quarta-feira, 29 de abril de 2009



Mas nenhum FILHO DA PUTA ignora a minha lei!


racionais capítulo 4,versículo 3.

terça-feira, 28 de abril de 2009


A gripe do porco começou no méxico como a mais nova desgraça da humanidade na última semana.E ela já desceu. Já tá em Salvador. Dessa vez é pior, humanos serão contaminados.Humanos são. Em alguns dias estará em Goiás,em alguns outros dias os primeiros começarão a morrer,no méxico ou no Garavelo.O próximo pode ser você.Se um dia Raul cantou "vou te encontrar vestida de cetim",ser encontrado por substantivos de cunho animalesco e suíno é deveras decepcionante.Não se preocupem,se não for essa uma hora conseguiremos realizar nosso sonho medieval do apocalipse e a humanidade vai ser dizimada em um desses vírus. Para os conspiratórios, apenas uma leve movimentação das grandes indústrias farmaceuticas.

Isso no México, Em Salvador e daqui uns Dias em Goiânia.Talvez na sua casa.
Enquanto isso no Serra Dourada domingo um grupo de torcedores apaixonados mais uma vez foi assaltado por uma força militar autoritária.E a violência travestida fez seu trottoir,com garras d'água,pedras e derivados do caos.Por muito pouco quase tudo aconteceu.E o quase tudo que quase sempre é quase nada,está muito próximo duma tragédia em nossoas arquibancadas.
E enquanto isso,alguns bandoleiros de terras distantes as quais eu nunca pisei,escreveram em uma faixa . Jamais nos matarão.



E os avisos de cigarro que avisam que fumar faz mal.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

=)


domingo, 26 de abril de 2009

Inundar-vos-ei com o conhecimento de H. Berberian!

Palavras sábias para o dia-a-dia.

Na Pokebola (ou Caverna do Dragão)





Porque sair da Pokebola é para os fracos.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Toquinho e Vinicius









Esse Vinicius é companheiro mesmo, viu... Sempre acompanhando o Toquinho. Nessa situação, meia palavra basta. Até menos. Bem menos. Quase nada. MI...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Utilidade Pública

Se você não tem a matéria de psicologia copiada em seu caderno, SE FUDEU OTÁRIO!
Brincadeira, rá! Salcifufu! (Se bem que essa tá mais para "Praça é Nossa")
É o seguinte, se você quiser a matéria que foi passada no quadro é só deixar seu email nos comentários que eu vou te adicionar no “Grupos Google”. Só para constar, o nome do grupo é “Vagabundos Iluminados”.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Cadê?


Post em homenagem a todos aqueles que ainda defendem o bom e velho mata-mata, pois camisa, culhões e torcida ganham jogo sim.

domingo, 19 de abril de 2009

19 de abril












Imagens meramente ilustrativas. Qualquer semelhança com a vida real é mera coincidência.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Probabilidade





Probabilidade de que nesta casa more um admirador do arco íris: 1%



Probabilidade de que nesta casa more um torcedor do São Paulo Futebol Clube: 99%



Margem de erro: 1%

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Divagações de um velho louco – PARTE UM


Um velho louco que descobriu o mundo dos blogs pediu que postassem aqui suas injúrias, pensamentos e qualquer outra merda que saia dos toques dos seus dedos no seu teclado sujo de café e cinzas de cigarro. Amém!



