quinta-feira, 11 de março de 2010

Hells Bells

Trajando sua tradicional camisa xadrez, lá vem ele de novo. No ouvido, Your Hand In Mine. Explosions In The Sky. Por entre espíritos, carros e praças, praças onde a alegria fingiu existir um dia e realmente existiu alguns cafés depois. Por toda a minha vida na tela da Globo. Mas o pra sempre, sempre acaba. A angústia torpe subia pelas escadas como uma aranha atrás de uma presa. Mas resolveu descer. E deu lugar a mordidas.

Espíritos tomam conta da estrada, acidentes aleatoriamente colados numa sessão provavelmente patrocinada pelo Capiroto. Quem sabe sejam apenas coincidências vistas numa bola de cristal por olhares sombrios e mãos amareladas de Lucky Strike. Certeza das semelhanças entre o que se canta e o que se sente, até quando o que é sentido é um medo. O que era uma brincadeira colorida toma corpo e esbranquiça os cabelos de quem antes não acreditava no que havia detrás da montanha. Mas não. Frase clichê, mas realmente, nada é por acaso. O acaso não existe. Os dândis me contaram num refrão de...

Insiste, persiste. O saravá estuda e ao mesmo tempo registra as fraquezas de cada um, acontecimentos que colocam em desvantagem o mais puro dos corações. Pilotando um avião, vejo da janela um barranco, um português, uma loira e alguns papelotes perdidos no bolso de um casaco. Parece cocaína. Mas é só tristeza. Mãos suadas, coisa estranha. Sensação de impotência diante de mim mesmo num futuro não tão distante. Vendo o futuro em flashback... Vendo minhas ideologias pelo pão nosso de cada dia. O pão que o diabo amassou. Meu pai, minha filha, nossa casa. Um castelo. De destinos cruzados.

Mais uma noite em claro com as perturbações espirituais de sempre. Só um pesadelo normal, caminhões, sangue, devaneios de um rapaz latino americano que não tem a sombra de um dragão cravada no peito. Mas que quer voar nas nuvens, em busca de alguma coisa que ficou pra trás. Uma guitarra elétrica, um café solúvel, cabelos compridos ou uma saudade de tudo que agora ele vive. Letras, lados, lestes. Mas Exu, por favor... Vá pro inferno.

Aliás, não vá; Sente-se na sala, sente no peito. Ligue a TV. Desligue. Ligue de novo. Sem horas e sem dores. Num silêncio de chumbo. Acenda um cigarro e é inevitável, veja o dia passar. O ruído de alguma coisa vai te incomodar. Um sino. Um sino infernal. Nenhuma droga te sacia. Diabo, por favor... Você, o cara mais underground que eu conheço, me deixe viver meus dias mais felizes. Prometo te recompensar. Mas não com minha alma. Só se for preciso. Mas me deixe, por agora.

5 comentários:

Plínio Lopes. 12 de março de 2010 às 08:31  

Potencialmente Confuso Musical , enigmatico, Metaforico Poetico emblematico.


um calvert, mas bom. =}

Plínio Lopes. 12 de março de 2010 às 08:31  

Potencialmente Confuso Musical , enigmatico, Metaforico Poetico emblematico.


um calvert, mas bom. =}

Pedro Henrique Malta Martins 12 de março de 2010 às 14:10  

Rapaz! comentario idem ao do plínio.

idem mesmo.

Rafael Rabelo 12 de março de 2010 às 14:26  

Back in Black, Simples de Coração e PV ao vivo em POA! ;)

João Lemmos 16 de março de 2010 às 17:27  

O diabo é literalmente underground

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