sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Você não é brasileiro?

As negociações já vão quase se encerrando, mas ainda é difícil fazer algum prognóstico seguro. Pouca coisa mudou, ou melhor, pouca coisa mudou no trajeto que nosso futebol vai contornando. Por mais que nossos jogadores venham se dispersando pela Europa, nós nunca estivemos tão próximos do futebol europeu – do modelo europeu, sobretudo.

O futebol brasileiro sempre foi o local da diferença. O Brasil sempre foi o reino da diferença, desde a sua constituição – pro bem e pro mal. Mas, com o tempo, fomos invadidos pelo fantasma camarada da globalização – e não reclamo disso: muita coisa boa veio. O problema é que muita coisa ruim também veio, e algumas boas foram.

O caso com o futebol é ainda mais complexo. Além da tentação financeira e de prestígio internacional que brilhou nos olhos dos jogadores, certa sombra foi pairando e se misturando ao nosso domínio. Nesse ponto entram as dúvidas sobre o que seria ideal para o Brasil. Adivinhem? Acreditamos que não há nada melhor do que o modelo europeu.

Assim, aos poucos, foi-se exigindo maior preparação administrativa dos clubes, os campeonatos passaram a ser de pontos corridos, e muitos torcedores se afastaram dos estádios. Felizmente ainda houve algumas melhorias do ponto de vista físico-estrutural nos grandes centros, mas isso também serviu para salientar a fragilidade dos que ficaram à margem – vide o acidente na Fonte Nova. Desse modo, alguns times se destacam excessivamente em detrimento de outros, e a culpa não é, necessariamente, de nenhuma das partes.

Falta observar ainda a repercussão disso entre os protagonistas, que são, por enquanto, os jogadores. Outro dia me deparei com uma entrevista do Hernanes, jogador do São Paulo. De maneira um tanto quanto debochada, ele diz que tem pena do futebol carioca. Eu até entenderia essa afirmação como uma crítica centrada ao mau preparo dos clubes do Rio, mas à frase seguiu-se uma risadinha.

Ora, Hernanes, atleta-sintoma do percurso estranho que toma o futebol brasileiro, seria um jogador do São Paulo, apenas? Seria Hernanes nada mais que alguém cercado de uma boa estrutura e dono de um bom salário? O que há fora dos muros do São Paulo Futebol Clube? Hernanes, você não é brasileiro?

Nosso futebol agora é feito de poucas ilhas seguras e muitas naus à deriva.

Deixemos dessa prosa monotemática e coloquemos malte e moda nela, pois sim? Primeiro o malte, com a ótima cerveja Patrícia: Uruguaia, vem em um litro (pioneira, praticamente) e tem o melhor gosto que uma cerveja pode ter: puro malte, pura alegria e uma beleza de sabor. Recomendada.

Você, menina-moça que acompanha o blog e quer saber das dicas de moda, pegue aquela sua blusa marrom, isso mesmo, aquela que você não usa mais. Em dias chuvosos, combina muito bem com a calça branca. Formou.

Comentários pertinentes serão aceitos e muito bem vindos. Chega por hoje, né? Neta. Muito. Forte abraço e até a próxima "Segunda na Terça". Rá!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

David Gilmour - "On an Island"


Ainda bem que nem tudo que é bom dura pouco. Se tal máxima fosse verdadeira, não teríamos na ativa, mesmo depois de velhos, grandes bandas e personalidades do mundo do Rock. Em alguns casos, a idade parece não chegar nunca, a exemplo dos Rolling Stones, banda que, debaixo de puros pele e osso, ainda é conservada uma vitalidade invejável e inédita. Em outros casos, há um amadurecimento bastante proveitoso – e não me refiro ao “amadurecimento” que, na verdade, traduz-se como “tornar-se insosso”, como é decorrente em bandas que já carregam mais de 30 anos de estrada nas costas.

É de um caso desse tipo, de “amadurecimento positivo”, que trata a resenha de hoje. David Gilmour, ex-guitarrista do Pink Floyd, e um dos mais importantes e originais em seu instrumento, após adquirir muitas rugas e uma invejável pança, deu as caras novamente em 2006 com uma grata surpresa: seu terceiro álbum solo, “On an Island”.

