segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ele...

Ele acorda de manhã sempre cansado, não dormiu direito, sente uma tristeza mas não sabe de onde vem, começa sua rotina e fica o dia inteira pensando no valor de sua vida, se ela tem mesmo algum valor. Vive rodeado de pessoas, mas tem certeza que nenhuma delas o considera realmente um amigo. Todos o aceitam, mas todos o rejeitam, não preferem sua companhia, não gostam de seu papo, não se aproximam, mas quando ele se aproxima, aceitam sua presença porque sabem que ele vai se portar bem, não vai os envergonhar, mas dificilmente vai se misturar.
Ele se sente deslocado no mundo, se sente péssimo, o pior homem que existe, sempre ouvindo críticas, nunca ouvindo elogios, sua auto estima sempre baixa, o que só aumenta mais e mais a sua tímidez perante o mundo, ele sente uma necessidade de ser notado, mas tem medo de fazer o que é preciso para que isso aconteça e por isso vive preso em seu mundo, se sociabilizando sempre, mas nunca se aproximando.
Não sabe como se expressar e acaba mal compreendido, afastando mais uma vez as pessoas ao redor e fazendo com que elas tenham uma impressão errada dele. Tem um senso meio distorcido de justiça e uma certa paranóia o que faz com que ele sinta a necessidade de lutar pela sua "justiça" a qualquer momento, contra qualquer pessoa, muitas vezes sem nenhuma necessidade e em horas totalmente inoportunas, o que gera a enorme antipatia e indiferença que as pessoas sentem por ele. Ele sabe que é assim, tenta mudar, mas não consegue, e isso cresce nele cada vez mais, afastando cada vez mais as pessoas próximas. Não faz por mal, tudo que faz é justificado em seu "senso de justiça", mas sua "justiça" não é justificada no mundo e por saber disso, ele se policia a todo momento, tentando mudar o seu jeito de ser só que em seu interior ele não vê nada de mal nisso e acaba repetindo seus "erros" sempre, da mesma forma, afastando mais uma vez quem o ama e caminhando rumo a solidão. Sofre e se cansa nessa fiscalização diária de si próprio, mas como é sozinho em seus sentimentos, ninguém percebe, o que só aprofunda esse sofrimento, que cresce cada vez mais, assim como a sensação de que sua vida não vale nada.
Ele não desiste, quer se tornar uma pessoa melhor em seus atos, pois em seus pensamentos é bom e amável, mas em seus atos e expressões é agressivo, com uma forma incompreendida de revelar seus sentimentos, por isso continua na luta diária para se policiar e aos poucos mudar e se tornar agradável às pessoas, sonhando com o dia em que elas verão nele verdadeiramente um amigo, alguém para se confiar, alguém para se conviver, alguém para se amar...

2 comentários:

Yuri Montanini 8 de dezembro de 2008 às 16:13  

Gordinho, Gordinho...

A vida é assim mesmo. Cê é meu brother.

Pedro Henrique Malta Martins 8 de dezembro de 2008 às 19:30  

texto de março de 2008.

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