Morrer a vida e viver a morte
Começa-se a vida após anos de morte.
Começa-se a vida após anos de morte.
Postado por André Safadi às 21:49 0 comentários
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Aquele que anda descalço é livre, ele está totalmente em contato com a natureza. Os pés descalços naquela terra firme e seca, nem me imagino a 40 anos atraz. Sabia que esse dia chegaria.
Nossa árvore traz toda a nossa fonte de energia, todos por aqui construiram suas casas em volta dela. Sua sombra atinge toda a cidade, e traz-nos aquela sombra dia e noite. Como é bom respirar esse ar tão puro, as vezes nem me reconheço sem essa máscara.
As crianças brincando de pique-esconde. Da última vez tivemos que procurar além do alcance da nossa árvore. Essas crianças não tem limites mesmo. Já avisei e continuo avisando, " não vão por aqueles lados, la vivem aqueles que nunca nos ajudaram, aqueles que não respiram o mesmo ar que nós ", toda vez tropeço neles, acho que nunca irão acabar.
Esses dias olhei la no meio da nuvem, e vi rastros de luz, imediatamente mandei todos para suas casas. Eles estão evoluindo, nunca vi algo tão grande, aqueles tentáculos, cada dia que passa dou falta de uns e outros por aqui. Acredito que tenham achado outro lugar bom para se morar, mas também creio que possam ter ido para o inferno.
Estou tão cançado de tudo isso, não tenho sossêgo nem um dia sequer. Nosso médico sofre alucinações, um dia desses ele operava um dos nossos trabalhadores e achou que era um cozinheiro, picando as verduras e legumes, o enfermeiro tentou tirar o bisturi das suas mãos e foi atacado também, precisou de 4 pessoas para parar aquele louco. O nosso cozinheiro ainda é pior, ele acha que o mundo acabou e no Natal ele tentou matar a todos colocando veneno de rato na nossa sopa. Sei que ele não tinha más intenções, pois essa vida não está sendo fácil.
Faço todo o trabalho pra esse povo, lembro de quando me chamaram para se juntar a eles. Foi algo tão grotesco, me fez tremer de raiva, não sabia do que eles eram capazes, só pude perceber depois daquele dia.
Toda noite que me deito ao lado da minha mulher, e passo a mão na sua perna, lembro de quando ela perdeu uma delas, não gosto nem de pensar.
Hoje vou me deitar cedo, amanhã é um novo dia, mesmo com toda essa escuridão dá pra ver que não perdemos o nosso calendário. Abro meu diário e começo o cabeçålho;
Terra, Os sobreviventes
Dia 20 de março de 2127
Mais um dia sobre a sombra das nuvens negras, respirando o ar de máscaras de oxigênio, andando pelo chão que não semeia, em busca da natureza colorida que não vejo a mais de décadas. Essa poluição matou todos os animais, separou as classes e exterminou a fé.
Mensagem de hoje será a mesma de ontem;
Aquele que anda descalço é livre, ele está totalmente em contato com a natureza...
Postado por André Safadi às 21:40 0 comentários
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Confortável e obsceno, quando olho no reflexo da luz no espelho eu vejo coisas obscenas.