É evidente que eu não quero dizer aqui que o velho Gilmour superou sua obra produzida juntamente com o Floyd, pois seria um sacrilégio. O que aqueles garotos de Cambridge produziram na década de 70 é inigualável. Posso afirmar, contudo, que, dos três álbuns de estúdio em que o guitar-hero do feeling se aventurou em produzir, esse é o mais consistente. Quem ama os solos épicos de Gilmour – todo fã de Rock setentista – não poderá resistir aos aqui executados. Sim, o velho enrugado e barrigudo ainda está em plena forma.

O disco começa bem com a atmosférica e retalhada “Castellorizon”, antecipando um pouquinho de cada faixa que está por vir. Após essa confusão de diferentes sonoridades sobrepostas e remendadas, Mr. Dave coloca seus dedos e sua guitarra para funcionar – sem mencionar a pedaleira, sempre presente ao longo da obra.

A faixa serve de prelúdio para o carro-chefe do disco, a própria “On an Island”, contando com a participação especialíssima de David Crosby e Graham Nash nos vocais de apoio. Trata-se de uma belíssima canção, certamente uma das melhores do disco. Como era de se esperar, a música contém um grande solo de guitarra daqueles que só David Gilmour poderia criar.

“The Blue”, suave e fluida, é um verdadeiro mergulho em calmas águas, tanto no campo musical quanto no lírico. Aliás, o disco todo possui uma sonoridade meio “aquática” – e isso não é mais um de meus devaneios, mas uma consideração do próprio autor – o que vai bem a calhar tanto com o título do álbum quanto com a arte gráfica. Um resultado belíssimo é conseguido no DVD ao vivo no Royal Albert Hall, em que “The Blue” é combinada com os efeitos visuais tão utilizados por Gilmour desde seus tempos de Pink Floyd.

A faixa seguinte, “Take a Breath”, a mais agressiva de toda a obra, possui algo de Syd Barrett, apezar de conter, também, a sonoridade do Floyd “Era Gilmour”. A cancão destaca-se na obra – mesmo porque quebra a placidez predominante no trabalho – e possui um efeito um tanto hipinotizante.

E quem foi que disse que David Gilmour são só instrumentos de cordas? “Red Sky at Night”, obra instrumental que poderia perfeitamente estar contida no álbum “The Division Bell”, nos apresenta o velho arriscando um sax – pra quê mexer com Dick Perry??, hehehe.

“This Heaven”, com forte influência de música negra americana, é outra canção de destaque, possuindo sonoridade mais rústica e um clima bastante descontraído.

Quem mete o bico no disco dessa vez, em “Then I Close My Eyes”, é Robert Wyatt, um dos nomes máximos do sub-gênero Progressivo conhecido como Canterbury Scene, e integrante fundador do Soft Machine. Wyatt faz sua participação tocando trompete, no bom estilo “Army of Salvation”, como brincou o próprio músico.

“Smile” é mais uma belíssima canção, composta por Gilmour em parceria com sua esposa, Polly Samson, como a maioria das musicas do disco. Bela melodia e instrumentação intimista são as principais marcas da canção, além da voz soprano de Polly.

A próxima faixa, “A Pocketful of Stones”, bela, solitária e misteriosa, me parece uma homenagem a Syd Barrett, membro fundador e ex-lider do Pink Floyd, vítima de seu exagero com as drogas, principalmente o ácido. Syd, ainda jovem, ficou esquizofrênico, recuperando-se, porém, ao longo de sua vida de reclusão. Infelizmente, o músico veio a falecer em 2007.

O disco termina com a canção de maior beleza melódica de toda a obra, “Where We Start”, uma das minhas favoritas. Momento realmente inspirado, simples e verdadeiro, possuindo uma delicadeza e um charme encantadores.

É necessário ressaltar a participação de Richard Wright, ex-tecladista do Floyd, em várias das faixas do disco. Richard faleceu este ano, vítima de um câncer com o qual vinha lutando há algum tempo. Outra grande perda para os fãs do Pink Floyd, como eu.

“On an Island”, um álbum bastante comportado, como era de se esperar, não agradará ouvintes ávidos por maiores audácias sonoras; será um prato cheio, porém, a qualquer pessoa a procura de uma sombra de árvore, vista para o mar, gaivotas no céu, e, principalmente, sossego. Eu aceito a passagem de bom grado.

domingo, 25 de janeiro de 2009

change we can believe in.



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quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

As bandas do imortal.



Perdoem a insistência no texto,mas é que eu realmente gostei dele e gostaria que ele tivesse mais alguns dias online,apenas isso.