Sabe aquela sensação de quando a raiva está passando, diminuindo lentamente, a sua respiração alterada se normaliza aos poucos e a paz perdida a alguns minutos atrás vem como se tivesse mais intensa? Acho que a paz é da mesma intensidade que a outra antes da crise de nervos, mas agora temos a crise como comparação. Uma crise fresca que nos mostra o quanto a paz nos faz bem. E partindo desse princípio percebo que é a dor que me faz sentir vivo. Aliás, não a dor e sim, mas o alívio. Porém para ter o alívio, antes tem que vir a dor.
Uma vez eu li que existem pessoas viciadas em sentir raiva. Loucura isso, mas agora, pensando bem, parece ter algum sentido. Esses dias estão sendo mais estranhos que o normal e meu desapego por viver em sociedade vem crescendo a cada dia. Não chego a ser um misantropo, mas não me enquadro dentro do que é normal para o senso comum para o quesito: ser sociável.
A sociedade é tão engraçada, algumas pessoas são levadas pela onda da superficialidade. A internet é cheia disso e por ironia meus textos talvez sejam superficiais, talvez. É difícil julgar textos assim porque são rodeados de subjetividade (não me saí bem nessa, mas como verão a seguir não me preocupo com isso, não mais) Mas onde quero chegar é que esses dias navegando pelo Orkut (vejam só, ainda existem comunidades interessantes, não desistam) deparei com uma comunidade que deve ser fruto de uma ironia: “Misantropos e Misantropia”. É esse mesmo o nome da comunidade: MISANTROPOS E MISANTROPIA.
Pensei comigo: "devo estar ficando velho mesmo, eu já aqui nos meus 80 anos vi muita coisa espalhadas por esse mundo, mas algumas ainda me surpreendem", como misantropos que se reúnem em um site de RELACIONAMENTOS. Foda-se, cada um cuida de si, mas eu vim de um tempo onde segredos se guardavam e não se contava em livros (pelo menos não assim às “claras”), hoje as coisas se espalham como vírus: o caçador de picas, quem mexeu no meu saco, meu-cachorro-com-nome-de-gente-que-me-fez-num-sei-o-quê. Mas como já disse cada um cuide de sua vida, lê o que quer, escuta o que quer, fala o que quer desde que se respeite o próximo. E essa comunidade de misantropos não me faz mal algum. Mas tudo isso não deixa de ser engraçado.
Talvez é essa a graça da vida, caros leitores. Merda! Depois dessa tenho que sair da comu “Divagações tem de ser curtas”.

domingo, 12 de abril de 2009

Feliz Páscoa!


sábado, 11 de abril de 2009

Revista Rolling Stone / edição 31, abril/2009 - Entrevista HG

Humberto Gessinger
Por Marcelo Ferla

O eterno Engenheiros do Hawaii desafia o tempo (de carreira) e avisa: “quero desmistificar os anos 80"

O homem-banda engenheiros do Hawaii passeia pelos paradoxos do pop há quase três décadas destilando trocadilhos tão infames quanto eficientes e colecionando fãs e detratores pelos mesmos motivos, algo entre a sinceridade, a ironia (não exatamente fina) e o ceticismo. O cabeludo quarentão está sentado à minha frente, nasala de estar da bela cobertura onde mora coma mulher e a filha, em um bairro nobre de Porto Alegre, onde nasceu e para onde voltou em 1999, depois de viver muitos anos no Rio de Janeiro, por necessidade profissional. Ele dorme até o meio dia, joga tênis eventualmente e passa o resto do tempo tocando e ouvindo programas de futebol no rádio, sempre ligado nas emissoras que têm menos ibope. "Minha medida de tempo não é o dia, é o ano. Meu cronômetro não é manhã, tarde ou noite, eu só faço música, nada mais me prende a nada", diz Gessinger, que resolveu interromperas atividades do Engenheiros do Hawaii por tempo indeterminado e agora se dedica integralmente ao projeto Pouca Vogal, que divide com o gaúcho Duca Leindecker, integrante da banda Cidadão Quem. Em junho sai o DVD da dupla, que o velho frasista definiu, por e-mail, para um jornal local, como "a menor banda do roque gaúcho". As cenas que se sucederam na longa entrevista/ bate-papo que tivemos revelam um homem que continua facilitando a vida dos editores com dezenas de frases de efeito, não faz questão de desmentir fatos ou remediar opiniões controversas,gosta de alfinetar a crítica e insinuou claramente que o Engenheiros do Hawaii acabou.Paradoxalmente à sua aversão pelo hype, o novo mundo pós-napster parece dialogar fortemente com artistas como ele. Essa highway chamada cultura pop tem mesmo infinitas possibilidades.

