segunda-feira, 14 de junho de 2010

O meu mundo Paradís



Lembranças de uma viagem sem muito sentido. Elas andavam e zanzavam pelos cantos da floresta do imaginário, deixando para trás, todo o pólen, fazendo as coisas florescerem, crescerem, darem vida a tudo. Eu olhava para o céu, na copa das árvores, via todo o brilho que produziam, ouvia aquela música suave, relaxaram meus músculos, me deram sono, me fizeram cair. Aquela imensidão da floresta, cercada por árvores enormes, animais encantados e flores que cantam. Eu abria devagar meus olhos, meio embaçados, meio pesados, mas abri. Meus músculos pulavam, meus ossos estralavam, meus órgãos gemiam e me pus em pé. Me assustei. Meu coração doía, tudo girava muito rápido, fui ficando zonzo, cai de joelhos no chão, tapei meus olhos, que ardiam como se fossem pimentas, vomitava uma gosma verde, e voei longe com a explosão. Levantei mais atordoado, corri para detrás da árvore e me escondi. Olhei para o céu e vi fumaça, pedras de fogo, dragões negros, insetos que me agonizavam ainda mais. Senti uma ferroada no braço, olhei, já sendo atacado por mariposas gigantes, levantei e corri velozmente sem olhar para trás, corri para longe do ataque, pulei raízes enormes, bati de cara nas plantas exóticas daquele lugar, virei para a direita, corri mais alguns metros e tropecei no cipó de uma árvore e cai novamente. Entrei em um sono profundo, via coisas girarem e girarem, cores e formas, números, pessoas, retornava a minha... Acordei. Ofegante. Suado. Era dia, eu estava deitado numa cama meio dura, de palha. Pisquei rápido, vi coisas, ouvia vozes, choros, gritos. Apoiei-me nas paredes, segurei meu corpo. Lembranças, viajei para um mundo que era tão real, era tão estranho. Era o futuro. Corri para fora dali, abri rapidamente a porta, e os raios daquele sol amarelado me cegaram temporariamente. Consegui abrí-los e me confortei. Era dia, 11 de fevereiro. Era tudo um horrível pesadelo, um horrível visão do futuro. Eu finalmente acordei no paraíso das tulipas, o mundo das cores, o meu Paradís.

1 comentários:

Yuri Montanini 15 de junho de 2010 às 14:46  

Viagem sintética?!

Quem sabe... Nunca. Ninguém sabe.

Afinal, mente é uma palavra esperando ser desvendada.

By the way, gostei. Uma grata surpresa, Cocks. Não o texto, mas você. Seus textos. Você é fodalhão, hehers.

;*

  © Blogger template 'Perfection' by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP