Querido diário... [me deixa em paz]
Cara, esses dias eu senti um desejo tão
grande por uma menina, que eu fui lá, grudei no ouvido, no pescoço, nas costas,
no queixo, falei, funguei, beijei... Beijei tudo o que eu podia.
Eu já a tinha beijado antes, mas a iniciativa
tinha sido dela. Pra mim, essa foi como uma segunda primeira vez. Nunca tinha
sentido esse ímpeto, nunca tinha tido essa coragem. 24 anos nas costas; 2,4cm
de barba na cara.
Ganhei coragem e ganhei o mundo. Ganhei
alguns centímetros de pele, e o ar desceu cheiroso pra caramba pros meus
pulmões. Ganhei um não. Alguns.
Beijei tudo o que eu podia. Mas não pude
beijar a boca. Ela tinha namorado. Eu sabia. 24 anos nessa bagaça, e eu nunca tinha
desistido tão declaradamente de ser covarde. Apesar de ter sido covarde pra
caralho com um outro cara que não estava lá.
Sejamos francos? Eu nunca tinha feito isso
antes por covardia mesmo. E eu adoraria dizer que havia sido por princípios.
Não foi. Cagaço mesmo. Mas nesse dia a vontade foi maior, pela primeira vez em
24 anos.
E nunca a coisa errada pareceu tão certa.
Alguns dias depois ganhei um esporro. Pedi
desculpas. Uma merda. E cá estou eu novamente, sozinho e pensando nela. Com 10
anos de atraso.
Que feiura...
0 comentários:
Postar um comentário