Os heróis de guerra são ingleses. Os meteoros e aliens apenas nos EUA. Samurais apenas no Japão. Ele estava longe demais das capitais e perto do caos. Se sentia como enfermeiras em filmes de guerrra e violinos em canções de amor. Sabia que jamais seria nada, mas tinha todos os sonhos do mundo. E a eterna maldição de ser um clichê sobre duas pernas e algumas faturas de cartões de crédito. Exercendo o seu gênero social,obviamente. Andava pelas ruas da saída perdido nas imensidões das multidões procurando em cada moinho seus dragões. E nunca encontrava. Ele só sabia de uma coisa. Ele era imortal. Longe de todas as revoluções perdidas e apertado pela saudade de um passado que jamais iria viver, sem sentido ou direção alguma, e completamente sem graça, foi gastar seu salário no primeiro cabaré que encontrou.

Carrega em seus olhos a completa miséria e a desgraça com a vida. A fome de uma comida que nunca faltou, a emoção de uma batalha que nunca lutou e a maldição de ser um poeta de rimas pobres. As putas todas felizes, assim como o mais feliz dos homens completamente infeliz. E na máquina de música, com dois reais ele pode escolher o que tocar. E a sua vida era um filme, ele era imortal. Cada respiração era uma tomada do maior sucesso de todos os tempos da próxima semana. Cada passo era aquele velho clichê de livros nunca lidos. Ele era imortal.


Com umas poucas moedas podia escolhar a banda para tocar. Mas não sabia no filme da eternidade de sua vida o que estava destinado a tocar. Uma marcha fúnebre talvez, uma vez que a morte é a única certeza de nosso vida. Ou mesmo um sucesso de algum filme romântico no país daqueles que ama maís, daonde saem todas as histórias de amor. Uma música enérgica e marcial para todas as batalhas de um futuro hipotético, do eterno exército de um homem só que iria revolucionar por amor todas as causas perdidas.
Ou a única eternidade em sua vida até o presente, que sempre viveu para o futuro. A derrota. Uma grande tristeza sentida em notas musicais sem sentido algum e sem saber o que fazer nesse mundo, sem sentido. Medíocre em todos os sentidos, e amaldiçoado a escrever palavras esdrúxulas,por um maldito polegar opositor e meia dúzia de neurônios que o fazia se achar melhor do que os outros animar. A música dos perdedores.


Mesmo que na máquina do cabaré de sua noite que nunca acabará, mesmo que congelem todos os gritos apaixonados de gol, a música eterna, a favorita de todas as bandas do imortal será a derrota. O som dos perdedores. A unica constante em nossa vida é que um dia errarremos. Vivemos então,tentando acertar.


Mesmo que toque bossa nova,samba ou rock and roll, patrocinado por uma nota de dois reais suja de um trabalho caipira,a favorita de todas as bandas do imortal será a derrota. E ele será um eterno perdedor. Porém, imortal.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Café com leite