Em casa você costuma ficar compondo ou tocando outras músicas?
Não sei tocar chonga nenhuma... As pessoas pensam que talento musical é um bloco, mas são subdivisões.Eu tenho a maior inveja de um grupo meio discriminado,o pessoal que toca em banda cover. É um talento que não tenho. Às vezes umas destas bandas abrem nossos shows e tocam de Pink Floyd a Luiz Gonzaga com o mesmo equipamento, simulando o som de todos. Eu tenho inveja! Outra coisa que as pessoas têm preconceito é do pessoal que faz jingle, que consegue compor de propósito. Eu nunca consegui compor uma música do início ao fim que tivesse uma direção. Eu vou correndo atrás da música. Me considero mais compositor,mas minha paixão mesmo é tocar um instrumento.Não é o que faço melhor, mas me motiva.

Que instrumentos você toca?
Piano, violão há uns três anos comecei a tocar viola caipira, e isso tomou muita importância e espaço. Parece um instrumento vira-lata, mas tem muita história ali dentro. Comecei a tocar viola caipira na metade da turnê do Acústico da MTV e o Pouca Vogal é uma radicalização disso, uma viagem de encolhimento. Acho que tem várias coisas encolhendo no mundo, como o capitalismo,e tenho a impressão de que a música também está encolhendo. É como se fosse um rio que tivesse transborda donos anos 60 e 70, quando a música era a ponta do pensamento pop, e que agora está voltando para o seu leito. Acho muito bom, porque estes momentos de fartura são os mais chatos. Aqui no Brasil foi nos anos80. Junta um monte de gente que não é do ramo para brincar naquele segmento, porque tá dando grana.

O talento se sobressai nesses momentos de encolhimento do mercado?Isso. Porque tem uma dualidade, o lance da arte e do ofício. Nesses momentos de cheia do rio fica muita arte e pouco ofício. Todo mundo dando entrevistas maravilhosas,fazendo capas maravilhosas, dá vontade de dizer, 'Pô, quem sabe afinar uma guitarra nesta merda?Quem morreria por essa música?' Nos momentos de diminuição isso se ressalta. Estamos vivendo este momento,porque acabou a indústria, conseguiram vender pra todo mundo uma ideia absurda de que música pode ser de graça, mas ninguém fala isso em relação a livro ou ao Big Mac. Os caras compraram isso achando que ia ser uma coisa revolucionária, só que alguém vai pagar a conta, alguém vai ser o dono da voz.

E quem será o dono da voz?
Os donos agora são os publicitários, a Claro, o Terra,a Tim, a Oi... Neste sentido não tenho muita ilusão na coisa tecnológica, embora ache legal este enxugamento.Fica mais para quem é do ramo. O Pouca Vogal em relação ao Engenheiros é um enxugamento.

(OBS: Gostaria do comentário do Sr. João Lemmos, vulgo Haig, sobre está última resposta de HG.)

Tem uma letra do Oasis que diz: "please don'tput your life in the hands / of a rock'n'roll band"("Por favor, não coloque sua vida nas mãos de uma banda de rock"). O que você acha disso?

A corrente que te leva até os fãs tem muitos elos sobre os quais tu não tem poder. As pessoas perguntam porque o Engenheiros deu este tempo agora, depois das duas turnês mais bem-sucedidas da carreira. Tem épocas em que tua distância em relação a quem está te ouvindo gera mais aflição. Tem épocas que isso passa batido, mas por mais que tu esteja dizendo alguma coisa aqui, será que o ambiente não está dizendo o oposto de maneira mais alta? Nós emitimos algumas coisas, mas não temos muito controle do que é feito com aquilo. Por isso eu nunca esquentei a cabeça com crítica. Tu me dá qualquer disco e eu sou capaz de escrever dez coisas a favor e outras dez contra, em 20 páginas maravilhosas. É mais uma questão da maneira de como se joga a luz.Mas quando tu começa a tocar para pessoas que têm a idade da tua filha, isso começa a bater diferente.

Revista Rolling Stone - Entrevista




A vida é engraçada.
Tudo que eu posso dizer com certeza sobre ela,é que simplesmente sinto saudade.
Sinto saudade de tudo que passou,das paixões perdidas,das pessoas que conheci nessa viagem só de ida.
Sinto saudade de tudo que vou viver.Por que é disso que se trata.
Da incerteza.Então.
Eu sinto saudade dos meus momentos gloriosos do meu futuro,
sinto saudade do Brasil que morreu na ultima bala perdida,
saudade.DE toda aquela promessa recém embalsamada.Indo embora... fácil como o vento
Sinto saudade de um país melhor naquela criança abandonada.
Sinto saudades de todos que amei.
Saudade de tudo aquilo que enfrentei.
E arrependimeno,apenas daquilo que na hora de lutar,me acovardei,
porque o medo é o problema,
a única interrogação em uma vida cheia de nostalgia,regada a inspiração.
Saudade dos momentos que olhei nos seus olhos negros,
que toquei seus cabelos pretos,
e o amor enchia de esperança
Tão fácil quanto passar minha mão pela sua pele branca.

