sábado, 23 de janeiro de 2010

Morde a morte, a mordida


Dias: 22 e 23 de janeiro.
Lugares: Nega Ló, Gordo e Kuka.
Pessoas: Monta's, Veín, Faella, Negão, CA, Antônio Vinícius e Luiza.
Cigarros: Black, Lucky Strike, Sampoerna e Marlboro Light.
Pensamentos: Você.

Resenha fortíssima, fui do Goiânia Shopping pra casa do Negão, assoviando 'Amanhã é 23' do Kid Abelha e de lá pro Nega Ló. Nega fecha cedo, de lá pro Gordo. Gente de bem, apressada, católica. Alguns já são meus irmãos. Em determinado momento da conversa, o Veín falou alguma coisa sobre morte. Eu virei, com a camisa aberta e a cabeça em qualquer lugar onde você estivesse e 'não, não posso morrer agora'. E fomos pro Kuka.

Kuka é um bar meio 'alternativozinho', só não tente falar isso perto da galera firmeza que frequenta o bar. Fiquei pensando nisso, de morte e em você. Pensamentos egoístas. Me veio na mente aquela coisa que você faz com a boca quando fica com vergonha. As unhas azuis, que pintou no msn. E o Batman, por algum motivo. 'Uma água com gás'. Hoje estou sem beber. Passei mal o dia todo. Eu só queria estar aí.

Fiquei com aquela coisa na cabeça, de não poder morrer. Não agora. Não tenho um filho, não tenho cachorro. Não tenho que pagar a prestação do apartamento, nem IPVA, nem comprar polainas. Mas simplesmente, não posso morrer na contra mão atrapalhando o sábado. Eu dizia ainda é cedo. Cheguei em casa, peguei o fone de ouvido. Marisa Monte, Magamalabares. Ouço essa música compulsivamente, como se fosse um pedacinho seu.

Entro na internet, mas sem graça que um café sem cigarro. Se tivesse sol agora, ele seria cinza. Meu pai chega na porta do quarto e resmunga alguma coisa do tipo 'tu tá estranho ultimamente'. Parece cocaína, mas é só tristeza. Reza a lenda que a gente nasceu pra ser feliz. Sabe quando o tédio invade o corpo e quebra todos os seus duzentos e poucos ossos? Isso por que acabei de chegar em casa.

Quando não estás aqui, sinto medo de mim mesmo. É, não posso. Não enquanto eu não tiver certeza. Cinco e onze da manhã. A realidade cor de rosa parece embaçada, de novo. Tudo muda ao teu redor, o que era certo, sólido, dissolve, desaba, dilui, desmancha no ar. E eu não posso dizer nada. Há mais de mil destinos em cada esquina, e eu espero estar em cada um deles. E vivo.

3 comentários:

Plínio Lopes. 24 de janeiro de 2010 às 10:56  

" E a realidade se mistura com a ficção em uma linha de pouca definição que nós mesmos não conseguimos definir. "

The big motherfucker japanese.


bom texto monta´s, mt bom.

Jéssica Neves 25 de janeiro de 2010 às 00:44  

Muito bom o texto... muito bom receber elogio sobre os meus de quem escreve como vce x)

Rafael Rabelo 27 de janeiro de 2010 às 00:39  

Salve, salve.. Tchau Radar! XD

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