Ontem , estava eu a aguardar minha amada primeira dama quando resolvi ir à Saraiva. Não que ela (minha patroa) tivesse se atrasado, eu que cheguei antes do horário combinado. Isso não importa. O que interessa é que fui até a renomada livraria.
Entrei, e como não iria comprar nada, tratei logo de achar um bom livro e entreter-me. Peguei um de Veríssimo, o filho, um dos meus preferidos. Orgias, acho. É, o livro. Pareceu-me interessante. Acomodei-me numa daquelas cadeirinhas canelas secas, daquelas de girar que mal suportam o peso do Monta's. Distraído eu com a leitura, daí que surge um velhinho de uns 85 anos e se senta ao meu lado. Simpático que ele só, chapeuzinho, todo pimposo e começa a puxar conversa.
- Você gosta de crônicas? Pergunta o ancião.
- Sim. Jovem bem educado que sou, respondi apenas isso.
- Permita-me relatar-te uma passagem que Chico Anysio me contou pessoalmente?
- Sim, claro. (Devia ser uma boa história, ainda mais vinda de Tio Chico).
- Pois bem. Diz que lá onde Judas perdeu as botinas, no Ceará ou no Pernambuco, naquelas bandas que se tu gritar "Raimundo Nonato" todo mundo sai na janela, tinha um coronel, daqueles típicos pais de moça pura e casta, que apesar da aparência, era um fanfarrão. Era um grande brincalhão, como o Léo diz. Numa daquelas festas de interior que se deu o fato. Esse Coronel, Coronel Leno, o sujeito, conta a um compadre:
- Compadre Jaciel, o senhor admira que eu tenho um gato, de nome Maradona, que minha empregada Reinalva coloca o café e o leite na cumbuca e ele vai lá e toma só o leite e deixa o café na cuia?
- Rá, mas o que é isso compadre. Com todo o respeito, mas eu não sou bobo não. De bobo só tenho a cara e o andado. Essa eu pago pra ver.
- Paga mesmo? Quanto?
- Casamos 500 pratas, Coronel.
- Feito, Compadre. Dispõe-se a ver isso agora mesmo?
- Sim, sim.
E vão os dois à casa do Coronel, ver o tal gato Maradona que separa o leite do café. E ordena o Coronel:
- Reinalva, põe o leite com café do Maradona na cuia que o compadre aqui quer ver.
Reinalva era uma gordona, quase igual o Maradona (o jogador, não o gato), negra, uma Tia Nastácia.
- O leite e o café estão na tigela já, patrão. Pode chamar o bichano.
- Maradona, Maradona, vem cá, vem.
E aparece o tal gato, mais feio que coice nas partes, separar o leite do café. O senhor que está lendo isso aqui, vai espantar-se, mas não é de ver que o gato bebeu o leite e deixou o café? Os grãos de café!
Quando o compadre Jaciel iria reclamar, falar que era nócegagem, o Coronel tratou de tirar a peixeira da cinta, e erguendo-a, disse a Reinalva:
- Reinalva, recolhe o café aí e recebe quinhentinho, que eu vou procurar outro goiano pra cair nessa.
E o simpático velho da Saraiva (lembra-se dele?) riu e foi-se embora. Malandro o velho. Por hoje é só. Semana que vem volto ao normal, com dicas e tudo mais. Neta. Muito. Forte abraço e até a próxima "Segunda na Terça". Rá!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Premiata Forneria Marconi - "Storia di Un Minuto"


Pra quem tem a Itália somente como a terra da pizza, eis aqui uma novidade: há muito mais coisas vindas de dentro daqueles fornos do que se imagina. Iguarias ímpares, que exigem um paladar refinado e degustação minuciosa. Quem aprecia isso tudo tem que conferir os pratos dos “chefs” do Premiata Forneria Marconi, em especial, a receita que enche de saliva a boca de qualquer amante da cozinha italiana, “Storia di Um Minuto”.

Deixando de lado as alegorias culinárias, meu intento de hoje é compartilhar com vocês, amigos internautas, essa maravilha, trazida a nós diretamente de Milão, Itália. Trata-se, realmente, de um dos baluartes do Rock Progressivo do país e do mundo – sim, a Itália foi um grande celeiro do movimento na década de 70 – sendo extremamente respeitada e admirada.

O disco, lançado em – adivinha? – 1972, possui delicadeza melódica e harmônica raramente apresentadas por bandas vindas daquelas bandas – com o perdão do trocadilho – e beleza encantadora, além dos arranjos requintadíssimos e de extremo bom gosto.

“Introduzione” já dá, nos seus 01min10seg de duração, uma amostra do que está por vir. Apesar de ser uma faixa introdutória de tão curto fôlego, trata-se de um belo momento do álbum, apresentando dinâmica e variação rítmica.

Reverenciada e aplaudida de pé por todo fã que se preze, “Impressioni di Settembre” é um dos clássicos absolutos do conjunto, ocupando, sem sombra de dúvidas, posição de grande destaque na obra. Possui melodia e arranjos delicados e belos, com os vocais singelos de Franco Mussida, até explodir em seu riff de sintetizadores tão conhecido e aclamado. Tal riff, o ponto central da canção, é de uma força extraordinária, ao mesmo tempo doce e raivoso.

Após o término de tão emblemática peça, é hora de dançar ao som da tarantella roqueira “É Festa”, outro clássico obrigatório em qualquer show do Premiata. A faixa é simplesmente – se é que eu posso usar a palavra “simples” quando se trata desse álbum – uma síntese do espírito italiano contido no Prog Rock produzido nesse fértil país. Grande obra, realmente, abundante em quebra de ritmos e melodias animadas, que causarão uma inquietação em suas pernas! Tudo revestido, claro, pelos arranjos excepcionais e a qualidade técnica de cada um dos integrantes da banda.