Sinto saudade na vida também
Das poesias que não pontuei
Simplesmente...pelas palavras que não achei
Palavras que ficaram no tempo
Enquanto meu coração se preocupava em bater por um sentimento

Sinto saudades dos amigos que perdi
Embora tão jovem,sinto que o momento se foi,e aqueles amigos daquela hora,eu perdi
Embora tão velho,sinto saudades dos amigos que perdi,porque eu simplesmente esqueci
Embora crescendo,apenas sabendo,que aquilo que passa,não volta nunca mais
Embora tão medíocre,apenas sentado,esperando minha vez de passar,por você,
Pelas suas vidas,por momentos que nunca mais vão voltar.E,garotas que talvez não vou mais beijar

Sinto saudades das palavras que deixo de complicar
Porque meu coração tem tanto a dizer,que não tem tempo pra pensar
Apenas pilhas e pilhas de sentimentos a despejar

E quando aquele anjo voar
O sangue derramar
O capacete tilintar
O soldado atirar e a guerra começar

Simplesmente,vou sentir saudades...
sentado em um banco esperando por você,
vendo a minha vida passar,
em momentos irreversíveis que nunca mais vou recuperar
E que,apenas viver na sua ilusão,
me faz lembrar que um dia:
a saudade vai passar...

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Agora



Mantendo a política de não deixar o JornHaw parado, lá vem o Monta's de novo. Boa tarde, princesas e plebeus.

Há uma semana mahumeno, estava eu a trocar uma idéia com uma guria danada de especial quando ela pergunta: "Quer escrever sobre o quê? Agora, agora?" Putz. Um puta calor, a única coisa que falei foi: "Agora, sobre o agora."

Pois bem. Reflexão. Escrevendo sobre o agora. Pausa para os comerciais. Coca-Cola. Passou. Perdi o agora. Não o agora de agora, mas aquele agora. Entendeu? Não? Não é possível. Nem eu.

O que quero dizer é que cada segundo que passa não tem volta, por mais clichê que isso possa parecer. "Faz o que tu queres, pois é tudo da lei!" Faça o que realmente te importa, o que te deixa feliz de verdade. Mergulhe naquilo que você ama, no que te deixará eternizado. "Nos livros de história, seremos a memória dos dias que virão!"

Não sei se uma carreta da Irmãos Soares vai me atropelar, se vou pegar AIDS ou ter EP. Creio que você também não saiba, a menos que já tenha acontecido uma dessas situações com você. Então, viva como se hoje fosse o último de seus dias. "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há." É isso. Neta. Rá!

quarta-feira, 8 de abril de 2009








Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar

Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...

Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Goiânia fora da Copa 2014



Poucos já sabem. Mas os que sabem são os que decidem. A Copa do Mundo de 2014 não vem para Goiânia. Se uma ou outra pessoa desmonstrar indignação, saiba que o resultado da seleção das cidades que receberão a Copa faz jus à nossa modesta Goiânia. Na verdade, perdemos por W.O. Não conseguimos nem assustar o adversário, porque sequer entramos no campo da disputa. Os motivos? Puramente a falta de motivos.

Excetuando os ditos espetos do prefeito Iris, com seus viadutos que modernizam a cara da cidade; tirante a excelência do hotel 5 estrelas e um ou outro restaurante, o que mais existiria de equipamento receptivo que poderia contribuir para a escolha de Goiânia? Onde estão sua alma, seu entusiasmo e sua cultura?

A nossa sociedade dominante, que dá a cor local, é um ser precocemente envelhecido. É predominantemente formada por pessoas atrasadas, quando não preguiçosas, sempre sem visão de futuro. Estamos permanentemente na ante-sala das fazendas. Em um cafundó urbanizado. A malemolência desse povo dominante só é vencida pela mesquinhez dos seus interesses privados.

