terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Nota sobre meu sumiço

Acho que andei me poluindo. Isso explica minha ausência e carência de boas palavras. Lendo Harry Potter, assistindo Lua Nova, bebendo de menos e trabalhando demais. Tentando um suicídio menos mortal que cortar os pulsos, que eu resolvi deixar pro final. Uma dose de nostalgia talvez tenha sido meu humanicida. Talvez.
Nostalgia pode ser remédio pro peito, mas como todo remédio, a cura depende da dose. Tentando não pensar no futuro, tentando não pensar em profissão, tentando não pensar em virar gente grande, acabei me formando antes da hora. Tenho estado infeliz, não?!
Eu podei tudo que me dava prazer, não sei se pra ter dó de mim mesma ou pra falar que eu tinha mais o que fazer do que ser feliz. Depois de um click é que eu fui perceber que a hora de ser feliz é agora. E daqui um mês eu vou ter que ter outro click desse porque eu vou esquecer mais uma vez de que a felicidade não se constrói e sim se vive sem planejamento. Isso porque temos uma irremediável mania de deixar tudo pra amanha, até o que a gente sabe que é melhor fazer hoje. Mas fazer o que?! A gente gosta de reclamar e de falar do passado.
É... também sinto falta daquele tempo em que recebia cartinhas de amor, em que minha mãe pendurava o cinto na porta pra eu almoçar olhando pra ele. Sinto falta até mesmo do que me fazia sofrer naquele tempo de criança. Problemas sempre existiram, mas em variadas proporções. Eu achava que nunca me recuperaria do primeiro fora que recebi, do primeiro porre que eu tomei. Achava que iria morrer depois daquele cinco no boletim do primeiro colegial. Achava que jamais me esqueceria daquele primeiro beijo traumático. E naquela época, eu achava que meus problemas eram insanáveis. E hoje eu sou ridícula a ponto de achar que aqueles não eram problemas e assim, vou ser sempre ridícula porque vou sempre achar que os problemas ainda não resolvidos são maiores dos que eu já resolvi.
Engraçado é que a vida nunca muda, por mais que a gente sempre acorde dizendo que amanhã vai ser diferente. Isso me tranqüiliza, sabia?! Porque eu sei que toda a infelicidade não passa de uma fase, a não ser que seja um carma. Não é meu caso. Eu nasci pra ser feliz e não tenho vocação pra sofrimento. Mas todo mundo tem má fase. Estou tentando me recuperar de uma. Peixe fora d’água, borboleta no aquário. É isso. Só tenho que encontrar o meu lugar.

4 comentários:

Plínio Lopes. 10 de fevereiro de 2010 às 00:39  

Eu sempre falo que a alegria tá nas coisas simples da vida...

Um encontro casual no ponto de ônibus, a expectativa de uma nova amizade produtiva sempre a nascer por aí, um cigaro com os amigos, a sinuca do primeiro período ou um gol na arquibancada do serra que se abraça um desconhecido. Enfim, não cometa o mesmo erro que eu ano passado e se perca, acabei voltando pro mesmo lugar. Textos, noites em claro, cigarros e futebol. E sobre as cartinhas de amor que você sente falta, se você sente tanta falta assim eu te escrevo uma. Sabe como é né, " O poete é fingidor, finge que sente. " Alguma coisa assim.

Abraço aê meu eu textual : )

Rafael Rabelo 10 de fevereiro de 2010 às 01:01  

Saudade de você também! XD
"o fim de semana, o fim do planeta, a palavra a sarjeta no fim do poema, problemas... sempre existiram"

Yuri Montanini 10 de fevereiro de 2010 às 13:50  

'Amanhã, talvez
Esse vendaval faça algum sentido.'


Gostei do texto, e obrigado pela referência!

;*

isalemes 10 de fevereiro de 2010 às 19:31  

VCs são sempre minha referência!!!
Sabem que eu sou fã de vcs... Essencialmente de vcs três!

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