quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Na sala

Giro a caneta com o indicador e o polegar, ambos da minha mão direita. Faço isso por vários minutos sem parar, até que o efeito anestésico começou, senti meu cérebro despregar do meu pesado crânio. Começo a perder os sentidos e o mundo parece balançar lentamente. Nada aqui parece ser real: nem os cochichos e burburinhos entoados por todos em minha volta, nem as risadas, os gestos e todos aqueles corpos se comunicando.

A chatice da próxima aula já me assola, em meio ao eco de vozes, sofro antecipadamente. Ainda meio zonzo dá minha última experiência, tento reorganizar as idéias, mas, novamente, nada faz sentido. Olho para minha mochila, para meu tênis e eles parecem estar tristes. É a dor que a falta de liberdade causa. Queriam estar lá fora, pisando em chão desconhecidos, guardando lembranças de todas as partes.

Este ar-condicionado é agradável, mas não é o vento das chapadas acompanhado pelas vozes das cachoeiras explodindo em alegria. A fragrância do mato verde, as pedras esculpidas. Com os olhos fechados já podia sentir tudo isso, a qualquer momento seria 'teleportado' dali. E o professor chegou para fazer valer o protocolo e tudo aquilo que ele acredita.

2 comentários:

Yuri Montanini 10 de fevereiro de 2010 às 19:34  

Ou, como disse hoje o rapaz que recebe para lecionar na PUC-GO, 'Preferia que vocês não tivessem vindo.'

Bom texto,

;*

Unknown 21 de fevereiro de 2010 às 09:39  

"you're in high school again, you're in high school again, you're in high school agaaaaaain... NO recess!"

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