Postado por André Safadi às 01:50 1 comentários
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Estava eu observando um homem caido no chão a uns cinco metros de mim. Olhei de vários ângulos e só consegui imaginar um cara que teria bebido demais. Tentei reconhecer o rosto e não conseguia ver direito no meio daquela escuridão. Procurei por sangue e nada. Dei uma palmada forte com a mão, tentando acordá-lo. Muito acontece, lugar errado na hora errada. Vai que o cara morreu. E eu ali parado olhando pra ele, era flagrante na certa. Dei uma olhada em volta, não via nenhuma pessoa por perto. Meio com medo decidi chegar mais perto. Fiquei a um metro de distância, olhei por cima e reconheci o rosto. Era o vendedor de picolé que passava toda semana por ali. Encostei a mão nas suas costas e balancei-o um pouco na esperança de acordá-lo. Nada aconteceu. Vou embora desse lugar. Dei dois passos para trás e me virei abruptamente, e dei de cara com um homem. Fiquei sem reação, não sabia se gritava, corria, perguntasse algo, fiquei ali parado encarando aquele homem. Ele olhou-me no fundo dos olhos, chegou bem perto do meu rosto, deu uma forte fungada com o nariz e desviou de mim. Ajoelhou-se ao lado daquele homem, virou-o de barriga para cima e colocou a orelha perto da sua boca, tentando ouvir sua respiração. Depois botou o ouvido no peito do homem e disse: "É, morreu mesmo." Não falei nada. O cara levantou-se olhou nos olhos novamente e disse: "Se contar que me viu aqui, te mato do mesmo jeito que o matei." Balancei com a cabeça, confirmando que não falaria nada. Ele desviou de mim novamente, subiu a rua deserta, escura e sombria. Fiquei ali estático, sem mover um músculo sequer. Eu me perguntava: " Por que eu? Por que eu? O que eu fiz?" Tudo que pensava naquela hora era o que estava pensando desde o começo, lugar errado na hora errada. Não sabia se chamava a polícia, se contaria a verdade a eles, que havia visto um homem que confessou ter matado-o. Estava confuso demais. Decidi ir para casa. Passei do lado daquele homem e segui para casa, pé ante pé, corria como um corredor de marcha atlética, olhava muitas vezes para todos os lados. Cheguei na rua de casa, corri para o portão, o abri rapidamente e entrei mais rápido ainda. Aquele acontecimento não me deixava pensar em outra coisa. Passei por todos em casa, não falei com ninguém, entrei no meu quarto, deitei na cama, fechei os olhos e tentei dormir. Passei mais ou menos uns vinte minutos com os olhos fechados, por cansaço enorme, peguei no sono. Meus sonhos não me davam trégua. Acordei morto de sono, continuei deitado na cama por mais trinta minutos após ter acordado. Peguei meu celular, olhei as horas, onze horas. Dei um pulo de susto. Perdi minha aula. Levantei da cama, coloquei meus chinelos, abri a porta do quarto, fui até o banheiro, lavei o rosto, fiz minhas necessidades, escovei os dentes. Saindo do banheiro, não ouvia a voz de ninguém. Olhei por toda a casa e não sabia aonde poderiam ter ido. Olhei novamente o celular, e percebi que era dia de sábado. Lembrei que talvez estavam almoçando na casa da minha avó. Abri meus contatos no celular, liguei pra minha mãe. O celular apitou, olhei na tela e vi. O aparelho estava sem sinal, nem um pontinho sequer. Soltei logo o xingamento contra a empresa que só me deixava estressado. Larguei o celular de lado, sai para a frente da casa e escutei: Parado, mãos na cabeça! Não entendi o que estava acontecendo, olhei para os lados, sete viaturas da polícia me cercaram, armas apontadas para mim, cães latindo por todos os lados, e avistei do lado meus familiares, que me olhavam tristes e abalados. Com os braços na cabeça, fui algemado e levado para a traseira da Blazer da Rotam. Todos que estavam ali na rua me olhavam incrédulos, os que me conheciam, não me olhavam nos olhos, os desconhecidos nem se preocupavam se as algemas estavam apertadas ou se o policial iria me espancar quando chegasse na delegacia. Tudo aquilo me deixou mais louco, pisquei várias vezes os olhos na esperança de tentar acordar desse pesadelo. Me colocaram no carro e deram uma coronhada na minha cabeça. Acordei dentro de uma cela, quatro metros quadrados, uma cama, privada, enjaulado.
" E voce acha que essa história vai comover o juíz? Acorda garoto, todos nós somos inocentes. É como eu sempre digo, - Cumpriremos a pena, o quanto antes sairmos, melhor."
" O que me encabula em meio a isso tudo, são as acusações".
Crime ....
