quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Com apenas seis reais...



Tô vendendo um teclado meia boca e desbotado, 6 reais, alguém anima? Também tô vendendo minha desilusão e falta de fé nas causas perdidas, se alguém quiser trocar por amor ou por um violão também aceito. Não pretendo escrever nunca mais, vou ser um dito cidadão respeitado que ganha 4 mil cruzeiros por mês. Ah, vou parar de fumar também.

Não acordei muito literário hoje, meu coração não tá batendo. Batendo sempre sentido Portal do Sol. 8 chamadas não atendidas, meu coração bate, bate rumo ao Portal ou pára de bater. 8 chamadas não atendidas no celular, incontáveis lágrimas que nunca vão cair e tô vendendo meu teclado, por apenas 6 reais.

O sol bate na janela
Como bate o coração
Queria que batesse,
Batesse no meu portão
Deixo o sol bater na cara
Esqueço de pagar a prestação.

Você pode comprar uma camiseta do Che Guevara ou um All Star azul mas por apenas 6 reais eu te vendo meus vícios e nenhuma virtude, eu te garanto que você vai ter bastante inspiração pra escrever e vai ser o herói das histórias em quadrinhos pós-modernas. E praquela tia clichê do primário que falava que (IN) felicidade não tem preço, eu te falo:

6 reais, algumas letras desbotadas e ainda te dou o meu cinzeiro predileto, por que vou parar de fumar. Cinzeiro em formato de coração, cheio de cinzas como o que carrego no peito, mas isso é detalhe. Com 6 reais não posso comprar uma passagem pra Europa, não posso pagar matéria repetida pra ficar na sua sala, não posso comprar colares. Posso comprar um cinzeiro, como o que vai de brinde. Mas pra que?

Não prometo parar de fumar, prometo que vou tentar. Mas provavelmente, vou morrer tentando não te amar também. Te amarei mesmo que o sol não bata na janela do teu quarto, mesmo que as desilusões voltem na caçamba de uma caminhonete azul que você jura ser preta. Trarão com elas os cabelos já não tão curtos e o All Star que pediu pra eu não esquecer.

Te amarei mesmo que eu não consiga mais nada. Mesmo sem cigarro, sem renda. Te amarei mesmo que eu seja o louco com uma camisa de força numa sala vazia. E o meu amor é cama de casal, é televisão ligada na Globo, é a mesa em que reparte o pão. É a tag dog que levo no peito, ainda sem gravar o seu nome que não combina com as derrotas que a vida me impõe. É você deitada com os cabelos no meu peito, tomando meu café 3 por 5 que faço todos os dias.

Deixo um recado na porta da geladeira, não se preocupe com isso:



Não existe morte e não existe vida desde que te conheci e me seduzi pela própria loucura de um dia...

AMAR.


Texto escrito por Plínio Lopes e Yuri Montanini, a maior afinidade textual no melhor grupo do msn de todos os tempos da última semana.

2 comentários:

Gabriel Maia 28 de janeiro de 2010 às 01:34  

Boa Poucavogalice!

Rafael Rabelo 29 de janeiro de 2010 às 00:58  

Vocês dois podiam fazer músicas! Bem, escrever as letras! Vái que dá certo a tal "Bandas do Imortal"...

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