Depois de tanto quebra-pau, “Dove... Quando... (Parte I)” chega, de mansinho, envolvendo-nos com sua delicadeza e encanto irresistíveis. Sua melodia, violões e flautas, etéreos, transportam-nos diretamente a um vale escuro e incrivelmente belo e acolhedor, oferecendo-nos repouso.

Bem mais agressiva e erudita, “Dove... Quando... (Parte II)”, possui um soberbo trecho tocado ao piano, posteriormente acompanhado por uma banda furiosa e afiadíssima, cheia de sincronias muito bem executadas. A canção transforma-se em um plácido momento executado por um suposto violoncelo, emulado pelos belos sintetizadores que se faziam antigamente. Após esse momento de placidez, somos convidados a apreciar uma passagem bastante jazzística, em que a flauta de Mauro Pagani brinca com os teclados de Flavio Premoli.

Interrompe-se tudo para dar passagem a “La Carrozza di Hans”, outro momento chave da obra. É tão grande o número de clássicos no álbum que o mesmo mais parece uma compilação. Mas é claro que uma coletânea não possuiria tamanha coesão, presente apenas em um álbum tão bem estruturado, formando uma obra realmente equilibrada, em que tudo faz sentido. Merece destaque o violino de Pagani, além do desempenho fenomenal de todo o conjunto, executando complexas sincronias entre todos os instrumentos. É muito interessante observar a habilidade da banda ao reproduzir tais malabarismos sonoros no palco, apresentando um trabalho impecável (conferir o “PFM Live in Japan 2005”, cujo vídeo está disponível em sites como YouTube e Google Video).

Fechando tudo, “Grazie Davvero” dá os agradecimentos finais com sua suave melodia inicial, que explode com um impactante riff – bastante circense, a meu ver – em que a banda utiliza-se de metais. A música segue como um espetáculo de picadeiro, de maneira bem pomposa, voltando, posteriormente, à melodia inicial, a que se juntam os vigorosos metais.

Assim termina essa história de vários minutos sensacionais e inspirados, dignos de uma atenção muito especial e, em conseqüência, grande admiração. Se o Rock, aqui, não pode adquirir o status de arte, então eu não sei o que pode. E tenho dito.

Retornando...

Olá amigos hawaiianos! Após um longo e tenebroso inverno, volto a postar no nosso não menos importante diário virtual. Primeiramente quero agradecer aos nobres amigos correlatos, Yuri Montanini, Plínio Lopes e o mais novo blogueiro e futuro publicitário, Haig, vulgo João Lemmos, por terem dado continuidade às postagens, já que grande parte do seleto grupo de jornalistas(onde me incluo) não mais escrevinharam por aqui. Desde já, peço desculpas. Bem, eu podeira começar 2009 fazendo tour pelas notícias atuais, por exemplo...esportes; Túlio Melancia no Itumbiara? A dieta de Ronaldo? ...ou mundo; Barack Obama? Crise? Faixa de Gaza? Não...não, "prefiro evitar a fadiga" a lá Jaiminho. Começarei publicando um texto que não é de minha autoria. Atendendo também aos poucos, porém valorosos pedidos para uma publicação feminina, aqui está.

"É incrível como nós mulheres gostamos de um espelho! Já tratei disso, bem por alto, em um de meus textos. Nós gostamos de nos ver. Gostamos de ver nossas sensações e sentimentos exteriorizarem. Quando a desilusão, a raiva ou qualquer outro motivo que nos faça chorar é muito grande, vamos pra frente do espelho ver as lágrimas escorrerem. Às vezes rola até um discurso nesse meio tempo aí, um desabafo. E quando pensamos numa coisa muito boa, tipo aquela noite de amor mágica ou aquela ligação que te deixou nas nuvens? Lá vamos nós pensarmos na frente do espelho e fazer aquela cara boba apaixonada. Fora os casos clássicos como decorar discurso, ensaiar fim de namoro, escolher a melhor roupa, etc. Mulher é tudo igual mesmo! Na sua essência e na sua imaginação. Mulher sempre espera ligar, sempre pensa demais, sempre sofre, sempre ama, sempre fica boba e sempre procura o espelho pra consolo, pra discutir, pra desabafar! Até quando liga pra amiga, muitas vezes fala em frente ao espelho!!! Ah! Vai nos entender!
Ahhh me esqueci do caso clássico!!!! As poses eróticas ou sensuais ou de santa, enfim, as caras e bocas que fazemos pra ter certeza de como vai sair na hora em que precisarmos delas! E a jogada de cabelo? (risos). Mas é uma ótima tática. E o melhor é que tem mulher que não assume que faz isso. São aquelas mulheres que se dizem muito práticas, muito sem vaidade. Isso é vantagem? Não vejo assim. Pra mim, isso é mulher que tem medo de ser bonita, medo de ser ousada, que tem medo e só. Mulher que diz não sofrer, que diz não sentir, que diz não se importar com a imagem que tem e que apresenta. Que mulher insossa é essa!!! Pra mim, mulher tem que ser mulher e como eu disse, mulher é sempre mulher e sempre tão mulher! Que independente do que afirmam ser, são sempre iguais umas às outras!"

