quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Cadê

todo mundo?

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Io sono Jovanotti!


Boa tarde, ou noite, sei lá que horas são, nobres companheiros! Música realmente é um negócio espetacular, não? E não tenho talento algum para ela. Isso é um fato lastimável. Hoje, porém, seguindo as tradições "Haiguianas", falo aqui sobre música. E mais, falo de um dos meus maiores ídolos: Lorenzo Jovanotti. Como acabei de falar, não tenho talento para a música. Jovanotti é um dos poucos artistas que me inspiram a cantar suas músicas em voz alta, um castigo para os meus próprios ouvidos.
Houve uma época em que a canção italiana teve uma dimensão mundial. Não foi só Rita Pavone, nos anos 60 e 70. Em outras épocas, foi "degustada" pelos brasileiros. Laura Pausini e Tiziano Ferro passaram por aqui e fizeram até um certo sucesso. Renato Russo se arriscou em algumas faixas. Bons. E só.
Genética deixada de lado, sempre se fez coisa boa por lá, pela Itália. Infelizmente, a música de lá não é encontrada facilmente no Brasil. Discos italianos não são peças fáceis de se adquirir. Nem na Itália. Tenho tudo de Jovanotti, e ele é um dos poucos que me fazem sentir na obrigação de consumir tudo que lança. E nunca me decepcionou.
No mais recente disco dele (Safari - 2008), tem três canções que canto alto sempre que posso, e às vezes em momentos inoportunos também. "Fango", "Punto" e "Come Musica". A primeira tem uma introdução meio mantra que volta hipnoticamente a cada estrofe e praticamente te obriga a decorá-la, mesmo em italiano: sem muita resistência, quando você percebe já está repetindo: "Io lo so che non sono solo/anche quando sono solo."Punto" é um sambinha bem brasileiro, puxado por um versinho quase infantil se não fosse tão adorável ("Vorrei che questa pagina tornasse bianco per scriversi Ti amo... Punto!") E "Come musica" tem simplesmente a frase musical mais linda já criada para declarar amor eterno a alguém - só mesmo esse cara pra me inspirar a cantar num volume impensável (e "cantar" no meu caso, é força de expressão): "So che è sucesso già/che altri già si amarono/non è una novità/ma questo nostro amore è come musica/che non potrà finire mai/che non potrà finire mai/mai mai"... É. É a frase do meu msn sim.
Como esse cara consegue? Como é possível? As músicas são de uma diversidade incrível, ainda que sempre pendam para o dançante. É multifacetado. É pop, é rock, é top! Todas, todas as canções são lindas, todas são cativantes, todas ficam na memória. "Mezzogiorno", "A Te", "Nel Mio Tempo"... Todas. Enfim, sabe a vontade de irromper cantando um verso sem ligar para as críticas de quem está por perto? Jovanotti.
Invista nos discos de Lorenzo Jovanotti, pois sempre é tempo de conhecer alguém tão bom. Pode começar por "Safari" mesmo, que teve partes gravadas no Rio de Janeiro. Ou por qualquer outro disco. Em todos eles, você vai encontrar uma harmonia celeste entre música, canto e letra - combinações perfeitas que vão te elevar ao estado de graça. Puro dopping.
Para concluir, deixo como singela homenagem a ela, que se encontra nesse momento nos EUA, o clipe da canção "Come Musica". Te amo. Forte abraço e até a próxima "Segunda na Terça". Rá!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

A qualquer hora


Senti o seu cheiro essa manhã e o meu corpo ardendo em febre. E lá estava ela sentada na poltrona em frente a minha cama, com as pernas cruzadas, era real. Suas mão delicadas estavam uma sobre a outra, em cima do seu joelho . Ela me encarava, com um olhar doce, piscava lentamente e pacientemente abriu sua bolsa, tirou de lá um relógio dourado e fixou seu olhar nele durante alguns segundos.

Ainda assustado, com febre, sentia meus ossos queimarem, minha carne queimar e meu coração batendo lentamente. Com dificuldades toquei com a palma da minha mão o chão frio do quarto, alívio... um pequeno alívio para, pelo menos, uma parte do meu corpo.

Comecei escutar os batuques e o teclado que aumentavam gradativamente. Meu corpo involuntariamente começou a dançar, o prazer da última dança, era isso que ele pedia. E lá estava flutuando lentamente, um alívio para minhas costas, pois o vento invadia a janela e me abraçava. E eu continuei flutuando e dançando lentamente, isso não sabia se era real, mas ela continuava na poltrona me olhando, e eu sentia desnudado com ele (o seu olhar), mas mesmo assim inexplicavelmente ele me confortava.

