quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Paixões Proibidas

Quando eu tinha uns 15 anos, costumava passar os dias quentes de verão dentro de casa, ouvindo o meu LP dos Smiths, uma banda que eu adorava. Meu pai, com medo de ver o filho se tornar um garoto muito introspectivo, talvez com alguma tendência suicida, resolveu dar um conselho.
- Filho, você precisa sair mais de casa. Por que não vai a um puteiro?
Aceitei o conselho. Achava que a visita ao local seria desastrosa, mas curti a experiência. A menina, só um pouco mais velha do que eu, tinha olhos e lábios lindos, era inteligente, gostava de conversar. Voltei para casa e fui falar com meu pai. Estava encantado pela moça, queria levá-la ao cinema no dia seguinte.
- Porra, meu filho, ficar apaixonado por puta não dá.
Não a levei ao cinema no dia seguinte. Nunca mais a vi.
Lembrei essa história muitos anos depois, quando fui tomar uma cerveja com um velho amigo da faculdade de jornalismo, que há tempos havia mudado de ramo e se tornado um pequeno empresário de sucesso. Contei a ele sobre meu desemprego, e ele quis me convencer a trabalhar como representante comercial (vendedor) de um purificador de água que a empresa dele fabrica. Um fixo todo mês, comissões, chance de ascensão.
Expliquei que, apesar de estar sem emprego, tenho me virado bem com meus frilas. Disse ainda que não consigo fazer outra coisa além de ser jornalista, que amo esta profissão.
- Porra, Duda, ser apaixonado pela profissão de jornalista não dá.
Texto escrito pelo nobre amigo e colaborador Duda Rangel.

4 comentários:

Plínio Lopes. 13 de agosto de 2009 às 21:48  

massa o texto,

a relação entre os jornalistas e os prostíbulas é intensa.

Plínio Lopes. 13 de agosto de 2009 às 21:48  

*prostíbulos.

Unknown 20 de agosto de 2009 às 14:31  

Interessante o drama do nosso amigo ai, ingênuo.

João Lemmos 7 de setembro de 2009 às 19:09  

hahah! Muito bom!

  © Blogger template 'Perfection' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP