Violoncelo e ela
Ela chorou ao som do violoncelo
Ao passar as mãos na superfície áspera da parede
Puramente por não confiar em seus pés
Por não confiar no chão frio e sórdido
Que fingia solidez
Somente uma lágrima
Contínua, longa e pesada
Molhando o vestido velho e negro
Refletindo a sombra rubra e o desespero
A língua apertada no céu da boca
Ao som do violoncelo
Olhou a lâmina, cética
Voltou-se à parede, cheiro de mofo
Sentiu o sangue grosso pressionar-lhe as veias
Ao som do violoncelo
E caiu de joelhos aos pés da vitrola
Liquefez-se, mórbida, num tom menor
Pelas barbas de Jacques Morelembaum!
Juntou os cacos, colou os ossos
Deu um tapa na agulha gasta, arranhando o LP
Vestiu-se de macaco e foi dançar a conga
Sete pássaros disseram: “Yippie-ho! Yippie-yey!
Você acaba de arruinar um belo texto.”
3 comentários:
não achei que arruinou, o macaco fez foi melhorar o texto.
mas de qqr jeito, pelo que parece vc ficou algum tempo pensando num final e perdeu a paciencia, asusahuashusa
eu pelo menos, só pensaria em fazer algo assim pro fim se não tivesse tantas opções, n sou tão criativo...ashsauhsauhsa
hauhauahuahauha
sempre haig !
Haig beira a genialidade, bem na beiradinha mesmo, quase 'caindo' nessa órbita tão fascinante.
Sou seu fã, Zé.
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