Postado por André Safadi às 01:55 1 comentários
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Postado por André Safadi às 23:09 1 comentários
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Hoje é o dia, é o dia que tudo vai por água a baixo. Você pensou que era simples assim. Simples assim. Não, não é. Você me traz péssimas lembranças, você acha que tudo está nas mil maravilhas. Que tudo que passamos não significa nada pra você, ao contrário que pra mim significou pelo menos o amor que um dia imaginei ter vivido ao seu lado. Pois é minha cara, esse é o mundo em que vivemos, isso tudo é real. Suas mentiras e suas idiotices fez você cair nesse buraco sem fundo, nesse mundo infantil. Apague este cigarro, não está vendo que falo sério com você? Tudo pra você foi somente isso, somente poluição, somente a dor no peito alheio, a dor da sua mãe que tentou te ajudar quando percebeu a sua deficiência, e você fez o que? Descarregou sua raiva toda em cima dela. Sempre imaginei, você em cima de um castelo protegida por um dragão, que te proíbe de fazer suas coisas. Mas você de certo modo agiu como um cavaleiro, tapeou o dragão e saiu por ai, cantarolando suas canções medíocres, ao som da noite, das baladas, do seu mundinho de merda. Quero esquecer esse inferno de Dante, esse inferno que foi ao seu lado. Vou te deixar, espero que não corra atras como fez das outras vezes, agora digo que acabou de vez, nada me faz mudar de idéia. Acabou. Não encoste em mim. Tire suas mão malignas daqui. Pobre garota, pra finalizar te digo: Bem vinda ao mundo real.
Postado por André Safadi às 03:34 0 comentários
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Todo dia é a mesma coisa, acordo cedo, vou para o centro de aperfeiçoamento intelectual, e caio mais tarde no processo de cópias de uma vida sem limites.
Postado por André Safadi às 21:49 0 comentários
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Esse silencio me incomoda, me empurra pra fora, me joga de lado, me faz delirar.
Postado por André Safadi às 00:05 3 comentários
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Quando olho e imagino, é Solidão
Postado por André Safadi às 21:47 0 comentários
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Postado por André Safadi às 22:36 2 comentários
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Postado por André Safadi às 13:05 4 comentários
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Eu achei, olhando por todos os lados enfim achei. Olhei por cima do muro e achei. Depois de tanta angústia e mal estar, la estava ele. Risonho porém muito arrependido. É de se entender, uma coisa dessas não se faz. Não foi igual aquela vez que ele chegou tarde em casa, apesar de fazer tudo errado, nós gostamos dele. Mas ainda sim, muito arrependido, mais do que precisa.
Postado por André Safadi às 15:51 4 comentários
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Postado por André Safadi às 21:51 0 comentários
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Entre tantos casos, acasos são respostas. Entre tantas verdades, mentiras são para sempre. Em todo caso, tudo transmite um sentido, um lado pode ser o seu e do outro o meu. Acordo cedo hoje e me deparo com a vida curta e sem sentido, caio na mesmice do dia-a-dia e não sei a hora de parar. Ando pra lá e pra cá, sem rumo, ou hora para chegar. Tenho medo do mundo que me apunhala pelas costas, da verdade que transcorre o entardecer dos dias selvagens, que hoje me corrompe. É estranho ir adiante, e concertando as ações do passado. Tudo já passou, hoje não tenho medo de morrer, mas sei que o canto do pássaro é bonito, o bater das ondas nas praias e o verde das matas me prende nessa realidade tão vívida. Ainda quero ter o que não tenho, saber o que não sei, para que um dia eu possa cair na boca do povo, ser exemplo para tudo e todos, que o sonho de um possa ser representado, fazer com que isso, pelo menos um dia possa ser parte da minha vida.
Postado por André Safadi às 13:19 0 comentários
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Postado por André Safadi às 12:22 2 comentários
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São de fatos felizes e incompreendidos que minha vida já não é a mesma. Dar um passo para frente sem olhar para trás e ver que muito de mim, você perdeu. Abro hoje os olhos, sentindo a brisa do amanhecer congelá-los.