O dia a dia está empregnado de teatro, muito embora, oficialmente, a cultura jamais fez parte da agenda. E nossos gestores públicos, que dizer destes lindos adornos? Eles engatinham de manobra em manobra, no intuito de se manterem ligados às tetas do poder. Sem jamais romper os limites do nosso curral mental.

Há pouco recebi no celular uma chamada do atual presidente dos altos negócios turísticos do Estado. Em sua voz mansa e unilateral, tratou comigo um encontro ao meio-dia do dia seguinte. Tivesse eu ficado esperando, lá estaria até hoje, sem nenhum sinal ou explicação. Vindo de uma pessoa pública, é o respeito dando calote. Ainda na área pública, comemore-se mais um desaniversário do Centro Cultural Oscar Niemeyer: um duplo calote público, protagonizado por dois governadores.

Já o ex-presidente do placoso Sindicato dos Outdoors e diretor hereditário de uma das mais tradicionais agências do Estado, é capaz de fazer pessoas virem antecipadamente de São Paulo só para ouvir de sua secretaria que o patrão não poderia honrar a reunião que ele próprio marcara, porque estava na rua tratando de retirar suas placas ilegais. E assim seguir sem qualquer constrangimento pelo furo ou mesmo um telefonema de atenção, consideração e atenuamento.

O jogo já vai alto. Começou há 76 anos. O que é uma idade de criança para um cidade, é o suficiente para marcar a imagem de desleixo que hoje Goiânia tem. Afinal, telefonando ou não, estamos muito aquém de tudo, exceto da ostentação, que a temos de sobra. E não precisamos ir muito longe. Na área privada, diretores de produtoras outrora respeitáveis e que vendiam Goiás como um produto de futuro luziante, hoje devem para seus amigos e não conseguem pagar nem mesmo uma explicação suficiente para manter as amizades.

Goiânia, assim, vai ficando cada vez mais a cidade prometida e que nunca se cumpriu. Seus habitantes e feitores são mitos que vão tombando à beira do caminho da história. Copa em Goiânia? Só no ano em que Judas pendurar as chuteiras.

Por PX Silveira

domingo, 5 de abril de 2009

Bem, bem, bem. Vejam vocês, eu (o velho ancião da turma) deparei com uma situação que dava as caras de um fim trágico. Explico: Era uma segunda como outra qualquer, se não fosse a louca no tempo, de manhã sol e a tarde uma chuva que parece não ter fim. Eu voltando do meu trabalho digno – não daqueles que vendem mentira para desavisados – me deparei com uma dúvida, daquelas que exige agilidade para responder, ser rápido no gatilho, pá-pum! Pois então, a grande decisão seria arriscar em enfrentar alguns chuviscos ou esperar pacientemente no ponto final antes de ir para casa.


Vocês devem estar pensado: “ahh, veinho, larga de ser fresco! Uma chuvinha não faz mal a ninguém!” Também acho e até gosto de chuvas, caminhar nelas é bem prazeroso (sem trocadilhos, por favor) para mim. Mas, caros amigos, eu estava com meu véiobook nas costas e ele como uma máquina que não usufrui de uma blindagem aprova d’água não pode molhar. Triste. Como paciência não faz parte de meus raros dons, tomei minha decisão: olhei em volta, a chuva estava branda, caindo preguiçosamente do céu tingido de cinza, apertei o botão “pare”, então desci rapidamente do ônibus e marchei rumo a minha casa. Mas a chuva, caros irmãos, foi traiçoeira com quem vos escreve. De repente, ela com furor descia do céu, como que quisesse atacar o véiobook sem dó nem piedade. Então procurei um abrigo, o que achei foi uma árvore, fiquei lá mesmo, a chuva não ultrapassava a sua copa, isso acalmou meu coração e trouxe paz de espírito novamente.
Mas engano de vocês se pensam que ela, a chuva, se deu por vencida. Após um minuto ou dois ela triplicou suas forças, a pobre árvore já não poderia me proteger, a enxurrada havia alcançado meu tênis de 40 cruzeiros, parecia ser o fim. A força da natureza havia me vencido, estava pronto para receber um nocaute, as coisas iam por água a baixo, literalmente. Até que uma pequena fenda se abriu no céu cinza, e uma forte luz iluminou uma senhora no portão que proferiu palavras de salvação para o mim, mal sabia ela que salvava na verdade o véiobook: “Hei! Menino! Entre!” Mal acreditei no que estava ouvindo, mas meu corpo respondeu em milésimo de segundos, arranquei correndo, rápido para o portão da salvação, sem pestanejar, sem pensar duas vezes, aliás, nem pensei direito no que estava fazendo, apenas entrei.
Lá estavam a avó e seu neto brincando. O menino tinha desenhado em um papel sulfite A4 um tabuleiro de um jogo que ele tinha inventado, onde os peões eram carrinhos. A regra básica: você falava um número e andava as casas com o seu “peão-carrinho”. E a avó brincava feliz com ele.
As atitudes dela me levam a acreditar que ainda existem pessoas boas. E eu sei que a maioria a classificaram como ingênua ou louca por dar abrigo para um estranho, mas foi essa ingenuidade que salvou o véiobook! E eu agradeço de coração a essa senhora! Amém!


