domingo, 21 de fevereiro de 2010

Jornalismo Fantástico


Rezava a lenda que lá pelas bandas do imortal havia uma garota loira, linda e de óculos que não dormia sem ler seu JornHaw. Tava aqui e o vento me contou numa dessas mágicas infantis o que eu já sabia, que ela sente falta das cartinhas de amor. Resolvi escrever uma carta pra ela, de amor, dessas que eu nunca vou mandar e nínguem vai ler. Começa mais ou menos assim:

Querida garota Loira e Linda das bandas do imortal,


Sei que você não é mais linda do que a garota que eu conheci ontem. Como sempre a mais linda de todos os tempos da última semana. Sabe como é, final de semana na rua depois de uma vitória do verdão, uma música comercial qualquer tocando na rádio e eu pensei nela.

Quando eu tinha 13 anos eu achava que ela era o amor da minha vida. Hoje alguns cigarros temporadas de futebol depois já não sei mais. Já são duas da manhã e tem uns amigos tocando comigo. Tô sentado no carro ouvindo frank sinatra e pensando nela. Olho pra eles tão felizes e queria ser daquele jeito. Brincando numa pracinha qualquer, mas não sou.

Sinto falta do amor dela que jamais terei. Hoje somos outros, eu e ela. Frank Sinatra e o frio da madrugada são os mesmos. O pior de tudo é que até eu duvido desse amor. Gosto de pensar que é apenas uma desculpa para completar meu eu lírico, fake, noir, samba tango que não sabe amar. Na mesmice da crise pós moderna não montei uma banda mas fui querer amar. Hoje queria mais do que nunca . Mas antes da saudade, me assusta a incerteza. Do tempo que jamais terei, hoje, ontem e amanhã.

Quero largar toda essa ideologia ridícula e noir, nula dos exércitos de um homem só. Cansei sabe? De me perguntar se amo ela pra sempre. O amor como tudo que é industrial, também vence. O amor como tudo, passou. O amor? Depois de tudo, voltei aonde encontrei aquela garota ontem que foi o começo de tudo isso, quem sabe uma nova viagem? Mas ela não estava mais lá, olho no retrovisor e nada. É loira, a juventude é uma banda fracassada em uma garagem tupiniquim com músicos que não sabem tocar. Sem ritmo musical definido.

Vida louca vida, vida breve. Já que eu não posso te levar, quero que você me leve com você loira. Leve Leve Leve .

Ciao loira.

9 comentários:

Yuri Montanini 21 de fevereiro de 2010 às 12:58  

Gostei. Tava com saudade dos seus textos.

Pedro Henrique Malta Martins 21 de fevereiro de 2010 às 13:14  

prefiro morenas, há

isalemes 21 de fevereiro de 2010 às 17:27  

Você orgulha nós, jornaleiros!

Adorei o texto =]

Rafael Rabelo 21 de fevereiro de 2010 às 19:50  

Faltou dizer que seus amigos brincavam de amarelinha às 2 e meia da madruga num sábado pra domingo...

Yuri Montanini 21 de fevereiro de 2010 às 20:47  

A hipocrisia de alguns me enoja.

Jose Pereira 23 de fevereiro de 2010 às 20:39  

Muito bom.O blog de vocês está ótimo. parabéns a todos.

Jose Pereira 23 de fevereiro de 2010 às 20:42  

Vendo os textos de vocês, neste blog, percebo o tanto que a internet revolucionou a vida de todos nós. Acompanho alguns blogs, este é um dos que mais gosto, outros pelo país,alguns na europa, e percebo que todos nós temos toda a informação disponível, ao alcance do click do mouse.
Parabéns.Continuem a escrever!

Jose Pereira 23 de fevereiro de 2010 às 20:42  

Buenas e me espalho!

Plínio Lopes. 24 de fevereiro de 2010 às 00:10  

nos pequenos dou de prancha e nos grandes dou de talho

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