Postado por André Safadi às 20:09 3 comentários
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Quando escrevo, sei que não é o mesmo quando falo. Quando falo, sinto que as coisas ficaram soltas pelo ar, sinto que por mais compreendido que eu tentei ser, eu não obtive o sucesso esperado. O som que a gente escuta de uma música pode ter muito mais efeito que as minhas frases, diga-se de passagem. É assim que é, os músicos refletem nas melodias produzidas e eu me deparo com minhas meias três quartos. Falar é muito mais complicado do que se possa imaginar. Não sou aquele representante da comunidade, o escolhido para defender o direito dos moradores, não, eu sou apenas um falante, sou um simples homem, tenho minha ideologia, é nela que eu me represento. Estou eu aqui, escrevendo, tentando mostrar para as pessoas como eu sou, como eu quero que elas me vejam. Não são imagens que valem como mil palavras. Eu não acreditaria numa foto tirada de um celular, sabendo que por trás de uma imagem, existem pessoas, existem ideologias, como as minhas talvez, mas existem. Temos liberdade, assim como a liberdade de expressão. A muito tempo pensava que assim seria o mundo, posso dizer o que penso e ser aceito pelo que sou, mais o muro que eu estava sentado desabou, não é assim como me falaram. Imagens, já que são elas que movimentam multidões, são elas que faz com que mudamos nossos pensamentos, são elas que fazem a gente sentar no sofá e assisti-las por 2 horas sem parar. Não sou um crítico sem escrúpulos, não sou eu a voz do mundo, não que eu não queira ser, não sou eu que movimentarei multidões, não com a minha palavra. Como posso repetir, a fala não é a fonte de toda a informação. Vivemos em um mundo em que poucos de nós, seres humanos, têm a capacidade de ler e escrever. E por quê comparar um ser como eu, classe média, a um monstro que rouba merenda de crianças que não tem nem ao menos uma refeição por dia, não tem nem ao menos um futuro pela frente. Digo novamente, somos seres humanos, temos direitos iguais, segundo a legislação, todos temos os meus direitos e deveres, então como se fazem regras, leis para segui-las e existem monstros que aprovam-as e não as seguem? É uma faca de dois gumes, tentamos agradar a todos, mas não conseguiremos agradar todo mundo. É assim que vamos, é assim que estamos, mais não é assim que eu quero ser. Textos irão mover pessoas, irão mover seres humanos, deixaremos todo o podre do mundo nas mãos dos monstros, que se sentirão bem com o mundo, como disse, eles são monstros, estão acostumados com a desigualdade social, por exemplo. Quando acaba o meu dia, e já são umas 21:30 da noite, durmo sabendo que cumpri com o meu destino, sei que dentre tantos erros que cometi, compenso nos acertos que obtive, durmo com a mente limpa, não tenho medo do amanhã. Como eu gostaria que fosse, um mundo limpo, claro e transparente. Poder dizer, escrever o que eu penso. Olho para os lados e só vejo doenças, só vejo morte, monstros matando seres humanos. Não vou deixar que esses monstros tomem meu espaço, tomem o espaço dos seres humanos. Se eu tirasse uma foto do planeta Terra visto de cima, a uns 40000 km de distância, e toda impureza do mundo fosse de cor preta, eu ficaria envergonhado com essa foto. É ruim pensar que a raça humana é o animal mais irracional que habitou e habita o nosso planeta. São milhares de anos vivendo um mundo de mentiras, um mundo de desordem, seres humanos matando seres humanos, matando animais, matando plantas, matando vida. Agora seria adequado usar, ó meu Deus. Mais como posso usar tal frase, se por questão de pura desumanidade, religiosos do mundo esconderam e ainda escondem a verdade sobre o que mais matou gente por todo o mundo. A religião, eu tenho fé, e sempre terei, mas a fé é algo intocável, algo que talvez nunca saberei o por que, nunca saberei quem foi Jesus de Nazaré, nunca saberei se ele realmente existiu. Perguntas são feitas a todo momento, a cada segundo uma pergunta é feita no mundo, mais apenas 20% dessas perguntas são respondidas, 1% dessas perguntas são respondidas verdadeiramente, e 19% são respostas incorretas ou que não sabemos responder e para ficarmos livre de tantas perguntas sem respostas, optamos pelo caminho mais rápido, a mentira. Poderia eu escrever, mais 800 páginas, falando somente desse mundo que nos cerca, posso falar, somente o tempo que eu estou aqui, somente 21 anos para dizer o que eu vi durante esses anos da minha vida. Se eu chorasse por todas as vidas perdidas nesse mundo eu choraria durante anos sem parar, encheria reservatórios de água que poderiam abastecer todo o continente africano.
Agora queria deixar uma mensagem de maior impacto.
Faça o que for possível.
Postado por André Safadi às 23:45 1 comentários
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Postado por André Safadi às 02:57 1 comentários
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Quando eu morrer, quero ser lembrado
Postado por André Safadi às 10:18 2 comentários
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Postado por André Safadi às 17:35 2 comentários
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