quarta-feira, 24 de março de 2010

Violoncelo e ela

Ela chorou ao som do violoncelo
Ao passar as mãos na superfície áspera da parede
Puramente por não confiar em seus pés
Por não confiar no chão frio e sórdido
Que fingia solidez

Somente uma lágrima
Contínua, longa e pesada
Molhando o vestido velho e negro
Refletindo a sombra rubra e o desespero
A língua apertada no céu da boca
Ao som do violoncelo

Olhou a lâmina, cética
Voltou-se à parede, cheiro de mofo
Sentiu o sangue grosso pressionar-lhe as veias
Ao som do violoncelo
E caiu de joelhos aos pés da vitrola
Liquefez-se, mórbida, num tom menor

Pelas barbas de Jacques Morelembaum!
Juntou os cacos, colou os ossos
Deu um tapa na agulha gasta, arranhando o LP
Vestiu-se de macaco e foi dançar a conga
Sete pássaros disseram: “Yippie-ho! Yippie-yey!
Você acaba de arruinar um belo texto.”

3 comentários:

Pedro Henrique Malta Martins 24 de março de 2010 às 19:48  

não achei que arruinou, o macaco fez foi melhorar o texto.


mas de qqr jeito, pelo que parece vc ficou algum tempo pensando num final e perdeu a paciencia, asusahuashusa

eu pelo menos, só pensaria em fazer algo assim pro fim se não tivesse tantas opções, n sou tão criativo...ashsauhsauhsa

Plínio Lopes. 25 de março de 2010 às 08:16  

hauhauahuahauha

sempre haig !

Yuri Montanini 25 de março de 2010 às 14:52  

Haig beira a genialidade, bem na beiradinha mesmo, quase 'caindo' nessa órbita tão fascinante.

Sou seu fã, Zé.

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