De repente, de sua bolsa ela puxa um cigarro e com seu isqueiro o acendeu com um estilo que poucos tem. Era tão lindo que o cigarro em sua boca parecia ser algo doce, algum manjar não descoberto pelos homens, pobres mortais.

Ela sorriu para mim e de repente caí novamente na cama. E o vento parou, a febre, a maldita febre, lembrei dela novamente. Depois de alguns minutos não sentia meu corpo e minha força tinha escorrido pelo chão do quarto. A cama parecia estar molhada e minha boca seca. Tudo foi escurecendo, lentamente, como um final de um filme mas sem música, e o olhar dela dizia: “pronto, está finalizado”. E lá se foi, levantou-se da poltrona arrumando sua bolsa, a última coisa que vi.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

http://www.youtube.com/watch?v=waHycn2AZkE

Olá,


Essa semana assisti o curioso caso de Benjamim Button. Muito curioso mesmo. O filme e todas as idéias, como por exemplo do relógio que corre ao contrário. Parece um daqueles filmes feitos sob encomenda,pra mim. Recheado de coisas que povoam meu imaginário desde a infância. O fato de você demorar dois segundos em vez de um para ler essa frase pode mudar o resto da sua vida. E principalmente que a nossa vida é determinada pelas escolhas que tomamos,mesmo as ruins. Após ver o filme em uma agradável conversa com a minha tia típica de um subúrbio respeitável,daquelas que só se faz num dessas,numa calçada meia noite, ela me diz a mesma coisa( sobre as escolhas). E hoje meu pai aleatoriamente me diz a mesma coisa também.

E como sempre eu me lembro dessa música. 'na boca em vez de um beijo um chicle de menta e a sombra de um sorriso que eu deixei numa das curvas da highway". Aonde foi que eu deixei? Gostaria que meu relógio pudesse andar ao contrário,assim como o do filme. E num determinado momento voltar a...

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

O Rock não morreu. E nem saiu de catálogo.



Tá tudo muito bom, tá tudo muito bonito, mas eu vou ter que discordar do meu amigo cabeludo aí. Nada contra seu estilo "roqueiro vintage" - apesar da indigesta bandeira estampada em sua camiseta - e definitivamente nadinha contra a belíssima versão do Crosby, Stills & Nash para o clássico "Black Bird", dos grandes besouros.

O que pega mesmo é esse discurso reacionário, muito comum entre os entusiastas das décadas de 60 e 70; discurso esse que já foi ardentemente compartilhado por minha pessoa. Essa história de "o Rock já foi feito; essa musiquinha de hoje em dia não é Rock" configura-se no mais puro e aplicado papo-furado. É claro que os reacionários do Rock tem vários argumentos, para os quais apresentarei prontamente os meus contra-argumentos:

1. "O Rock hoje é feito só pra ganhar dinheiro" - Por um acaso o Rock, desde seus primórdios, não era música comercial? Não era controlado pelas gravadoras? Que eu saiba - e posso estar enganado - o Rock só começou a adquirir o status de "cult" a partir da segunda metade da década de 60. É claro que o Rock era rebelde e escandaloso, mas a grana sempre esteve intimamente ligada a ele. E eu não estou reduzindo o Rock a um mero produto, mas que é um produto também, isso é. E era quando explodiu pela primeira vez.

2. "O Rock hoje é uma porcaria" - Em grande parte, eu concordo. Mas isso é exclusivamente uma questão de gosto pessoal. O Rock, assim como qualquer outra coisa, pode ser considerado bom ou ruim de acordo com o parâmetro escolhido para se fazer essa afirmação. Se alguém tem a complexidade como indicativo de qualidade, o Rock Progressivo é, sem dúvidas, o melhor de todos. Se o parâmetro for o peso, o Hard Rock ou o Hard Core. E assim sucessivamente.

É sempre válido lembrar que a mudança sempre foi uma das mais marcantes características do Rock. Ou seja: não dá pra dizer que Rock é Rock só se for de tal jeito. Se formos ser assim tão radicais, o Rock é unicamente aquele produzido por Elvis Presley, Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis e toda essa galera da velha-guarda.

