terça-feira, 17 de novembro de 2009

Reinventando a beleza


Porque será que ainda existem pessoas que insistem em afirmar que a beleza, a tão almejada beleza escultural, física, está nos olhos de quem vê? Isso é hipocrisia, todos nós sabemos que hoje em dia existe sim um padrão convencional de beleza a ser seguido, imposto pela nossa sociedade. Onde a idéia do belo se tornou algo fixo e concreto, dismistificado, banal e inquestionavelmente comum. As pessoas estão cada vez mais focadas na reconstrução do seu esteriótipo, perderam a identidade, mudaram seus conceitos de plenitude e beleza.
De repente, de tanto querer ser diferente, as pessoas não percebem que estão se tornando cada vez mais iguais, mais artificiais, robóticas e consequentemente evazivas.
As pessoas se deixam levar pelo modismo, seguindo tendências, sempre querem retocar, concertar ou remover algo indesejável no próprio corpo. São seduzidas pela onda da cirurgia plástica, da lipoaspiração, enfim... São raríssimos, aqueles que se dizem conformados com o que possuem, que se sentem bem da forma que são.
Existem pesquisas que comprovam que as mulheres lideram o ranking das insatisfações, lutam diariamente contra o inevitável envelhecimento, contra a queda dos seios, contra as rugas que se formam no canto dos olhos quando sorriem - que nada mais são do que marcas das expressões faciais. Elas lutam diariamente contra elas mesmas, preocupadas com a beleza, procurando aumentar o próprio ego e elevar a auto-estima, como se a vida fosse um espetáculo teatral e pudesse ser adiada porque não houve retoque na maquiagem.
O próprio presidente da Sociedade Brasileira de Cirúrgia Plástica Regional de São Paulo, João de Moraes Prado Neto afirma que o resultado dessa obsessão são bizarrices produzidas por falta de bom senso, tanto dos pacientes quanto dos médicos.
Então, fico me perguntando "o que será que acontece com as pessoas?" Elas estão perdendo seus limites, por exagerarem demais, por não se contentarem, não se amarem o suficiente para se aceitar como são.
É fato também que tudo isso é fruto de uma sociedade capitalista, todos querem ser notados, querem aparecer, querem ascensão social e estar dentro dos padrões exigidos pela cruel sociedade.
É certo que os valores são outros e tendem a ser repassados com maior intensidade para as futuras gerações, não sabemos onde tudo vai parar, se é que vai parar. Mas como toda ação tem uma reação, ainda veremos muitas consequências desta obsessão descontrolada em criar uma beleza esteriotipada.
Para tudo tem-se limites, é preciso repensar com quantas plásticas se faz uma pessoa, quantas e quais cirurgias são necessárias para reparar ou até mesmo mudar o caráter, os princípios e a ética de alguém, já que isso faz tanta gente feliz. Quem dera um ladrão, mudasse sua conduta com um aplique de botox.
Para a verdadeira beleza não existe fórmula, cirurgia, silicone... São valores e princípios que consistem apenas na essência do ser humano. Infelizmente pouco notada no cenário atual.
Quem sabe um dia, as pessoas consigam compreender o que é a verdadeira beleza, e onde ela pode ser encontrada, entender a lógica do natural, do simples e do espontâneo e que perfeição não existe. Aliás existe e se define como uma só: Natureza! Só esta, sabe ser perfeitamente linda em cada uma de suas minúcias.
Que as pessoas então percebam que elas perdem tempo demais tentando construir algo que pode estar dentro delas, que descubram a beleza e a delícia de ser e existir. Que compreendam que não se cria, nem inveta a beleza, mas se auto-descobre.

Por Vanessa Mayane.

"Quem é viva sempre aparece!" rs Até a próxima... beeijos!

1 comentários:

Ítalo 18 de novembro de 2009 às 00:48  

"Reinventando a Beleza"
O que eu tenho para comentar sobre o magnífico texto irá tomar um rumo voltado para meu campo de estudo. Sabemos que pessoas (tanto mulheres quanto homens)estão cada vez mais indo a procura de cirurgiões plásticos para fazer seus reparos muitas das vezes desnecessários e os próprios cirurgiões indo atrás de pacientes visando acumulo de riquezas. A a Cirurgia Plástica perdeu sua verdadeira essência! Esta prática visava a correção de defeitos que de alguma forma deixava as pessoas se sentirem infelizes e incapazes ou ainda fazer uma reconstrução orofacial em pacientes traumatizados (plástica reconstrutiva). Essa infelicidade tornou-se numa neurose interminável! Cada ruga, cada excesso de colágeno e tecido adiposo acumulado são vítimas dos botox, bisturis e cânulas. Tanto o médico quanto paciente precisam rever os seus conceitos. A plástica é esteticamente paleativa e não a resolução dos problemas psicosociais. Acho (de acordo com meu pouco conhecimento) que as pessoas precisam ser melhores por elas próprias e não para mostrar para o outro! Penso que daí que surge o exagero. Tudo pode ser explicado pela fragilização das relações humanas! Parabéns Nessa!!! Amei o texto. Te adoro! Do seu FÃ número 1, Ítalo.

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