quinta-feira, 15 de abril de 2010

Anacrônico

Acordo e corro para uísque e acendo um cigarro. O sol queimando lá fora. E que se foda o tudo igual, escolhi isso por que é assim que quero viver. Foda-se aqueles cartões de ponto. Foda-se o maldito horário de todos os dias. Que os pequenos centavos pinguem em minha conta e que meus livros sejam vendidos. Que se foda tudo do mesmo repetidas vezes durante anos. A vida tem que ser um grande fim de semana todos os dias.

Viajo por aí bêbado, nem me lembro mais a sensação de estar completamente sóbrio. Sou aquilo que você chama de mau exemplo para os jovens de hoje em dia. Que ironia, o mau exemplo é você. Vejo a inveja em seus olhos, queria isso, o fim de semana todos os dias, em especial a sexta, quando o bom exemplo de pai mente para a família que tem muito trabalho no escritório para foder com a secretária na suíte de um motel.

Entendo sua raiva, sua filha ama literatura e quer me dar. Teu filho sabe tudo sobre você e te acha um merda. Que viva a grande hipocrisia da vida. Toquem assim a sociedade, que daqui, do 5° andar, sinto o fedor exalado pelas catedrais. Sai com putas, mas no almoço de domingo diz que a prostituição é um mal nesse país.

Você escolheu ser assim. Escolheu esconder sua vida louca de anos atrás. Escolheu esconder no baú sob a cama suas mazelas de hoje em dia. Vá lá, é segunda, finja tudo outra vez, por mais uma semana.

1 comentários:

Yuri Montanini 18 de abril de 2010 às 13:52  

A burguesia fede. Foi isso que o senhor disse ontem?

Gostei.

;*

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