Pode ser que você ache o Rock de hoje falso, opaco, superficial, ou simplesmente ruim: ainda sim é o Rock. Feliz ou infelizmente.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Revista senhor.

Criada em um dos períodos da história brasileira de maior concentração de desenvolvimento em todos os campos,do industrial ao musical,a revista senhor,com essa pretensão,e com toda a sua despretensão a outros temas básicos no jornalismo então vigente,acabou se fazendo porta-voz desse período de intensa revolução cultural.Não apenas porta-voz,mas acabou sendo sintetizadora do que aconteceu de melhor no país nos seus anos de existência.Criada para satisfazer os interesses do novo homem urbanizado,filho do inchaço das grandes cidades e exposto as levas avassaladoras de consumo e publicidade de todos os tipos,e também em horas,a mulher dessa grande homem,também por sua vez urbanizada e moderna,filha de todas as revoluções das últimas décadas.

Com o surgimento do novo cenário pós as grandes guerras mundiais,um nova situação se desenhou mundialmente completamente.Obviamente,o campo da abstração do sentir humano,não poderia deixar de passar por uma total renovação,revolução ou reconstrução.As artes foram fortemente influenciadas nessa época,sendo a europa a matriz artística do mundo desde muitos séculos até então,e por todas as mudanças dadas no continente europeu,começando na longíqua revolução francesa e indo até a revolução cultural dando já então nos anos 50,seus primeiros passos com os beats.E a revista Senhor,acabou sendo um veículo desse período de intensa mudança do mundo.Dando espaço apenas para o que havia de mais fino na expressão artística,a revista acabou se tornando uma referência cultural para as décadas seguintes,com seus colaboradores gigantes em talento e importância.O ênfase dado pela revista nesses colaboradores era grande,e até era permitido um investimento maior em folhas de pagamento e o direitos do que era publicado,para incentivar a produção cultural da revista.A revista Senhor,revelou,entre outros talentos no Brasil,Clarice Lispector e Guimarães Rosa.Contou com nomes de peso,como Paulo Francis e Jorge Amado,e publicou grandes nomes,como Franz Kafka e Sartre.

Com o objetivo despretensioso de não se prender a nenhum modelo editorial até então vigente,e com o único objetivo de ser uma revista moderna e totalmente inovadora e que conquistasse a classe média/alta urbana,a revista Senhor acabou atingindo um elevado padrão de qualidade.Esse padrão refletiu-se na sua parte gráfica,com um dos desenhos gráficos mais modernos até então na editoração de revistas no Brasil.A revista acabou se tornando uma referência.Hoje,um exemplar da revista senhor pode ser encontrado na internet pelo preço de 300 reais.

A revista então,atingiu seus objetivos e acabou se tornando uma referência mundial para os interesses do então novo homem industrial,dirigente das classes urbanas.Com seu desenho gráfico totalmente inovador,colaborações riquíssimas que sintetizaram todo o movimento cultural de um Brasil eufórico que planejava viver cinqüenta anos em cinco,e que foi porta-voz de anos eufóricos,mas que precederam o desastre cultural que viria a ser a ditadura militar.A revista publicou de Jorge Amado,Clarice Lispector,Kafka,Sartre,até a refinada opinião de seus quatros editores,falando de bossa nova até literaturas de cordel.

Senhor,que tinha como umas de suas primeiras intenções servir como um cartão de revista a editora,sem dúvida alguma,atingiu seus objetivos e se tornou uma grande referência e ícone de uma revista moderna,voltada ao homem moderno e seus luxos.Acabou superando em muito as suas próprias expectativas e entrando para a história.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Mutantes - Tudo Foi Feito Pelo Sol


Quando pintaram os anos 70, todo mundo pirou ao som do novo tipo de Rock produzido na Europa, mais tarde batizado Rock Progressivo. Yes, Pink Floyd, Genesis, Jethro Tull e King Crimson eram alguns dos nomes da vez, venerados pela geração pós-psicodélica. Como não poderia deixar de ser, a febre também bateu forte aqui, em terras verde-amarelas, influenciando uma boa leva de bandas que, agora, se ligavam ao som do moog.

Um obstáculo, porém, com que nosso esfarrapado Brasil se deparou ao enveredar-se pelos caminhos tortuosos de tal estilo, foi a falta de tecnologia necessária à feitura desse sofisticado e intrigante som. A única saída para as bandas brazucas era garimpar no estrangeiro, em busca dos tão caros equipamentos adequados. E talvez nenhuma banda tenha ostentado um equipamento tão invejável quanto o dos veteranos roqueiros paulistas dos Mutantes.

