segunda-feira, 31 de maio de 2010

Telegrama

Como as coisas andaram largadas por aqui recentemente. E volto mais uma vez para cantar as mediocridades dessa vida. Tento escutar uma música para relaxar. Talvez chico. Só consigo escutar João e Maria. Tantas referências. Me lembro de lisbela. E alguma coisa sobre querer ser o Bruce Lee do maranhão. O fato de não ter feito nada memorável é assombroso. Não sou bom de bola. Um guarda caças não me avisou que eu era um bruxo com 11 anos. Muito menos alguns jedis me acharam com 10. Não entrei em uma escola militar aos 15 muitos menos uma formatura emblemática aos 18. E não terei outra formatura emblemática aos 22. Parece que o único dom é o de estragar tudo.
Não virei pastor como queria aos 12 e provavelmente aos 30 não estarei no ministério das relações exteriores como quero aos 22. Os pesadelos nunca passam. Já decorei cada fração de segundo de infinita highway e ainda assim continuo acordando todas as noites molhado de suor. Antes eu até me apavorava. Hoje, já faz parte de mim. Apenas acordo, me acalmo, espero um pouco e volto a dormir.
Não sei se um dia realmente terei orgulho de mim. Talvez assim como os pesadelos, essa palavras tristes se tornem tão comuns que passem desapercebidas e não atrapalhem o teatro de uma vida feliz. Algo como escola cinema, clubes filhos ou televisão.
As fases vem e vão. Me falaram pra parar de falar de amor e que preferem as tendências suicidas. E no outro canto da mesma, na mesma esquina em outra canção me falaram que talvez o amor seja a maior das tendências suicidas. As vezes vejo essas ausências criativas. Talvez uma hora uma delas chegue e nunca mais se vá. E então com 40 eu poderei pensar que não sou o escritor das causas perdidas que me dava o luxo de sonhar aos 21.
Vejo poesia em todos os cantos da cidade. No mendigo na calçada. No grafite. Nas arquibancadas. Nos bares. Há quem diga que eu sou melhor em prosa do que poesia. E eu digo que essa poesia por segundos preferidas e universal, num trago qualquer de uma noite memorável foi embora e acho que nunca vai voltar. Lamento que tanto encanto tenha se perdido em vão numa noite, que assim como os pesadelos, prefiro esquecer. E o final continua por esperar. Mas a vida não é feita de finais.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Bem aqui

Quirinópolis. Um sufixo helenístico que domina as denominações interioranas e agrada a gregos e goianos. E um prefixo que não me remete a nada. Nem idéia. Talvez ser chamada de Criminópolis fosse mais adequado. Não que a pacata cidade (pelo menos enquanto o sol ilumina) fosse a capital da violência travestida ou a casa das incidências de homicídio. Mas, que a cidade reserva raras emoções, isso é indubitável.

E não guarda a sete ou oito chaves. Muito pelo contrário. Guardar é um verbo muito fechado, com o perdão do trocadilho. As emoções estão lá, disponíveis pra quem quiser. Pra qualquer um que se disponha a ouvir um sincero 'vou realizar seu sonho', um beijo metálico ou um trago azul num Derby. Pra qualquer um que tenha um bom coração e se dispa de determinados dogmas e preconceitos formados em decorrência da criação burguesa que lhe foi imposta.

Quirinópolis. Interior. Muito mais palheiro. Vômito. Derby é obra, é concreto, é asfalto. É capital que se ergue a cada dia numa velocidade assustadora, como a vodka que atinge o cérebro e te joga no chão. Como o rio que deságua nas águas turbulentas de algum mar ao sul de lugar nenhum.

Piercing. Coloque-o no meu caminho, que eu quero passar. Me faz ouvir as picapes de um dj numa boate abafada e sem área de fumantes. Ou admirar o nariz daquela que me faz bobo e já disse que não. Piercing. Quer algo mais urbano? Derby. Emoções. Mensagens coladas no celular dela.

Coloco uma pipoca no microondas, só que desligado. Muitas vezes, o que você busca está a dois passos de você, como a garota que pita cigarro de pedreiro e tem uma argola na língua. E mora a três quadras de você. Mas você não enxerga. Temos a mania de procurar longe o que está bem debaixo do nosso nariz. A felicidade não está necessariamente onde o vento faz a curva, ou depois dela. Pode estar a duas ou três quadras de você, bem debaixo do seu nariz e ofuscada pela mais digna sensação de solidão.