OBS: A pedidos da autora, a identidade dela não será revelada.

sábado, 17 de janeiro de 2009

As bandas do imortal.

Os heróis de guerra são ingleses. Os meteoros e aliens apenas nos EUA. Samurais apenas no Japão. Ele estava longe demais das capitais e perto do caos. Se sentia como enfermeiras em filmes de guerrra e violinos em canções de amor. Sabia que jamais seria nada, mas tinha todos os sonhos do mundo. E a eterna maldição de ser um clichê sobre duas pernas e algumas faturas de cartões de crédito. Exercendo o seu gênero social,obviamente. Andava pelas ruas da saída perdido nas imensidões das multidões procurando em cada moinho seus dragões. E nunca encontrava. Ele só sabia de uma coisa. Ele era imortal. Longe de todas as revoluções perdidas e apertado pela saudade de um passado que jamais iria viver, sem sentido ou direção alguma, e completamente sem graça, foi gastar seu salário no primeiro cabaré que encontrou.
Carrega em seus olhos a completa miséria e a desgraça com a vida. A fome de uma comida que nunca faltou, a emoção de uma batalha que nunca lutou e a maldição de ser um poeta de rimas pobres. As putas todas felizes, assim como o mais feliz dos homens completamente infeliz. E na máquina de música, com dois reais ele pode escolher o que tocar. E a sua vida era um filme, ele era imortal. Cada respiração era uma tomada do maior sucesso de todos os tempos da próxima semana. Cada passo era aquele velho clichê de livros nunca lidos. Ele era imortal.
Com umas poucas moedas podia escolhar a banda para tocar. Mas não sabia no filme da eternidade de sua vida o que estava destinado a tocar. Uma marcha fúnebre talvez, uma vez que a morte é a única certeza de nosso vida. Ou mesmo um sucesso de algum filme romântico no país daqueles que ama maís, daonde saem todas as histórias de amor. Uma música enérgica e marcial para todas as batalhas de um futuro hipotético, do eterno exército de um homem só que iria revolucionar por amor todas as causas perdidas.
Ou a única eternidade em sua vida até o presente, que sempre viveu para o futuro. A derrota. Uma grande tristeza sentida em notas musicais sem sentido algum e sem saber o que fazer nesse mundo, sem sentido. Medíocre em todos os sentidos, e amaldiçoado a escrever palavras esdrúxulas,por um maldito polegar opositor e meia dúzia de neurônios que o fazia se achar melhor do que os outros animar. A música dos perdedores.
Mesmo que na máquina do cabaré de sua noite que nunca acabará, mesmo que congelem todos os gritos apaixonados de gol, a música eterna, a favorita de todas as bandas do imortal será a derrota. O som dos perdedores. A unica constante em nossa vida é que um dia errarremos. Vivemos então,tentando acertar.
Mesmo que toque bossa nova,samba ou rock and roll, patrocinado por uma nota de dois reais suja de um trabalho caipira,a favorita de todas as bandas do imortal será a derrota. E ele será um eterno perdedor. Porém, imortal.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Previsões, previsões

Nós abrimos para Goiás, o caminho do rádio moderno! Alô, alô, público esportivo brasileiro, uma boa tarde, uma boa tarde especial para você! Espera. Esse não sou eu. Desculpe. E aí, povo? Tudo dentro? Aí sim, esse é o Monta's. Casado, não-fumante, 96 kg.
Semana passada não postei. Nem perceberam, não é mesmo? Problemas com a rede. Mentira. Preguiça mesmo. Era pra eu já ter postado essas previsões. Que previsões? Essas:

• Dunga será demitido da SeleNike;
• Ronaldo terá problemas com o peso, os músculos e os joelhos;
• O BBB 9 baterá todos os recordes de audiência, e será vencido por um homem;
• Felipe Massa campeão da Fórmula 1;
• Itumbiara elimina o Corinthians na Copa do Brasil;
• Santos, Goiás e Atlético-MG eliminam Flamengo, Internacional e Fluminense;
• Wando retorna ao Vila Nova, que conquista o acesso;
• Dragão goleia o Vasco em pleno São Januário, mas não consegue subir;
• Jovanotti faz show no Rio de Janeiro.