Em 1974, quando os Mutantes já eram praticamente propriedade do Sr. Sérgio Dias, tendo passado por diversas mudanças de formação ao longo dos anos e dos discos, o guitarrista, juntamente com a banda, formada por Túlio Mourão, nos teclados; A. Pedro de Medeiros, no baixo; e Rui Motta na batera; resolveu lançar um dos álbuns ícones do Progressivo tupiniquim: “Tudo Foi Feito Pelo Sol”.

Apesar de, em alguns trechos, não ser a originalidade o ponto forte do trabalho, o álbum possui momentos simplesmente fantásticos, realmente dignos de toda sua fama e admiração. Os Mutantes tinham o dom de criar universos altamente imaginativos, garantindo ao ouvinte uma passagem de ida à lua – ou qualquer outro satélite ou planeta desconhecido pela astronomia. A viagem já começa com a capa do trabalho, cujo autor não é creditado no encarte – pelo menos não na edição que possuo.

O disco tem início com “Deixe Entrar Um Pouco D’Água No Quintal”, talvez a mais Prog do disco. Sua introdução, um pouco forçada a meu ver, me parece uma tentativa de soar o mais parecido possível com uma banda inglesa. A parte cantada, porém, vem com força total, dotada de sua levada malandra e suingada e um instrumental maravilhoso, executado por uma banda realmente afiada. A sonzera é quebrada por uma parte simplesmente deliciosa, com as guitarras de Sérgio marcando presença. Ao longo da canção há, novamente, o contraponto entre a pegada mais enérgica e as passagens mais suaves, contando com os solos com pedal de delay e arranjos carimbados do contexto Progressivo. Ótima faixa!

A sensacional “Pitágoras” dá continuidade à obra, ao som do teclado magnífico de Mourão. Seu riff super viajante é irresistível, acrescido, posteriormente, dos outros instrumentos do conjunto, um por vez, com melodias sensacionais, até desembocar em uma massa sonora arrepiante. Após essa maravilha, Sérgio demonstra, mais uma vez, seu talento com as cordas, em uma passagem acústica maravilhosamente bem feita. Uma pérola!

Outro momento delicioso é “Desanuviar”. Aqui a banda despeja toda sua veia zen na obra, produzindo uma peça extremamente relaxante e letárgica. Após um trecho mais conturbado, em que a banda vai intensificando o som em uma sucessão de acordes ascendentes, a calmaria retorna com aquele tão amado som do sintetizador, executado por Túlio. A faixa termina ao som de cítaras indianas – nada mais apropriado, não é mesmo?

Após essa sessão de três grandes composições, a banda nos traz a mais embalada “Eu Só Penso Em Te Ajudar”, com bons trechos de piano ao estilo boogie-woogie. A canção possui bons arranjos, com mudanças de andamento e quebras de ritmo, bem Progressiva.

“Cidadão da Terra” possui tecladeira bastante chupada de bandas estrangeiras, lembrando bastante o som de grandes bandas Inglesas. A canção, ainda que de sonoridade um tanto importada, possui o toque viajante dos Mutantes, mantendo a coesão em relação ao restante do álbum.

“O Contrário de Nada É Nada”, um Rock n’ Roll bem simples e descontraído, não possuindo nem 3 minutos de duração. Dispensa maiores comentários.

O disco termina com a faixa título, dotada de uma excelente introdução. A parte cantada, não tão boa quanto o início da canção, ainda consegue agradar, não passando, porém, de razoável. A obra finaliza-se com uma parte instrumental um pouco arrastada, mas bem executada.

Como os caros leitores puderam perceber, as 3 primeiras faixas do álbum são bem superiores às demais, embora nenhuma das outras faça feio. De qualquer maneira, é um trabalho que vale muito a pena – se você sente alguma simpatia pela sonoridade Progressiva, é claro. Todos os integrantes da banda mostram-se extremamente competentes, cada um desempenhando um importante papel para o êxito da obra.

Vale lembrar que foi lançada recentemente uma nova versão do CD, em formato digipack, contendo três bonus-tracks de encher os ouvidos: “Cavaleiros Negros”, apetitosa em todos os seus 8 minutos e 36 segundos; “Tudo Bem”, outra belíssima faixa; e “Balada do Amigo”. Altamente recomendado!

No mais, boa viajem!

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