quarta-feira, 6 de março de 2013

Querido diário... [me deixa em paz]

Cara, esses dias eu senti um desejo tão grande por uma menina, que eu fui lá, grudei no ouvido, no pescoço, nas costas, no queixo, falei, funguei, beijei... Beijei tudo o que eu podia.

Eu já a tinha beijado antes, mas a iniciativa tinha sido dela. Pra mim, essa foi como uma segunda primeira vez. Nunca tinha sentido esse ímpeto, nunca tinha tido essa coragem. 24 anos nas costas; 2,4cm de barba na cara.

Ganhei coragem e ganhei o mundo. Ganhei alguns centímetros de pele, e o ar desceu cheiroso pra caramba pros meus pulmões. Ganhei um não. Alguns.

Beijei tudo o que eu podia. Mas não pude beijar a boca. Ela tinha namorado. Eu sabia. 24 anos nessa bagaça, e eu nunca tinha desistido tão declaradamente de ser covarde. Apesar de ter sido covarde pra caralho com um outro cara que não estava lá.

Sejamos francos? Eu nunca tinha feito isso antes por covardia mesmo. E eu adoraria dizer que havia sido por princípios. Não foi. Cagaço mesmo. Mas nesse dia a vontade foi maior, pela primeira vez em 24 anos.

E nunca a coisa errada pareceu tão certa.

Alguns dias depois ganhei um esporro. Pedi desculpas. Uma merda. E cá estou eu novamente, sozinho e pensando nela. Com 10 anos de atraso.

Que feiura...

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