Ilusão do Infinito


Colocamos um sapo faminto a uma boa distância de uma mosca (devidamente presa), e informamos a ele que se quiser abocanhar a mosca terá de pular de uma forma tal que cada pulo seja a metade da distância do pulo anterior. O sapo aceita o desafio e começa a pular em direção à mosca, e logo percebe que seu pulo começa a ficar cada vez menor até o ponto de quase total inércia. O sapo, então, percebe a nossa pilantragem e começa a entender que jamais chegará até a mosca. Enganamos o pobre sapo com o nosso conceito de infinito: o sapo diminuirá seus saltos infinitamente, e levará um tempo infinito para alcançar a mosca.
Mas, o que o sapo não sabe (assim como muita gente) é que o infinito não existe. Não existe o infinitamente pequeno nem o infinitamente grande, e nem sequer o tempo infinito. O conceito de infinito serve apenas para nos indicar que há algo de errado em nossa forma de pensar um problema ou de conceber uma idéia.
Uma simples experiência pode nos revelar a inconsistência do conceito de infinito. Se considerarmos uma linha de 10 cm desenhada sobre um papel, podemos dizer que existe um número infinito de pontos nesses 10 cm. Minha professora de geometria (beijo, Sandrinha!) me garantiu isso. Tudo bem: se pensarmos em um ponto, sempre haverá um ponto menor do que aquele que pensamos, e esses pontos se reduzem infinitamente, e por isso podemos dizer que uma reta de 10 cm contém uma quantidade infinita de pontos. Mas, como consigo percorrer (com minha caneta) um número infinito de pontos em alguns segundos? Parece mais sensato pensar que levaríamos um tempo infinito para percorrermos um número infinito de pontos. Se não fosse assim, a equação v = s / t (velocidade é igual ao espaço dividido pelo tempo) estaria furada. Se qualquer medida de espaço contivesse uma quantidade infinita de pontos, então qualquer tipo de movimento seria impossível, pois levaríamos um tempo infinito para percorrermos qualquer minúsculo espaço. E se aceitarmos que podemos percorrer (em alguns segundos) uma quantidade infinita de pontos, por que então não conseguimos percorrer o universo em alguns segundos? O universo tem uma quantidade infinita de pontos MAIOR (?) do que a quantidade infinita de pontos de uma pequena reta? Como um infinito pode ser maior do que outro?
A idéia errônea do infinito deve ter surgido de nossa percepção da realidade macroscópica. Estamos acostumados (ou mal acostumados) a visualizar os mecanismos da natureza através de nossas experiências com o mundo a nossa volta. E o mundo que percebemos não é mais do que um “nível métrico” dos diversos “níveis métricos” no qual a natureza se desdobra. Conseguimos facilmente visualizar dimensões entre milímetros e vários metros, mas começamos a nos sentir confusos com distâncias abaixo de um milímetro ou distâncias que envolvem vários quilômetros. Nossa percepção não nos permite visualizar as pequenas moléculas de ar: sentimos o ar como uma onda. Também não conseguimos visualizar o tamanho do sol, pois ele se apresenta à nossa percepção como uma pequena bola brilhante no céu.Quando nos aventuramos em níveis métricos diminutos (como o nível atômico) normalmente usamos nossa experiência do mundo macroscópico para entendermos o mundo microscópico (o que podemos chamar de interpolação). Pensamos em átomos como pequenas bolinhas orbitando outras pequenas bolinhas. Usando esse método de interpolação para visualizar o mundo microscópico, não é surpreendente que imaginemos minúsculas bolinhas reduzindo seu tamanho infinitamente. Não há nada que possa impedir essa diminuição: o universo se apresenta à nossa percepção como algo que se estende do infinitamente pequeno ao infinitamente grande. Quando nos