Bom, agora às previsões que dizem respeito aos nobres companheiros aqui do blog:

• Haig deixa o cabelo crescer;
• Plínio começa um relacionamento com uma jovem senhora de 28 anos;
• Pablito faz finalmente a sua tatuagem;
• Gordinho esquece a Ponte Preta e conhece uma gordinha incrível;
• Rorrô e Ursinha terminarão 2009 juntos;
• Valdívia começa a namorar uma são-paulina;
• Jardel começa a namorar uma vilanovense;
• Nenhum deles vai pegar a Juliana Paes;
• Pra encerrar bem o ano de 2009, teremos uma cerimônia religiosa, o casamento do Mané Leão com a senhora DZ.

Bom, deixemos de firulas. Por hoje é só. Neta. Muito. Forte abraço e até a próxima "Segunda na Terça". Rá!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009


Hoje eu resolvi valorizar o produto nacional. Nada de bandas gringas setentistas, mas sim, um grupo brazuca que gravou, já na segunda metade da década de 90, um dos álbuns mais importantes e representativos da minha vida: os Titãs. O álbum é o Acústico MTV. Já vou avisando aos amados leitores que esta resenha trará consigo alto grau de romantismo e pessoalidade, mas, podem ter certeza, muita honestidade também.

Em minha opinião, a série Acústico MTV, uma verdadeira máquina de hits e grana, nunca produziu uma obra de tamanha qualidade e distinção – isto é, em âmbito nacional. Eu me lembro de sempre dizer: “nem os Engenheiros do Hawaii fariam um acústico tão bom”. Dito e feito. Ao contrário do popzinho 4/4 do acústico da banda gaúcha, os Titãs realmente produziram algo fino, acompanhados por uma equipe de peso, contando com arranjos fabulosos e produção esmerada. Aliás, com Marcelo Martins, Jacques Morelembaum – ex-A Barca do Sol – e Liminha – ex-Mutantes – por trás dos arranjos é covardia, né?!

O show causou grande curiosidade entre os fãs e os diversos músicos e outros artistas brasileiros. Afinal, os Titãs eram sinônimo de barulho e irreverência, sendo difícil imagina-los em banquinhos de madeira, dedilhando violões. Aliás, “violões” não era uma palavra nada comum no vocabulário da banda, que sempre teve preferência pelas guitarras destorcidas.

Como o disco possui 22 faixas, não discorrerei longamente sobre os detalhes de cada canção, dando apenas uma visão panorâmica do disco. É claro que as melhores canções merecem maior destaque.

O disco começa muito bem com “Comida”, revestida com um arranjo que, a meu ver, foi puxado do Ray Charles. Fito Paez faz sua contribuição em “Go Back”, outro excelente momento do álbum. Em canções como “Os Cegos do Castelo”; “Nem 5 Minutos Guardados”, uma das mais belas do set list; “Flores”, com participação de Marisa Monte; “Palavras”; “A Melhor Forma”; e “Não Vou Lutar”, a mini-orquestra adiciona às belas melodias um requinte simplesmente irresistível. O bom gosto e a delicadeza dos arranjos de metais, madeiras e, principalmente, cordas, são de arrepiar. São grandes o prazer e a nostalgia que sinto ao escutar tais canções, que foram trilha sonora de uma maravilhosa fase da minha vida.

Merecem menção também a mórbida “O Pulso”, com os vocais do titã desertor Arnaldo Antunes; a descontraída “Família”; “Marvin” e toda sua melancolia; e “Televisão”, um divertidíssimo Blues em que Rita Lee acompanha os marmanjos.

Nem tudo, porém, são flores. Com todo o respeito a Jimmy Cliff, “Querem Meu Sangue” não me é muito agradável aos ouvidos, assim como “Homem Primata” – talvez devido à minha implicância com o Ska. Esses tropeços – digo, tropeços na minha humilde opinião, é claro – não comprometem em nada o álbum, que contém infinitamente mais pontos positivos que negativos.

