quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

As aventuras de um eterno poeta


Capítulo 1.

Queria te mandar um buquê. Pra dizer que você é a menina mais linda de todos os tempos da última semana. Fico em frente o computador olhando pra madrugada levemente fria fumando um cigarro de palha e ouvindo música clássica. Gosto de mentir pra mim mesmo que você é a garota certa e repassar seu rosto. Sei que essas flores que te mando amanhã estarão murchas. Meus sentimentos provavelmente serão os mesmos. Talvez eu encontre outra garota por aí que ainda me encanta. E todos as 1001 noites e histórias de amor sem fim se vão embora em 0001 milésimo. Talvez seja uma maldição, não amar nínguem. Há quem diga que o meu caminho seja para ser seguido sozinho.


Prefiro pensar que minha maldição é ser um eterno poeta, jornalista. Pois sabem como é, o jornalismo é aquele menino do cabelo engraçado e das roupas esquisitas ruim de bola sentado no canto do pátio lendo um livro velho. Preciso estar sempre com o coração partido, sabe como que é? Existe um último romântico dentro de mim imortal que queria que morássemos numa cidadezinha pequena de iluminação pitoresca, pegar um violão e cantar uma moda qualquer que falasse de amor pra você. Ou que estivessemos um sarau e te cortejasse.

Mas a realidade é um ônibus lotado rumo ao centro num calor de 40 graus. A realidade é a aliança no seu dedo anelar. Maldita essa. Sempre tá lá de Lei. Mas é pra isso que aqui estou. Para sofrer. Sabe é difícil contar isso pras pessoas na fila de um banco ou quem senta do seu lado no trabalho, mas eu tenho sete mil vidas no amor. Que estão sempre se renovando. E hoje, por alguns minutos, te amei por toda a minha vida. E você foi e é a mais linda. Cumprindo assim minha maldição de poeta, que deve fingir que sente. E de repente senti vontade de ser careta e falar que queria te amar. Te mandar uma cartinha brega e levarmos uma vida burguesa normal. Acho que é a última fase do meu processo criativo ao qual sou alheio. Sofrer é uma constante. Mas nessa momento já é tarde demais e não me sinto no direito de escrever pedindo pra te amar. Escrevo para os bêbados, para os que sofrem, que fumam, são gordos feios, negros e pardos. Escrevo para os infelizes. Infelizmente.

6 comentários:

Jéssica Neves 10 de fevereiro de 2010 às 09:59  

Encantador :)

Yuri Montanini 10 de fevereiro de 2010 às 13:41  

Eu fiquei com inveja por que eu mesmo poderia ter escrito esse texto e não escrevi. Retrata bem o que eu vivo, o que eu 'sofro'. A maldita aliança no dedo anelar. E sim, NÓS escrevemos para os infelizes.

Ótimo texto. Talvez o que eu mais me identifiquei.

Unknown 10 de fevereiro de 2010 às 14:50  

essas pessoas nao sabem o que falam! haha
eu ja te falei pra parar com o cigarro e a musica.
e esse seu amor eterno, antigo, platonico e fracassado, get over it. eu daria tudo pra vc conhecer essa menina fantasma que te persegue nos textos.
ficou bom, mas é seu neh? haha

Leandro Gel 10 de fevereiro de 2010 às 18:57  

Amém, Cara! Amém!

isalemes 10 de fevereiro de 2010 às 19:28  

Duvido que não conheça!
são várias várias.
não necessariamente uma.


Esse blog tá bombando hein?

Rafael Rabelo 11 de fevereiro de 2010 às 21:51  

Que texto lindo! ;)

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