Está tudo bem agora. E em algum lugar desse chão goiano, alguém vai dormir com um gosto diferente na boca. Talvez gosto de fumaça da capital. E em algum lugar dessa metrópole, um alguém se deita com um gosto de vento interiorano na boca. Mas um gosto diferente do da pipoca que espera dentro do microondas desligado.


Homenageando Rafael Rabelo, baseado em fatos reais.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A felicidade não se compra na feira.


Hoje é o dia, é o dia que tudo vai por água a baixo. Você pensou que era simples assim. Simples assim. Não, não é. Você me traz péssimas lembranças, você acha que tudo está nas mil maravilhas. Que tudo que passamos não significa nada pra você, ao contrário que pra mim significou pelo menos o amor que um dia imaginei ter vivido ao seu lado. Pois é minha cara, esse é o mundo em que vivemos, isso tudo é real. Suas mentiras e suas idiotices fez você cair nesse buraco sem fundo, nesse mundo infantil. Apague este cigarro, não está vendo que falo sério com você? Tudo pra você foi somente isso, somente poluição, somente a dor no peito alheio, a dor da sua mãe que tentou te ajudar quando percebeu a sua deficiência, e você fez o que? Descarregou sua raiva toda em cima dela. Sempre imaginei, você em cima de um castelo protegida por um dragão, que te proíbe de fazer suas coisas. Mas você de certo modo agiu como um cavaleiro, tapeou o dragão e saiu por ai, cantarolando suas canções medíocres, ao som da noite, das baladas, do seu mundinho de merda. Quero esquecer esse inferno de Dante, esse inferno que foi ao seu lado. Vou te deixar, espero que não corra atras como fez das outras vezes, agora digo que acabou de vez, nada me faz mudar de idéia. Acabou. Não encoste em mim. Tire suas mão malignas daqui. Pobre garota, pra finalizar te digo: Bem vinda ao mundo real.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Day by day


Todo dia é a mesma coisa, acordo cedo, vou para o centro de aperfeiçoamento intelectual, e caio mais tarde no processo de cópias de uma vida sem limites.

Assim como o garçom trabalha todos os dias sem horário, vou entrando em um mundo sem volta, e acabo me deparando com a sociedade diversificada, costumes, culturas, que me dão uma base para seguir neste ramo.
Vejo o mundo de uma forma sábia, coisas que aprendi com o tempo, que hoje tenho facilidade e que me fazem levar a vida sem hora de parar, nem ao menos pra fumar um cigarro.
Bato a cara no monitor, escrevo frases erradas, mas tudo é fruto da vida.
Vou indo adiante e sei que tudo um dia acaba.
Tudo, mais tudo mesmo tem começo, meio e fim. Um exemplo mais certo disso é a vida, nasce, cresce, reproduz, e morre. Coisas que aprendi com a vida, lá atrás, la perto do meu mundo imaginário, das bandas do imortal, do mundo em que tudo era as mil maravilhas, que eu não soube dar valor.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas, a vida é tudo que eu tenho, é tudo que eu preciso pra seguir em frente, por que quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Frases aleatoriamente coladas, não faz de nós revolucionários, mas espero que tanta conversa fiada me faça ver o mundo com os olhos de criança. 
Todo dia é a mesma coisa... 
 

terça-feira, 4 de maio de 2010


Esse silencio me incomoda, me empurra pra fora, me joga de lado, me faz delirar.

Isso tudo me fascina, me fere por trás, me joga na merda, me faz infeliz.
Não pretendo correr, sem ao menos aprender, sem um pouco de vinho.
Não sou infeliz, nunca fiz, nunca quis, eu só sei o que é.
Você me levou pra cama, me fez gozar, e me expulsou de casa.
Isso não me incomoda, não me passa a bola, não me deixa ganhar.
Isso tudo é resumo, é somente o mundo, é a luz do luar.
Ainda vou me envolver, sem ao menos dizer, que tudo é você.
Paro pra ver, te deixo dizer, procuro um lugar, pra gente morar, pra poder envolver, pra nunca mais te ver chorar.
Faço de tudo, cozinho, não fumo, bebo, lavo, ensino, aprendo, te deixo mandar, sem extrapolar, pra te mostrar como sou, pra um dia casar, ter filhos, beijar, te levar pra passear.
Isso tudo é fruto, da imaginação, que me faz dizer, que tudo é você, que só penso em você, que tudo é mentira.
Não vou ceder, não vou te buscar, sem ao menos dizer, que tudo acabou.
Pare de comentar, pare de escrever, mas te digo o porque.
Você vai morrer, assim como eu, assim como eu.

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