pesamos em uma balança percebemos que o ponteiro se move de uma maneira contínua e não em solavancos, pois acreditamos que o ponteiro está passando por um número infinito de pontos. Quando observamos algum objeto se movendo percebemos que o movimento se apresenta também de forma contínua e não em saltos. Quando olhamos para uma régua podemos imaginar que as medidas podem ser diminuídas infinitamente, e que não existe um limite para essa redução. Tudo isso parece muito sensato, pois são fenômenos que observamos diariamente em nosso mundo macroscópico.
No entanto, essa percepção da continuidade nos fenômenos naturais (como se tudo percorresse um número infinito de pontos) é uma ilusão. A natureza parece ser contínua, mas não é. A descoberta da não-continuidade dos fenômenos naturais aconteceu no início do século XX, e desde então a já desconfortável idéia do infinito foi abandonada. E o sujeito que conseguiu realizar essa façanha (Max Planck) não estava preocupado com a exótica idéia do infinito. Plank estava preocupado em criar uma teoria para explicar um então misterioso fenômeno da termodinâmica e, em um ato de desespero, acabou criando um “quebra galho matemático” (a constante de Plank). Sem perceber, acabou resolvendo um paradoxo da física e da filosofia, e mudando quase por completo nossa idéia sobre como o universo é construído. Mas, como sua constante levava a conclusões estranhas, ele mesmo achou que ela não tinha nada a ver com uma verdade física: era apenas um recurso matemático. Einstein foi o primeiro a mostrar que sua constante era uma verdade física fundamental, e apresentou um trabalho explicando o efeito fotoelétrico através de “pacotes de ondas” de luz (aos quais chamou de “fotons” ou “quanta de luz”). Einstein usou a constante de Plank para explicar como a matéria se comporta em “pequenas quantidades” e não de uma forma contínua.Através da constante de Planck foi possível calcular a medida de Planck, a massa de Planck, e a energia de Planck. Hoje, essas “quantidades” são consideradas os valores mínimos da matéria, se assim podemos dizer.
A medida de Planck é tão diminuta que desafia a imaginação, e apenas através de uma comparação meio absurda somos capazes de ter uma vaga idéia sobre ela. Tente imaginar o tamanho de um átomo (e isso já é difícil); se ampliássemos um átomo até que ele alcançasse o tamanho do universo conhecido (um tamanho também muito difícil de se imaginar), a medida de Planck teria mais ou menos o tamanho de uma árvore. Essa comparação mostra que a medida de Planck é tão diminuta que temos a impressão que tudo na natureza cresce e decresce de maneira contínua e infinita quando, na verdade, acontece em pequenos “saltos”.
A medida de Planck nos leva a uma conclusão impressionante: se alguma coisa for menor que a medida de Planck, então essa coisa não terá nenhum efeito sobre a matéria, e seria o mesmo que dizer que essa coisa não existe. Mas, o sapo não sabe disso e pensa que jamais chegará a papar a mosca, pois o sapo (assim como muita gente) acredita que terá de percorrer um número infinito de pontos para chegar até a mosca. Se o sapo tiver paciência e tempo suficiente de vida, conseguirá finalmente chegar até a mosca: seus pulos diminuirão até chegar à medida de Planck (da qual nada menor pode existir), e de Planck em Planck o sapo encherá o papo.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Nada.



Tabacaria





Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.


Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.


Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.


Falhei em tudo.



"Na verdade o nada é uma palavra esperando tradução"

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