Como é de praxe, aqui vão minhas considerações sobre o visual do disco. Os tons de marrom dão um caráter rústico de muito bom gosto ao álbum, provocando uma sensação gostosa. Eu, particularmente, sou fã de cores escuras e frias, presentes tanto no encarte do CD quanto no cenário do show. E que cenário! Teatralidade e drama estão contidos nos prédios e nuvens colocados ao fundo do palco, dando o clima sob medida ao espetáculo. Aliás, tudo aqui foi feito na medida certa. A MTV, dessa vez, acertou na mosca... E os Titãs também, é claro!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Tantas velas
Tantos mundos
Tantas vidas
Tantas novelas

Tantos amores
Tanta gente
Tantos bolos e muitas velas
Algumas guerras,
Alguns horrores
Muitos mortos e não sei quantas flores.

Que venha mais um ano
Que acendam mais uma vela
Nesse grande bolo que é a vida
Acendam mais um ano
Comecem mais uma novela
Mais amigos
Mais gos
Mais mulheres
Mais incalculáveis perigos.

Acendam a vela,e que venha o calor
Pois a chama da minha existência está há muito acesa
Acenda a vida
E que venha ela!
Sempre tão linda e invariavelmente bela

Que venha o fogo
Que venha o calor
Que venham os dias
Que venha o amor

Bom dia utopia
Venha então o meu ser
Bom dia ao meu caráter
Nem sempre tão bom
Nem sempre tão agradável
AO que é utópica
Em uma vida que se faz vulnerável
Venha o meu ser
Minha existência detestável

Que venha a vida
Que venha o carnaval e o amor
A vossa fantasia
Sem um pouco dela
Do que é feito num bolo nossa vela?
Senão a saudação de uma vida vazia
Cheia de dor?

Saudosa fantasia
Que esbanja alegria
Que brilha no escuro
Que esconde tanta melancolia

Lá vem ela
A música
Fonte de tanta harmonia
Infesta o meu ser de alegria
E tu,que semeias alguns versos e sentimentos
Acorda o meu ser e os meus descontentamentos
Minha tão cara poesia.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Temas Universais.

Quem nunca teve um amor mal sucedido que tudo que você queria era encontrálo na fila do supermercado e esperar apenas educação, merecedoras da casualidade do encontro?

Jesus é o maior best seller da história do ocidente porque? Por que ele veio para os fracos. E todos são fracos.
[ O que é mais fácil? Ser o maradona e cheirar todas? Ou ser o kaká? A nossa sociedade passa por uma distorção de valores em que exaltamos o pecado.E viver assim é um absurdo( como um outro qualquer;como tentar o suicídio ou amar uma mulher ). A nossa carne é fraca. E na tentativa de justificar a nossa mediocridade e incapacidade de sermos melhores do que os vícios banais, exaltamos num festival midiático figuras como maradona, e todos os nossos heróis morrem de overdose. Enquanto o kaká, é um otário. Mas eu digo, nessa sociedade pecado e perdida, kaká é o verdadeiro herói e ídolo.]

Pensem em todos os nosso ícones? Todos se dirigem a única certeza do caráter humano: O erro! A única certeza que temos em nossa passagem pelo mundo é que sempre erraremos e a imperfeição será constante. E qualquer arte que busque a perfeição, será eternamente em vão.

Por isso as letras de Gessinger são tão atraentes. São temas absolutamente universais,desde que se tenha sensibilidade o bastante para absorvê-los. Quem nunca falou algo sem pensar e depois se arrependeu,roendo as unhas? Quem nunca teve um amor perdido,e depois desvirtuou-se totalmente do que se era ao apaixonar, e queria no fundo,simplesmente pedir desculpas por ter se tornado tão mal ( por ter vendido a alma ao diabo? )

Essa é para mim a grande graça de Kafka. Eu sei que é muita presunção para mim comentar kafka, mas ao meu ver o seu brilhantismo e singularidade se encontram no universalismo de sua obra. Certa vez eu tinha 12 anos de idade,cantava na igreja e fazia devocional todos os dias na escola.E sem que eu percebesse, acordei com hormônios e quando percebi era um estranho. Era uma barata. Eu era gregor Samsa.

Os temas universais sempre serão a maior banda de todos os tempos da última semana.

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