terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Você não é brasileiro?

As negociações já vão quase se encerrando, mas ainda é difícil fazer algum prognóstico seguro. Pouca coisa mudou, ou melhor, pouca coisa mudou no trajeto que nosso futebol vai contornando. Por mais que nossos jogadores venham se dispersando pela Europa, nós nunca estivemos tão próximos do futebol europeu – do modelo europeu, sobretudo.

O futebol brasileiro sempre foi o local da diferença. O Brasil sempre foi o reino da diferença, desde a sua constituição – pro bem e pro mal. Mas, com o tempo, fomos invadidos pelo fantasma camarada da globalização – e não reclamo disso: muita coisa boa veio. O problema é que muita coisa ruim também veio, e algumas boas foram.

O caso com o futebol é ainda mais complexo. Além da tentação financeira e de prestígio internacional que brilhou nos olhos dos jogadores, certa sombra foi pairando e se misturando ao nosso domínio. Nesse ponto entram as dúvidas sobre o que seria ideal para o Brasil. Adivinhem? Acreditamos que não há nada melhor do que o modelo europeu.

Assim, aos poucos, foi-se exigindo maior preparação administrativa dos clubes, os campeonatos passaram a ser de pontos corridos, e muitos torcedores se afastaram dos estádios. Felizmente ainda houve algumas melhorias do ponto de vista físico-estrutural nos grandes centros, mas isso também serviu para salientar a fragilidade dos que ficaram à margem – vide o acidente na Fonte Nova. Desse modo, alguns times se destacam excessivamente em detrimento de outros, e a culpa não é, necessariamente, de nenhuma das partes.

Falta observar ainda a repercussão disso entre os protagonistas, que são, por enquanto, os jogadores. Outro dia me deparei com uma entrevista do Hernanes, jogador do São Paulo. De maneira um tanto quanto debochada, ele diz que tem pena do futebol carioca. Eu até entenderia essa afirmação como uma crítica centrada ao mau preparo dos clubes do Rio, mas à frase seguiu-se uma risadinha.

Ora, Hernanes, atleta-sintoma do percurso estranho que toma o futebol brasileiro, seria um jogador do São Paulo, apenas? Seria Hernanes nada mais que alguém cercado de uma boa estrutura e dono de um bom salário? O que há fora dos muros do São Paulo Futebol Clube? Hernanes, você não é brasileiro?

Nosso futebol agora é feito de poucas ilhas seguras e muitas naus à deriva.

Deixemos dessa prosa monotemática e coloquemos malte e moda nela, pois sim? Primeiro o malte, com a ótima cerveja Patrícia: Uruguaia, vem em um litro (pioneira, praticamente) e tem o melhor gosto que uma cerveja pode ter: puro malte, pura alegria e uma beleza de sabor. Recomendada.

Você, menina-moça que acompanha o blog e quer saber das dicas de moda, pegue aquela sua blusa marrom, isso mesmo, aquela que você não usa mais. Em dias chuvosos, combina muito bem com a calça branca. Formou.

Comentários pertinentes serão aceitos e muito bem vindos. Chega por hoje, né? Neta. Muito. Forte abraço e até a próxima "Segunda na Terça". Rá!

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