domingo, 13 de junho de 2010

Divagações de um velho louco – PARTE TRÊS



Um velho louco que descobriu o mundo dos blogs pediu que postassem aqui suas injúrias, pensamentos e qualquer outra merda que saia dos toques dos seus dedos no seu teclado sujo de café e cinzas de cigarro. Amém!

Merda. Tinha aquela garota. A pele dele brilhava mais que o sol no verão em Salvador. Ela era diferente. Seu sorriso... E eu não passava de um mancebo de 25 anos. Foi a única que amei. Queria chamar a garota para sair. Minha cabeça estava enfiada na merda, eu precisava respirar um pouco, espairecer... Convidaria aquele lindo corpo na esperança que fosse acompanhado por um cérebro. Ela trabalhava em uma livraria no centro, o lugar era muito frequentado por jovens escritores pseudo-qualquer-bosta, todos querendo ler os clássicos.

Eu nunca conversei com ninguém lá, a maioria daqueles caras era um chute no saco. Então, o que importava era ela. Tinha dezenas de livraria na mesma rua do centro, algumas até mais vazias do que essa, mas eu tinha que ir lá ver a garota. Eu era um maldito cagalhão, não tinha coragem de falar com ela, era a primeira vez que sentia aquilo, tudo isso era novo pra mim: o coração acelerava quando a via, minha respiração alterava e sentia um frio desconfortável na barriga.

Resolvi falar com ela, parecia com um daqueles filmes que eu tinha que ver no cinema para conseguir tocar nas coxas de uma garota, conseguia ouvir a trilha sonora, tocava "There is a light that never goes out" do The Smiths, e tudo estava em câmera lenta, era a sensação que eu tinha.

            - Oi, sempre te vejo por aqui e... – eu disse sorrindo.
            - Não temos esse livro – ela disse me interrompendo.
            - Não é um livro, é que eu te acho bonita e...

Escutei um disparo, o sangue dela espirrou na minha cara. Do outro lado da rua dois babacas brigavam, um estava armado, o que não estava correu em direção a livraria, um dos quatros disparos que o sujeito armado deu foi direto na cabeça dela. A última imagem que eu tenho dela gravada em minha memória é do seu corpo estendido na poça de sangue no chão. Isso não parecia com os filmes que eu via no cinema para tocar nas coxas das garotas.      


Leia também: Divagações de um velho louco - PARTE UM
                        Divagações de um velho louco - PARTE DOIS

1 comentários:

Yuri Montanini 15 de junho de 2010 às 14:50  

'Merda. Tinha aquela garota. A pele dele brilhava mais que o sol no verão em Salvador. Ela era diferente. Seu sorriso...'

Ela é só uma menina, e eu pagando pelos erros que eu nem sei se eu cometi, uôuô.

Se eu tivesse lido isso antes do Chan(n)el Hair, certeza que eu faria uma citação.

2201.

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