006. Todo mundo pensava, poxa vida, será possível que pirlo, cannavaro buffon e cia. irão passar em branco mesmo? Assim como o Brasil de 2002...
Mas se não ganharem também não será a primeira vez que uma seleção de primor técnico "fracassa", vide a geração de zico, cruyff, Brasil de 2006, batistuta etc...

Mas essa seleção tem vários jogadores que se apenas UM deles pegar pra jogar o que sabe é capaz de ARRASTAR o English Team para no mínimo a final do mundial.

Vamos lá:

----------------(um meia boca qualquer no gol, por que com essa zaga \/ até o Harlei pega no gol! --------------------------)


Gary Neville--------John Terry---Rio Ferdinand----Ashley Cole


David Beckham------Steven Gerrard------Frank Lampard-------

Joe Cole---------Michael Owen-----Wayne Rooney,


Embora tenha escalado um ousado e improvável demonstrativo 4-3-3, tirem o joe cole e coloque um volante batendo em tudo que passar, que aí meu amigo, jogando com Steven Gerrard e Jhon Terry nas costas... não precisa de muita coisa...


Eu acho que dessa vez, a Inglaterra vai!




Itália:

A história, maldita história, nos mostra bla bla bla sobre ser bicampeão... Mas eles já fracassaram na Eurocopa, Marcelo Lippi voltou...E se Andrea Pirlo, Gianluigi Buffon, Alessandro Nesta resolverem jogar o que sabem meu amigo... Na minha opinião a itália tá com cara de vice campeonato tipo a França de 2006.


E por fim, a Alemanha de Schweinsteiger e Michael Ballack.


Uma geração privilegiada de grandes conquistas, um jogador injustiçado na minha opinião ( Ballack ) e um promissora Lenda, Schweinsteiger.


Ballack é o tipo azarado, não jogou a final de 2002, ele e Cristiano Ronaldo escorregaram pra bater penalti na champions de 2008 e o animal do Terry me escorrega também...

Mas quem sabe agora vai?

A dupla de zaga é boa, o meio é criativo e se bobear o Klose Guarda.

Com a disciplina tática dos alemães, pode pintar qualquer coisa entre os 4 primeiros.



E o Brasil...Dispensa comentários...Esse aí todos nós conhecemos...



Até a próxima e abraço.

ps:Perdoem prováveis erros gramaticais, fiquei com preguiça de revisar o texto e o que esperar de um analfabeto como eu...Não é? Hehehe


Falou!

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