segunda-feira, 19 de abril de 2010

A Loira


Sexta-Feira, 16 de abril. Longe demais das capitais,Perto do Caos




Saio do trabalho e meu fiel escudeiro já está a minha espera. Só que nesse conto de cavalaria moderno o escudeiro tem a sua donzela e o nobre português senta sozinho na mesa de um bar. Vejo a noite que cai suave como um acento em fúria, ódio ou suicídio. Mas não, as tendências suicidas não me pertencem mais. Veja bem, hoje, sexta feira dia dezesseis de abril, faltam 6 meses e uma hora para o meu aniversário de 22 anos. Vejo a vida tão curta, que passa tão rápida e a cada trago dezenas de pessoas incríveis ficam pelo caminho. Me sinto um cara de sorte apenas de ter tido a honra de conhecê-las. Concerteza merecem os mais belos contos de cavalaria ou que seja uma simples poesia. Merecem qualquer talento aplicado afim de desculpar minha falta de valor em retribuir o carinho que me foi dado.

Chego no bar, vejo todos os meus amigos, queridos. Chego, sozinho. Veja bem, já esbravejei para os quatro cantos que não gostava dela. Acham que ela também não gosta de mim, uma vez que já fez até com que me sentisse mal. Mas vejo meus amigos e seus casais e ela sozinha na mesa, não me resta opção senão oferecê-la minha singela companhia. Não sei como ela chegou ali. Não sei quem a trouxe. Não sei quem a pediu. E confesso que passar a noite com ela era a última coisa que eu esperava para uma noite pretensiosamente tão especial. Mas eu que não bebo quis uma cerveja. Afinal, mentiras sinceras também me interessam.

Quando chego tento ignorar sua existência, afinal eu não bebo. Mas tocam todas aquelas músicas que eu amo e a cada gole que passa sua companhia se torna perfeita. A cada minuto com Augusto Licks tocando cerrado no walkman a alguns metros de mim, sua companhia se torna mais divertida. A cara que de recusa que fiz ao vê-la na mesa pela primeira vez, já não consigo mais. Começamos a conversar a cada música que passa. De repente com aqueles ciganos tocando aquela música vadia, aquela noite, sozinho, com aquela loira indesejada na mesa se torna a melhor de todos os tempos da última semana.

Logo após um tempo, como era de esperar a sua companhia me faz ir ao banheiro. No caminho toca uma música que nunca parou. Na primeira batida de uma baqueta já percebo que em meu caminho a nobre missão de ir ao banheiro deve ser interrompida. Os arautos do rei Gessinger param todo o meu exército de um homem só rumo ao banheiro trazendo uma carta de um reino tão tão distante. 'e eu que escrevi sem pensar, agora me arrependo roendo as unhas'.

O certo é que na sua companhia tive de fato a noite mais divertida de todos os tempos da última semana. E jamais poderia imaginar encontrá-la por ali, como já disse, logo eu, que não bebo. A sua companhia em todos os cigarros e delírios poéticos de um goiano ouvindo pampa no walkman. Senti saudade. Cheguei a pensar que em sua companhia ali fosse o meu lugar. O certo é que eu dancei sem querer dançar e agora já nem sei qual é o meu lugar.

8 comentários:

Yuri Montanini 19 de abril de 2010 às 16:06  

Guardo-me no direito de não falar nada.

Também tenho uma loira em minha vida. Chama se Stella.

Stella Artois.

No mais, minha morena das bandas do Portal me basta. E me faz feliz.

By the way, gostei.

Camila Araújo 19 de abril de 2010 às 18:10  

Parece que ficou bom.

C.A.

Satyaki Ferreira 19 de abril de 2010 às 18:12  

Quando ta fácil, fica difícil. Lei de Murphy

Rafael Rabelo 19 de abril de 2010 às 19:18  

Rotas idiotas e discussões banais... só a mudança é permanente!

isalemes 19 de abril de 2010 às 20:19  

talvez nem faltem mais peças no quebra-cabeça.
Essa loira aí, basta.

Pedro Henrique Malta Martins 19 de abril de 2010 às 23:06  

(Y)

Plínio Lopes. 20 de abril de 2010 às 00:45  

talvez nem faltem mais peças no quebra-cabeça.
Essa loira aí, basta.

Marco Antônio 20 de abril de 2010 às 13:20  

Guardo-me no direito de não falar nada. [2]

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