quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

As bandas do imortal.



Perdoem a insistência no texto,mas é que eu realmente gostei dele e gostaria que ele tivesse mais alguns dias online,apenas isso.






Os heróis de guerra são ingleses. Os meteoros e aliens apenas nos EUA. Samurais apenas no Japão. Ele estava longe demais das capitais e perto do caos. Se sentia como enfermeiras em filmes de guerrra e violinos em canções de amor. Sabia que jamais seria nada, mas tinha todos os sonhos do mundo. E a eterna maldição de ser um clichê sobre duas pernas e algumas faturas de cartões de crédito. Exercendo o seu gênero social,obviamente. Andava pelas ruas da saída perdido nas imensidões das multidões procurando em cada moinho seus dragões. E nunca encontrava. Ele só sabia de uma coisa. Ele era imortal. Longe de todas as revoluções perdidas e apertado pela saudade de um passado que jamais iria viver, sem sentido ou direção alguma, e completamente sem graça, foi gastar seu salário no primeiro cabaré que encontrou.

Carrega em seus olhos a completa miséria e a desgraça com a vida. A fome de uma comida que nunca faltou, a emoção de uma batalha que nunca lutou e a maldição de ser um poeta de rimas pobres. As putas todas felizes, assim como o mais feliz dos homens completamente infeliz. E na máquina de música, com dois reais ele pode escolher o que tocar. E a sua vida era um filme, ele era imortal. Cada respiração era uma tomada do maior sucesso de todos os tempos da próxima semana. Cada passo era aquele velho clichê de livros nunca lidos. Ele era imortal.


Com umas poucas moedas podia escolhar a banda para tocar. Mas não sabia no filme da eternidade de sua vida o que estava destinado a tocar. Uma marcha fúnebre talvez, uma vez que a morte é a única certeza de nosso vida. Ou mesmo um sucesso de algum filme romântico no país daqueles que ama maís, daonde saem todas as histórias de amor. Uma música enérgica e marcial para todas as batalhas de um futuro hipotético, do eterno exército de um homem só que iria revolucionar por amor todas as causas perdidas.
Ou a única eternidade em sua vida até o presente, que sempre viveu para o futuro. A derrota. Uma grande tristeza sentida em notas musicais sem sentido algum e sem saber o que fazer nesse mundo, sem sentido. Medíocre em todos os sentidos, e amaldiçoado a escrever palavras esdrúxulas,por um maldito polegar opositor e meia dúzia de neurônios que o fazia se achar melhor do que os outros animar. A música dos perdedores.


Mesmo que na máquina do cabaré de sua noite que nunca acabará, mesmo que congelem todos os gritos apaixonados de gol, a música eterna, a favorita de todas as bandas do imortal será a derrota. O som dos perdedores. A unica constante em nossa vida é que um dia errarremos. Vivemos então,tentando acertar.


Mesmo que toque bossa nova,samba ou rock and roll, patrocinado por uma nota de dois reais suja de um trabalho caipira,a favorita de todas as bandas do imortal será a derrota. E ele será um eterno perdedor. Porém, imortal.

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