quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Norwegian Wood ( This Bird Has Flown )


Você é linda. Talvez você seja tudo que eu sempre procurei e me fez feliz de uma forma diferente. Mas sei lá, não tá rolando. Essa vidinha básica de classe média pequena burguesa urbana me incomoda. Ficar preso em lugar só. Talvez eu volte, talvez não. Muito provavelmente você não irá me esperar. Acho que o meu caminho é pra ser seguido sozinho. Parece que tudo é sintético, de plástico. Não sou o cara pra segurar sua mão na fila do cinema. Mas sabe como dizem por aí, as flores de plástico não morrem.


Liverpool 2018,


Engraçado, eu sentado aqui nesse pub, sozinho. Ao meu lado vejo uns jovens bêbados, tipicamente ingleses comemorando a vitória do Liverpool na Champions League. Cheguei uns meses mais cedo para cobrir a copa que se aproxima. É tão emblemático estar aqui. Não sei o que tem nessa cidade que sempre me atraiu. Titanic, futebol copeiro, Beatles e Pink Floyd. Acho que é o bastante pra uma cidade me seduzir. Esse bilhete de despedida que tenho decorado não sai da minha cabeça. Escrito quase 10 anos, faculdade e aquela coisa toda. O Goiás ainda não tinha sido campeão Brasileiro, o blog não era famoso e sequer sabíamos o que seria de nossas vidas. E então nunca me dei o direito de achar que sairia alguma coisa que prestasse de mim. Sabe como é, essa vida é curta demais.

Esses dias foi aniversário do blog, 10 anos já! Então numa atitude um pouco fatalista escrevi esse bilhete e nunca mais nos vimos. E 10 anos depois não encontrei outra pessoa que amasse da mesma forma. Ouvi dizer por aí que ela se casou, tá até pensando em ter um filho. Não sei valeu a pena. Já diria um de nossos poetas prediletos que tudo vale a pena se a alma não é pequena. Mas o fato é que abri mão de tudo. E conheci muito coisa. Caminhos distintos.

Não tenho o menor problema em postar tudo isso aqui, duvido bastante que sequer ela leia o blog. E de repente quem entra ? Ela entra acompanhada de seu marido, com uma pequena barriga, deve ter uns 4 meses. Um pequeno passeio pela Europa. Ele sequer me conhece, mas parece ser bastante amoroso com ela. Ela sequer olha pra mim. Não sei se vou ao seu encontro. De repente não sei de nada mais. Por mais de uma hora dividimos o mesmo ambiente. Ela parece ser incapaz de reconhecer minha presença.

E isso parte o meu coração. Penso que poderia ser eu ao lado dela. Que o filho poderia ser meu. E o que tenho eu? Sozinho, Sozinho e Sozinho. Quando olho novamente ela não está ao lado de seu marido, engraçado. Logo ela volta e senta ao seu lado. Diz alguma coisa pra ele e eles saem.

Passados mais ou menos uns 30 minutos um funcionário do Pub me entrega um guardanapo com uma marca de batom inconfundível. E isso só aumenta minha dor. E escrito com sua letra inconfundível:

"Sabe o que dizem por aí né? As flores de plástico não morrem."

2 comentários:

Yuri Montanini 26 de novembro de 2009 às 16:27  

Ficou massa, o clima de pubs ingleses, cerveja...

Mulheres.

Leandro Gel 26 de novembro de 2009 às 18:00  

Pô, curti a parada também!

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