domingo, 21 de fevereiro de 2010

A melhor banda dos últimos tempos
















Depois de ouvir uma propaganda destrutiva no Multishow, eu precisava desabafar. Falava mais ou menos assim: "NX ZERO: a maior banda de rock dos últimos tempos". Eu fiquei perturbada. Eu não sei porque cargas d'água a nossa juventude é tão pobre de idéias e bom gosto. Não sei porque emburrecemos tanto e chegamos no nível de achar que qualidade é emo ou black music. É só isso que se escuta hoje. Aliás, eu até sei. É essa porra de internet que retarda o ser humano que, desprovido de inteligência usa todo o seu poder para o mal. Aí dá nisso... começamos a considerar NX ZERO a maior banda de rock; o melhor canal da tv a cabo, a MTV; a melhor coisa da internet, o MSN. É muita pobreza de espírito.
Aí vem gente falar: "Mas tem muita banda boa nos anos 80/90 que ainda tão por ai". Ok, meus caros. Nosso ídolo mor está aí ainda, sobrevivente de guerra, Gessinger ainda passeia por alguns palcos; Guns, rouco, mas ainda grita; Capital, etc... Tem um monte de banda, com um monte de velho que ainda insiste em cantar... Beleza. A banda é a mesma. A música não. Eu já falei para alguns, mas o melhor CD dos EngHaw é Filmes de Guerra, Canções de Amor. O pior talvez seja o último. Na tentativa desesperada de não cair de moda, de não ser esquecido e de não ter que se aposentar, os feras da década de 80 esquecem suas revoltas e sua qualidade, seu dom e suas obras de arte e se vendam para o modismo que de arte nada entende. É por isso que a modernidade não tá com nada. Porque a modernidade é velho querendo não morrer e jovens sem bons exemplos.
As bandas boas de hoje são as que se despediram ontem. Infelizmente, na música hoje, a gente tem que viver de passado. Ouvir Los Hermanos, CDs antigos dos EngHAw, Beatles, Beach Boys, Bob Dylan, Zé Ramalho, Belchior e tantos outros, e sentir saudades, porque dificilmente veremos ao vivo a qualidade que nossos pais puderam presenciar.

9 comentários:

Yuri Montanini 21 de fevereiro de 2010 às 20:51  

Deu vontade de ouvir 'Como nossos pais' na voz da Elis. Mas, já parou pra pensar que nossa geração em si não tem ideologias? Um bando de guri com uma pseudo-revolução em mente e um mp4 no bolso. Dá pra contar nos dedos as pessoas que realmente me animam, sabe, pessoas que podem 'mudar o mundo' antes de uma crise de preguiça ideológica. Gostei do texto, e você está entre essas pessoas.

:D

Pedro Henrique Malta Martins 21 de fevereiro de 2010 às 22:12  

Black music é mto mais do que esses hip-hop/pop que vc deu a entender, muuuuuito mais....


mas eu entendi. só pra deixar claro...

Plínio Lopes. 22 de fevereiro de 2010 às 00:09  

ideologia:

quero uma pra viver.

isalemes 22 de fevereiro de 2010 às 00:13  

Já tá bom... Acho q é a primeira vez q vc comenta alguma coisa!
mas eu me referi ao black music q passa na mtv e multishow o dia todo, qdo n tá passando emo music!

Gabriel Maia 22 de fevereiro de 2010 às 10:55  

Eh, deve estar falando das Beyoncé da vida. Se bem que ela, pelo menos é boa de ser ver no mute, haha.
Primeiro queria tirar o Capital do Balaio, por não passar de um "quero ser Legião". Mas, no caso, é um "PInk Floyd sem Roger Waters, forma sem função".
Queria dizer que pra mim o melhor disco dos Engenheiros é "GLM"; nunca na música nacional eu vi (ou ouvi, né) alguém compor tão bem um disco, em unidade, não canções reunidas. E os próximos melhores esforços também são do bom gaúcho. E, defendendo o cara (e não o faço em relação a qualquer "acusação", consigo, sim, criticá-lo), eu não acho que ele se encaixe nesses "velhos tentando" o que for. Eu acho que o Humberto já disse o que de mais relevante, do ponto de vista crítico, tinha pra dizer. INclusive, no tempo certo, que o resto da juventude de então, "banda em propaganda de refrigerante", não estava cumprindo com sua cota de crítica e ação. Mas os anos passam, a mão se vai esfolando dos murros em ponta de faca, o coração se expande, a ira cede, o cara recupera alguma ingenuidade. E o Humberto mais "maduro", vê-se em letras e entrevista, é um cara mais atento a "rajadas de vento", ao belo no simples, mais voltado para a tentativa de viver bem no mundo que não teve força pra mudar. A juventude, que sempre é outra, é quem tem esse papel. Pena que a de agora só seja poser e mais nada. Pena que os NX da vida tenha sertanejado o rock, não sabendo mais que cantar suas dores de corno. Triste, triste! Não que o Camelo não cante suas dores, mas que dores e amores bem mais elevados, hein! Haha!
Bom, mas não se preocupe, como diria o velho Ozzy "Enquanto existirem garotos chateados (e agrego os indignados, por minha conta) o rock n' roll será renovado! Ah, e também outros tons que lhe façam as vezes.
PERDOEM-ME A VERBORRAGIA, mas se escrevesse no Cegos, só umas três pessoas que leram seu texto veriam isto!
Abraço!

Pedro Henrique Malta Martins 22 de fevereiro de 2010 às 12:34  

eu leio quase todos os textos, n comento muito mas leio ;)

Plínio Lopes. 23 de fevereiro de 2010 às 00:16  

caralho,

foda o comentário do cara...

Anônimo 23 de fevereiro de 2010 às 14:39  

Ok, eu descobri isso aqui recentemente e já virou favorito (especialmente pq enghaw - formação original - é minha banda favorita).

Mas: Pense a respeito de que a qualidade da música do passado pode ser uma mera ilusão.

Fora isso: óbvio que chamar NXzero de a melhor banda é marketing.

As coisas boas marcam, ficam. Tem um monte de banda que ninguém nem lembra mais (ainda bem) tenho certeza que daqui a 10 anos nós nos lembraremos de alguma banda atual, e NXZero nem lembraremos.

Vamos com calma: tudo muda, tudo tem um tempo e tudo morre.

BTW: Filmes de Guerra e Canções de Amor foi o primeiro CD que eu comprei e, ainda hoje, aquela versão de Exército de Um homem só é, pra mim, a melhor música que eu conheço.

isalemes 24 de fevereiro de 2010 às 19:53  

O comentario do gabriel teve quase o tamanho do meu texto... Se eu fosse escrevê-lo hoje, novamente, ele teria sido mais completo. MAs foi escrito num momento de total descontentamento. Porém, não retiro minha idéia de que o betão não é mais o mesmo de antes... e ele já foi bem melhor... Hoje eu incluiria no texto bandas que lembraremos amanha. Realmente, Camelo está num nível acima, bem como (para mim), Móveis, Teatro Mágico, Mombojó e várias outras bandas classificadas como alternativas ou "indie", mas que, segundo a rolling stones, no caso do móveis, está entre os dez melhores discos de 2009.

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